CORREIA DOS SANTOS – FALECEU UM GRANDE DESPORTISTA DO HÓQUEI PATINADO

Quando os hoquistas portugueses começaram a dar brado no mundo do desporto com a conquista em 1947 do seu primeiro título mundial, no Pavilhão dos Desportos, em Lisboa, tinha eu 5 anos de idade e logo a partir daí senti-me atraído por aquela magnifica e atraente modalidade ao mesmo tempo que apreciava os fantásticos feitos da selecção nacional que ganhou, seguidos, 4 campeonatos mundiais, isto só até 1950! -Aos 6 anos de idade-
José Correia dos Santos, que nasceu em Paço de Arcos (Distrito de Lisboa) no dia 1 de Agosto de 1926, deu, desde os 14 anos, a sua colaboração, aos grupos de hóquei em patins da sua terra natal, o Paço de Arcos Hóquei Clube (até 1944) e Clube Desportivo de Paço de Arcos, vindo a estrear-se no dia 17.11.1940 nas terceiras categorias.

-Em 1941, na terceira categoria do Paço de Arcos Hóquei Clube-
Como fino e elegante avançado que era e pelos golos que obtinha passou a ser considerado como a maior fábrica de golos do Mundo, logo a pequenada queria-o imitar em todo o país, que seguia entusiasticamente as emotivas e apaixonantes transmissões radiofónicas dos jogos da selecção nacional. -A selecção maravilha, os maiores do Mundo-
E eu fui uma delas, até que mais tarde vim a aprender a patinar e jogar nas categorias de formação do Sport Lisboa e Benfica e por aí fiquei. Vim a repetir a prática já em África envergando a camisola do Sport São Tomé e Benfica. -Mais um título mundial!-
Correia dos Santos, pessoa simples, educada, gentil e exemplar era um jogador com uma apuradíssima técnica, leal e lutador, que encantava quem o via jogar.-Em Montreux (Suiça)-
Foi internacional, capitão da Selecção nacional de hóquei, e com Emídio Pinto, António Raio, Edgar e Jesus Correia formou os «cinco violinos do hóquei». Jogou hóquei em patins durante 19 anos, e passou também pelos campos de futebol com as camisolas do Paço de Arcos, do Estoril Praia e da CUF. -Neste jogo com a Itália Portugal ganhou por 5-1, Correia dos Santos marcou os cinco tentos!-

Despediu-se oficialmente do hóquei em 1956, mas a pedido do clube continuou a jogar até 1960, altura em que tinha já 36 anos.

-Recebe mais um troféu para o museu da selecção portuguesa-

A prová-lo, um impressionante currículo no qual foi 158 vezes internacional português, marcando 307 golos. Pela Selecção de Lisboa marcou 84 e pelo Paço de Arcos dizia ter perdido a conta a partir dos 2700.

-Em 1948, na equipa principal do Grupo Desportivo Estoril Praia-

Foi oito vezes campeão nacional, conquistou seis campeonatos do Mundo e outros tantos da Europa, para além de vários outros troféus e condecorações.

-Com o seu primo Jesus Correia, outro desportista de gabarito-

Contava 84 anos quando a morte o surpreendeu no passado domingo, dia 19. Foi a enterrar no Cemitério de Oeiras.

-Mais uma distinção recebida-

Aqui fica a minha sentida homenagem a quem me proporcionou alegria sem fim quando os seus golos faziam mossa nos adversários estrangeiros… -Foto Jornal Record (com a devida vénia)-