Bonita idade para se comemorar tamanho acontecimento que alterou os hábitos e costumes da sociedade portuguesa desde então.
Graças aos mais activos membros do Partido Republicano Português, a República foi proclamada às 9 horas da manhã do dia 5 de Outubro de 1910, na varanda dos Paços do Concelho em Lisboa, destituindo, assim, a monarquia constitucional que perdurava há 90 anos.-Paços do Concelho-
O Partido Republicano Português foi fundado em 1876 por um grupo de cidadãos descontentes com o regime liberal, mas impulsionados e entusiasmado com os então recentes triunfos republicanos em Espanha (República instaurada em 11.02.1873, mas que cairia em 29.12.1874) e França, com o regresso da República (III) em 04.09.1870. Em Portugal, o poder passou, então, a ser gerido pelo Governo Provisório Republicano, sendo o seu presidente o Advogado Joaquim TEÓFILO Fernandes BRAGA (natural de Ponta Delgada, onde nasceu a 24.02.1843 e faleceu em Lisboa, a 28.01.1924), cargo que exerceu de 6 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911. -Teófilo Braga-
O primeiro presidente eleito da I República foi o Advogado MANUEL José de ARRIAGA Brum da Silveira e Peyrelongue, natural da Horta (Açores), onde nasceu a 08.07.1840, falecendo em Lisboa, a 05.03.1917. Exerceu o cargo de 24.08.1911 a 26.05.1915, data em que foi obrigado a resignar, face ao contra-golpe desencadeado por sectores da Armada chefiados por Leote do Rego e José de Freitas Ribeiro. -Manuel Arriaga-
O Jornalista João PINHEIRO CHAGAS (nasceu no Rio de Janeiro em 01.09.1863/f. 28.05.1925, no Estoril) foi o primeiro primeiro-ministro nomeado. Esteve no seu cargo apenas 70 dias, isto é, de 4 de Setembro de 1911 a 13 de Novembro do mesmo ano. -João Chagas-
Naturalmente que os símbolos maiores de Portugal (a Bandeira e o Hino) tiveram necessárias e importantes mudanças. -Columbano Bordalo Pinheiro-
A Bandeira Nacional foi criada pelo Mestre Columbano Bordalo Pinheiro (n. em Lisboa, a 21.11.1857/onde faleceu em 06.11.1929) e utilizada desde os primeiros momentos da República até que a Assembleia Nacional Constituinte ratificou-a, tal como ela é hoje, em 19.06.1911. -Henrique Lopes Mendonça-
No segundo caso foi adoptada a letra de A Portuguesa, composta em 1890 pelo Comandante Henrique Lopes de Mendonça (nasceu em Lisboa 12.02.1856/onde veio a morrer a 24.08.1931) e musicada pelo Pintor ALFREDO Cristiano KEIL (nasceu em Lisboa em 03.07.1850/f. 04.10.1907 em Hamburgo), desde cedo considerada como símbolo patriótico, mas também republicano. Só a partir de 16.07.1957 é que se consubstanciou inalterado em definitivo. -Alfredo Keil-
HINO NACIONAL (VERSÃO INTEGRAL)
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novoNação valente, imortal,
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
Registo sonoro:
http://www.youtube.com/watch?v=ZvbBxh87444
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