Exmº Senhor
Presidente da Direcção da
APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol
Na sequência da curta e rápida conversa que, a meu pedido,
tivemos hoje (finalmente), na APAF descrevo a seguir, para memória futura, os
assuntos que apresentei e que mereceram da sua parte considerandos que achou
por bem alegar, mas que os classifico de somenos, sem sentido objectivo e de
baixo teor de credibilidade.
Esta reunião, por mim requerida no passado dia 16 de Maio
quando me telefonou sobre a justificação que expressei por não ter ido ao
jantar de aniversário da APAF, dizendo que se devia a “atitude, postura e
comportamento do presidente”, mas que nada lhe diria senão pessoalmente,
cara a cara, só hoje é que concretizou e por minha insistência, já que, decorridos
tantos dias, senti não ser seu interesse ouvir-me.
Mas eu sou assim, enfrento as situações olhos nos olhos, seja
com quem e onde for, razão porque persisti falar consigo, o que, com maior ou
menor dificuldade, consegui, tendo sido utilizado para o efeito o gabinete do
presidente.
Como sabe fui o segundo subscritor da sua candidatura à
presidência da APAF e, desde logo ofereci os meus préstimos, independentemente
do presidente não ter sido eleito para o Conselho de Arbitragem da FPF pela
lista contrária à da APAF, a da Associação de classe, para lhe transmitir, face
à minha experiência adquirida na Associação (mais de trinta anos) ideias, sugestões,
maneiras de estar ou outras informações de que um novel presidente necessita
para gerir tamanha organização. Desde quando tomou posse (24 de Fevereiro
último), jamais me contactou para tal. Percebo hoje que tal ajuda seria uma
perda de tempo para si…
Disse-lhe que seria conveniente reunir os Delegados eleitos à
Assembleia-geral da FPF, processo conduzido pela APAF, e delinear estratégia
adequada às propostas que viessem a ser apresentadas à votação, sendo certo que
a decisão de voto seria da responsabilidade de cada qual.
Na Assembleia-geral da APAF de 13 de Abril de 2012, manifestei
a minha discordância quanto ao facto de ter proferido que, para estar mais
esclarecido em diversos assuntos, o presidente iria receber conselhos no
exterior, fora do círculo da APAF...
No dia 11 de Maio (véspera da Assembleia-geral da FPF) reuniu
com 3 dos Delegados eleitos pelos Árbitros (Vítor Reis, Alfredo Basílio e eu),
e disse-me, peremptoriamente, que iria votar favoravelmente o Regulamento de
Arbitragem da Liga, tendo eu respondido – ainda não tinham chegado os outros
dois delegados – que aguardasse a sua presença para discutirmos todos os
assuntos da ordem de trabalhos em conjunto e não separadamente. Voltou, mais do
uma vez, a insistir na votação positiva, atitude que considerei ser de pura
influência, mas que não abdiquei de falar no tema em plena reunião. Com a
presença dos dois elementos já mencionados e quando Vítor Reis disse que não
iria votar favoravelmente o documento o presidente disse que o iria acompanhar
na votação. Nessa altura começou a escrever o sentido de voto dos presentes e
perguntou-me qual o meu. Respondi, afiançando que iria abster-me e tomou nota num
papel. Chamei-o a sua atenção para esse inconveniente modo de actuação e, com
show off, rasgou o papel!
Na Assembleia-geral da FPF, de 12 de Maio, não me
cumprimentou ou falou estando eu já no auditório, cerca de 10/15 minutos antes
de começar a reunião magna. O mesmo se verificou durante ou após a sessão,
tendo havido até intervalo para votações. Não se manifestou (favor ou contra)
quanto à minha intervenção ao saudar os 33 anos da existência da APAF que
comemorava no mesmo dia e que passo a descrever: Hoje a APAF-Associação
Portuguesa de Árbitros de Futebol comemora o seu trigésimo terceiro aniversário
e é com enorme satisfação e orgulho que digo ter ajudado a fundar, criar, zelar
e a manter esta organização no caminho da verdade desportiva, o que é, sem
dúvida, um grande modelo de nobreza, seriedade e dignidade para todo o mundo
que envolve o desporto-rei. Patenteia a sua elevada credibilidade afirmando
que, até hoje, nunca foi alvo de mandatos de busca por qualquer Polícia ou pela
Justiça. Tenho defendido os seus valores e continuo a fazê-lo com muita honra,
sempre com ética, verdade e solidariedade. A APAF mantém a sua impecável
conduta. Continua a ser uma grande escola de virtudes. Há que respeitá-la e
seguir-lhe os exemplos. Estranhamente, o presidente, não falou de nada, nem
tão pouco da presença (confirmada) de elementos da arbitragem portuguesa no
EURO-2012! Mereciam ser citados na Assembleia-geral da FPF pela pessoa que
dirige a Associação de classe. Até agora não promoveu reunião de avaliação dos
Delegados eleitos pelos Árbitro na referida Assembleia-geral.
Nos fóruns organizados pelo CA da FPF, associados da APAF
dizem-me, sem eu perguntar-lhes o que quer que seja, que entra mudo e sai
calado. Será? Se tal for verdade, a APAF nada tem a dizer sobre o que se está a
preparar para a arbitragem? Nem, no mínimo, terá dito da vantagem da presença
dos Delegados eleitos pelos Árbitros naquelas reuniões para ficarem
conhecedores das ideias e esclarecerem as dúvidas para que quando forem votadas
as propostas estejam devidamente informados? Será que os convidados do CA da
FPF têm capacidades e experiências, como se sabe terem sobejamente os Delegados
eleitos pelos Árbitros?
Na final da Taça de Portugal feminina, em 13 de Maio no
Estádio Nacional (Jamor), o presidente, estando na tribuna vip, no mesmo local onde
eu estava, andou sempre muito próximo de pessoas importantes e muito distante
dos Delegados eleitos pelos Árbitros, concretamente de mim, que me cumprimentou
de fugida… Entendi ser extremamente importante reunir os 3 delegados que
assistiam ao jogo e trocar, ali, algumas palavras sobre o que se verificou no
dia anterior, na Assembleia-geral da FPF, mas tal não aconteceu, dada aquela
sua preocupação.
Posto isto, sr. presidente, confirmo o que lhe transmiti por
escrito e hoje pessoalmente.
Mais, entendo que se continuar na mesma linha de rumo, isto
é, não mudar de atitude, postura e comportamento, sempre em favor da
arbitragem, da APAF e dos seus associados, terei de lhe retirar a confiança
associativa, que lhe dei aquando da sua candidatura e eleição.
Saudações
Alberto Helder Sócio fundador 28
1 comentário:
Pois,surpresa?Não...
Pena que alguns elementos deste novo elenco e que são pessoas responsáveis,não tomarem uma atitude diferente,pois,em relação ao presidente da nossa Associação estamos conversados,todos sabiamos que assim seria.Mas,mais que nunca, estejemos atentos que coisas mais graves ainda aí vem.Esperemos não perder a identidade como associação de classe e a associação não seja a associação de alguns e não de ...
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