Basófias, sem olhar a meios...
1.Realizou-se ontem
mais uma Assembleia-geral da entidade que diz superintender em todo o futebol de
Portugal. Desde o dia 14 de Maio que foi apresentada aos delegados a Ordem de
Trabalhos cujo ponto primeiro era a aprovação da acta da reunião de 31 de
Outubro de 2013, esboço que só foi entregue momentos antes de se iniciar a sessão, na expectativa de ser analisada, discutida e aprovada na hora! Dado que os profissionais que trabalham na
Federação, pagos como deve ser para fazerem as coisas bem, esqueceram-se de
enviar em tempo oportuno e logo disse que, perante o desleixo que estes
assuntos sérios são tratados, não aprovaria o documento. Não houve outro remédio
senão adiar a sua votação para uma próxima AG. Tristeza…
2.No Orçamento
apresentado para a época que vem, a tutela escreveu este mimo na rubrica
Arbitragem:
Manutenção da filosofia da introdução da
categoria de “estagiário” e da correspondente diferenciação de prémio de jogo
para 50% do seu valor, bem como a alteração do conceito de promoção, permitindo
canalizar estas verbas para os custos com a formação no percurso de estágio
curricular.
E eu disse de viva
voz: Vou votar contra este orçamento dado não admitir que em 2014, em pleno
século XXI, ainda há mentes obtusas que pensam que o mesmo trabalho feito por
pessoas, todas elas iguais, ainda tenha diferenciação em termos de valores.
Inacreditável, inconcebível, uma vergonha! Mais, a Federação paga a quantia de
16 euros, repito, 16 euros, a um Árbitro Assistente, altamente especializado, dedicado e cumpridor, sendo-lhe acrescido que também é o garante da certificação da competição federativa, logo seu representante, o qual, em termos
comparativos, recebe menos à hora do que uma senhora da limpeza (vulgo,
mulher-a-dias)! A votação teve 2 abstenções e 1 voto contra.
Nos assuntos
diversos apresentei os pontos seguintes:
3.O que se passou na entrada norte no
Estádio nacional no jogo final da Taça de Portugal jamais devia ter acontecido
se os ditos profissionais ao serviço da Federação, pagos como tal, se pensassem
e se esmerassem na organização do evento e não proporcionassem um triste e
deplorável espectáculo aos adeptos que por ali entraram aos repelões, que foram
pressionados pela presença policial, que sofreram na pele (desmaios) e outras
maledicências, pois simplesmente pagaram o seu ingresso e tinham direito a
segurança, conforto e tranquilidade, o que, naquele espaço, nada disso
aconteceu. Futuramente, se V. Exªs assim entenderem poderei auxiliar nesta área
e graciosamente. É só pedirem-me.
4.O vídeo que passou
no jantar de gala dos 100 anos somente abordou a história da Federação
Portuguesa de Futebol depois de 1966. Ora, como a FPF foi criada, com outro
nome (União Portuguesa de Futebol), em 31 de Março de 1914, os 52 anos que
antecederam não fazem parte do historial da FPF? Quem será a douta criatura que
se arroga a ignorar o passado, tratando tão mal os pergaminhos da entidade que
superintende no futebol em Portugal? É assim que, com este incrível
esquecimento, se quer ter futuro? Se V. Exªs assim ajuizarem poderei,
como delegado a esta Assembleia-geral, sempre activo e participativo, colaborar
nesta área e gratuitamente. É só pedirem.
5.Já agora o porquê
do decano da arbitragem portuguesa Joaquim Fernandes de Campos, prestes a
comemorar os seus noventa anos de idade, convidado com pompa e circunstância
para integrar a Comissão de Honra do centenário da Federação Portuguesa de
Futebol ter sido esquecido para estar presente no jantar de gala, quando
apareceram venerandas e caducas figuras que o futebol teve de suportar…
6.Na revista editada
para a recente final da Taça de Portugal nos jogos realizados até agora só
consta o nome do Árbitro. Fiz uma pesquisa exaustiva e consegui obter os nomes
de todos aqueles que os auxiliaram (Fiscais de Linha ou Árbitros Assistentes).
Se a tutela quiser estes elementos é só pedir pois forneço-os graciosamente. Mais, no dito magazine os erros são em
duplicado, pois nos títulos as épocas são clubes e as datas dizem finais…
Profissionais…
7.Perguntei se a
promessa do dito presidente da direcção na Assembleia-geral que aprovou o Relatório
e Contas de 2012, em que se esqueceu de mencionar o maior acontecimento da
arbitragem portuguesa desde sempre, quando Pedro Proença foi considerado o
melhor do mundo, a par de ter actuado, com Duarte Gomes, Jorge Sousa, Bertino
Miranda e Ricardo Santos, nas partidas finais da Liga dos Campeões e do
Euro-2012, assim como outros agentes da arbitragem que participaram em
campeonatos europeus, que o ia fazer,
mas como até agora nada recebi é garantido que a tal compromisso está por cumprir.
Coisas…
Enquanto estiver a exercer
a função de delegado na Assembleia-geral será sempre no sentido de querer o
melhor para o futebol e para a arbitragem!
3 comentários:
Parabéns pela sua presença no futebol, suas convicções e denuncias.
Obrigado por tudo!
Muito bem meu caro Alberto Helder, pena é só haver um Alberto Helder a defender a Arbitragem Portuguesa, o resto...bem o resto ...são cantigas!. Abraço
Muito bem escrito e muito esclarecedor as tuas palavras para denunciares o que vai na Federação Portuguesa de Futebol.
É pena não abrirem a pestana e continuarem a fingir que não veem o que se passa lá e pessoas com muita responsabilidade.
É mais fácil andarem ás palmadinhas nas costas os ditos amigos.
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