Mestre na arte de escrever, inovador, cronista de eleição, quase 50 anos de carreira, razões suficientes para alguém dizer que era um Homem Grande num pequeno país.
Iniciou a sua actividade em 1947 no extinto jornal Sports. Trabalhou ainda nos seguintes periódicos: Mundo Desportivo, Diário Popular, Século Ilustrado, Público e A Bola, onde ingressou em 1955 e permaneceu mais de 30 anos. Aqui ficou célebre o seu espaço “A duas colunas” cuja leitura era muito apreciada por todos seus fãs, eu incluído, tendo até enviado textos que foram publicados, principalmente sobre São Tomé e Príncipe, que visitou. Os leitores dos jornais Marca (Espanha), France Soir (França) e Les Sports (Bélgica) também usufruíram dos seus trabalhos de excelência.
Carlos Pinhão tinha duas grandes paixões: o desporto e a cidade de Lisboa. Escreveu obras bastante diversas uma vez que publicou livros de humor, poesia, literatura infantil e crónicas, destacando-se sobretudo nos seus escritos nos jornais A Bola e Público.
Eis a sua bibliografia: A Ponte sobre o tédio (1966), Entrevistas sem entrevistado e O meu barbeiro (1968), Futebol de A a Z (1976), Bichos de Abril (1977), Uma gaivota com óculos e outras histórias (1979), O lançamento do díscolo: realidade e alienação em desporto (1980), A Onda Grande e Boa, O professor do pijama azul e Era uma vez um coelho francês (1981), O coelho atleta e a sua escola de desporto (1983), O senhor que não sabia contar histórias, Vovô bicho e Sete Recados (1984), Lua não, muito obrigado (1985), Certo dia no deserto (1988), Senhor ABC (1989), Benfica-O voo da Águia (1990), Abril Futebol Clube (1991), Uma gaivota com óculos e Biografia de Carlos Lopes (1992) e João Campeão (1994), edição póstuma. Importante referir que alguns dos livros citados foram recomendados para o Ensino Básico.
A-propósito transcrevo um texto inserido em “Abril Futebol Clube, Futebol de A a Z, página 87.
Letra A=Árbitro: A figura número um do jogo… não joga, isto é, não chuta. É o primeiro a entrar em campo e o primeiro a entrar em acção, apitando para o desafio começar, do mesmo modo que lhe caberá também a última palavra: a apitadela que põe termo ao encontro.
O Árbitro não pode ser encarado como um inimigo, temos que o ajudar, até porque é muito difícil a sua tarefa: velar pelo cumprimento das regras do jogo. Pode errar, como homem que é, mas, em princípio, o árbitro tem sempre razão, sabe as regras, é um amigo mais que também entra no jogo.
Não lhe chamem imparcial, porque ele pode afinar e com alguma razão. Se é árbitro, é imparcial, isto é, não é parte, não é parceiro, está de fora das equipas, está acima.
Chamar-lhe imparcial é admitir que ele podia não o ser, compreendem?... E ele pode não gostar.
Carlos Pinhão recebeu imensas distinções, mas há que destacar:
-Grau de Comendador da Ordem do Mérito, atribuída a título póstumo, em 18 de Agosto de 1993.
-Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras, atribuída também a título póstumo
-Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras, atribuída também a título póstumo
em 1 de Junho de 1994;
-O Prémio Júlio César Machado (crónicas do jornal Publico, sobre Lisboa);
-Medalha de Mérito Desportivo, em 2 de Fevereiro de 1993, conforme consta o Despacho 13-ME/93, publicado no Diário da República 46/93, de 24 de Fevereiro, II série, página 2032, que diz: Considerando o brilhante currículo do jornalista desportivo Carlos Alberto da Silva Pinhão; Considerando o longo percurso iniciado no extinto Os Sports, prosseguindo no Mundo Desportivo e finalizando no jornal A Bola, onde permaneceu fielmente ao longo de 38 anos; Considerando o reconhecimento do seu talento como repórter e como cronista, a sua paixão ao jornalismo desportivo e a sua participação na criação do Clube Nacional da Imprensa Desportiva; Considerando o reconhecimento de muitos colegas seus sobre a sua invulgar personalidade de humanista, que constitui uma referência para muitos jornalistas; Considerando a humildade e simplicidade com que brilhantemente sempre usou o seu instrumento de trabalho que foi a língua portuguesa; Considerando que deve ser dado público reconhecimento a quem da lei da morte de libertou e entrou já no panteão dos jornalistas eleitos e na história do jornalismo desportivo nacional;
Determina-se: É concedida, a título póstumo, a Carlos Alberto da Silva Pinhão a medalha de mérito desportivo, nos termos dos artigos 3º e 6º do Decreto-Lei 55/86, de 15 de Março. O Ministro da Educação, António Fernando Couto dos Santos.
-O Prémio Júlio César Machado (crónicas do jornal Publico, sobre Lisboa);
-Medalha de Mérito Desportivo, em 2 de Fevereiro de 1993, conforme consta o Despacho 13-ME/93, publicado no Diário da República 46/93, de 24 de Fevereiro, II série, página 2032, que diz: Considerando o brilhante currículo do jornalista desportivo Carlos Alberto da Silva Pinhão; Considerando o longo percurso iniciado no extinto Os Sports, prosseguindo no Mundo Desportivo e finalizando no jornal A Bola, onde permaneceu fielmente ao longo de 38 anos; Considerando o reconhecimento do seu talento como repórter e como cronista, a sua paixão ao jornalismo desportivo e a sua participação na criação do Clube Nacional da Imprensa Desportiva; Considerando o reconhecimento de muitos colegas seus sobre a sua invulgar personalidade de humanista, que constitui uma referência para muitos jornalistas; Considerando a humildade e simplicidade com que brilhantemente sempre usou o seu instrumento de trabalho que foi a língua portuguesa; Considerando que deve ser dado público reconhecimento a quem da lei da morte de libertou e entrou já no panteão dos jornalistas eleitos e na história do jornalismo desportivo nacional;
Determina-se: É concedida, a título póstumo, a Carlos Alberto da Silva Pinhão a medalha de mérito desportivo, nos termos dos artigos 3º e 6º do Decreto-Lei 55/86, de 15 de Março. O Ministro da Educação, António Fernando Couto dos Santos.
Há que dizer bem alto: Carlos Pinhão, obrigado por tudo o que proporcionaste a todos nós, ao país e às letras!!!
2 comentários:
Uma saudade. ai, ai, ai
Carlos Pinhão, Pai da Leonor pinhão, foi um grande jornalista desportivo no jornal A Bola e escritor de várias obras para adultos e também para os mais jovens. Saudades amigo!
Enviar um comentário