Na edição de hoje do jornal “A Bola”, na página 20, veio
publicada uma fotografia do saudoso Mestre Joaquim Campos, pessoa idónea, séria
e respeitada e considerada universalmente, cuja imagem foi identificada como sendo “o árbitro Inocêncio
Calabote foi irradiado na sequência do Benfica-Cuf”.
Acontece que o senhor Inocência Calabote, que na verdade
dirigiu aquele jogo (ao qual eu assisti), tem sido, através dos tempos,
conectado com aquilo que hoje se chama de corrupção.
Ora, a inclusão da imagem do Mestre Joaquim Campos naquele
jornal é uma afronta à sua memória, ao seu carácter, ao seu exemplar
comportamento, e, principalmente, à sua figura de homem de bem e imensamente admirado,
como o foi, aquém e além-fronteiras.
Entendo que o referido periódico deva pedir desculpas formais
e pessoais aos seus familiares, pois não é com falta de atenção ou ignorância
que se coloca em causa uma pessoa que sempre pautou a sua atividade,
profissional ou desportiva, com lisura, prestígio e dignidade!
Recordo que, entre tantos e tantos louvores, distinções e
homenagens, o Mestre Joaquim Campos foi galardoado pelos Municípios de Lisboa e
de Miranda do Corvo, com a Medalha Municipal de Mérito, grau ouro, e pela FIFA:
foi o primeiro árbitro português a receber o maior título atribuído aos árbitros
que tiveram carreira internacional imaculada.
Contudo, veio agora à memória que o referido jornal, em
2010, também provocou uma estúpida polémica, quando afirmou que saudoso árbitro
Filipe Gameiro Pereira era daltónico, o que foi perentoriamente contrariado
pelo seu filho, Jaime dos Santos Pereira, mas o pedido de desculpas ficou no
tinteiro, e, como tal, poderá ver-se a minha reação em:
Enfim, fazer estas coisas a quem já cá não se encontra é
uma verdadeira falta de respeito, vergonhoso até, e não dá credibilidade ao seu autor...
1 comentário:
É lamentável que cada vez mais surjam situações destas que em nada abonam a qualidade profissional da classe jornalística. Em todos os domínios parece que a rapidez da "notícia" é mais importante que o rigor e a investigação.
Conheci o Sr Joaquim Campos, árbitro internacional, através do meu pai, Filipe Gameiro Pereira, e lamento que o jornal "A Bola" tenha estado ligado mais uma vez a gafes que desrespeitam quem já desapareceu e não se pode defender.
Obrigado Alberto Hélder por não deixar passar em branco mais este caso. Um abraço.
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