Como habitualmente reproduz-se O Boletim, editado pela Comissão Central de Árbitros, de há 50 anos e este é o 33 exemplar, com os seguintes temas:
NOVO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL – Tomou posse o 16º Presidente da Direcção, Francisco Mega, a quem se apresentou felicitações e que se confiava cegamente na compreensão e espírito de cooperação para se melhorar a qualidade da arbitragem portuguesa (foto 1).
EQUIPA DE ARBITRAGEM QUE DIRIGIU JOGO EM CABO VERDE – Francisco Romão Alves (n. 23.02.1933) arbitrou os encontros em que a selecção local defrontou as congéneres da Guiné-Bissau e da Gambia. No primeiro desafio teve a colaboração de Caetano de Jesus (que foi substituído no segundo jogo por José Sena) e Humberto Faria (foto 2).
OUTROS TÍTULOS – Da capital de Moçambique chegaram duas notícias: a classificação dos melhores Árbitros da sua capital, liderada por Abel Bastos, seguindo-se-lhe Vítor Real, Luís Antunes, Carlos Américo, Jaime Silva, Mário Lage, Óscar Simões, sem esquecer Barbosa, Balzinhas, Tomé, Rodrigues, Prudêncio, Soares e Morais; e a constituição da nova Comissão de Árbitros local presidida por Américo de Almeida, auxiliado por Joaquim Correia e Américo Costa.
ACÇÃO DO ÁRBITRO, de Ildefonso Barbosa;
ACONTECEU HÁ VINTE E CINCO ANOS, dá conta que, o Regulamento aprovado em Assembleia-geral dos Árbitros lisboetas, em 17 de Abril de 1935, permitia que os filiados em actividade pudessem fazer parte dos corpos directivos. Para pedir uma reunião com a Direcção eram necessárias assinaturas de mais de 50 colegas. Árbitro que dirigisse a 1ª categoria distrital auferia 100$00 (o máximo da tabela), enquanto nas categorias inferiores recebia o mínimo (15$00). Descontava obrigatoriamente 10% do prémio para a Colégio. O equipamento obrigatório constava de: camisola branca, calção preto, meias com canhão preto e branco, calçado próprio e casaco preto debruado a branco, com o distintivo da Associação sobre o lado esquerdo. Era facultativo o uso de boné. Determinou-se, ainda, que se devia evitar discutir ou apreciar os actos ou atitudes dos seus colegas.
Aurélio Márcio (foto 3) assina a crónica
SÃO PIORES OS ÁRBITROS DE HOJE? na rubrica Tem a Palavra um Jornalista. Carmo Lourenço, subscreve
O ÁRBITRO-E A CLUBITE AGUDA. O Dr. Mesquita Guimarães assina
BREVE HISTÓRIA DA MEDICINA DESPORTIVA. Mariano Sabino dos Santos, Árbitro de Portalegre, escreve sobre
O “SENHOR CUNHA”. Décio de Freitas na sua página
GALERIA DO PASSADO, relata aquela que foi a vida desportiva de Jorge Vieira (foto 4), capitão da selecção portuguesa e Árbitro internacional. Joaquim Campos descreve a
JORNADA DE CONFRATERNIZAÇÃO LUSO-ESPANHOLA NO SECTOR DE ARBITRAGEM, com a presença do trio nacional em terras espanholas (Eduardo Gouveia, Árbitro, Joaquim Campos e Hermínio Soares, estes auxiliares) para dirigirem em 2 de Março de 1960, o encontro da segunda-mão da Taça dos Clubes Campeões Europeus, entre o Real Madrid e Nice, com a vitória dos madrilenos por 4-0 (foto 5)! Neste desafio, em Chamartin, estiveram 100.000 espectadores. Para além de serem distinguidos pelos seus colegas espanhóis com um acompanhamento Vip, estiveram numa festa de homenagem ao presidente do Comité de Arbitragem espanhola, onde foram muito aplaudidos e elogiados. Um caso pouco comum se verificou depois: Houve desentendimento entre Hermínio Soares – que tinha levado o seu automóvel na viagem para Madrid – e Joaquim Campos. Este, face ao radicalismo que existiu, foi obrigado a regressar sozinho e de avião! Coisas… Dá-se conta do
RELATÓRIO DO CURSO para Árbitros da Comissão de Arbitragem da FIFA, realizado em Agosto de 1959, em Macolin (Suiça), onde esteve Filipe Gameiro Pereira, nosso representante. Ramos Cavaleiro fala da
PREPARAÇÃO FÍSICA DO ÁRBITRO. NOTÍCIAS REGIONAIS – Lisboa e Aveiro dão informações para o Boletim, no caso a realização de palestra e a publicação do agradecimento do antigo presidente da Comissão de Arbitragem aveirense, Américo de Reboredo Sampaio e Melo. Tomou posse a Comissão Distrital de Árbitros de Aveiro liderada por Dr. José Abílio dos Santos Clemente (foto 6).
UM ÁRBITRO ESTRANGEIRO POR MÊS (foto 7) – É evocado o francês Maurice Guigue (n. 04.08.1912), que arbitrou 13 jogos internacionais entre selecções nacionais, incluindo a final do Mundial de 1958, na Suécia!
RETALHOS DA CRÍTICA – São evocados quatro casos em que os cronistas não conseguem acertar a bota com a perdigota, senão vejamos o que escreveu o sr. Francisco Lourinho, correspondente do jornal A Bola em Évora, sobre o encontro Juventude-Serpa: Cecílio foi expulso por falta de respeito para com o Árbitro. Mais à frente aprecia o trabalho do Árbitro desta forma: O Árbitro começou bem mas acabou mal. A expulsão de Cecílio, embora justa, foi lamentável, pois o jogador protestou uma sua decisão realmente errada. Lamentável a expulsão, diz o pseudo cronista. Deplorável a opinião, acrescentaremos nós!
CINCO MINUTOS AO MICROFONE – Tema desenvolvido por Décio de Freitas que, uma vez por semana, tem tempo de antena na Rádio Vozes de Portugal para falar de arbitragem do futebol.
DIVERSOS – Divulga-se a expansão que o Boletim tem em tudo o que é mundo e, claro, desde que por lá haja um português… Dá-se conta que o grande historiador húngaro Estéban Somos está a elaborar um livro com a biografia de mais de 300 Árbitros FIFA, de 68 países, através da Editora Corvina. É obra! Os franceses oficiaram a FIFA pedindo que não nomeassem árbitros portugueses para os seus jogos internacionais. Nós por cá pedimos-lhes bom senso! A comunicação social portuguesa não tem sido simpática para com a equipa de arbitragem que dirigiu o encontro Real-Nice, devido ao problema surgido com a cronometragem do jogo, coisas que só acontecem a quem lá anda. Regista-se a criação da Associação de Futebol de Inhambane (Moçambique) e consequentemente a Comissão de Árbitros. Eis a sua constituição: António Rodrigues Arruda, presidente, indicado pelo Centro Provincial de Educação Física e os vogais Engenheiro José dos Santos Neto, designado pela Associação de Futebol e José da Silva Martins, escolhido pelos Árbitros.