sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

QUESTÕES COLOCADAS FRONTALMENTE AO ACTUAL PRESIDENTE DO CONSELHO DE ARBITRAGEM DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL, SR. CARLOS ALBERTO FONSECA ESTEVES

Conforme expressei na minha crónica de 26 de Fevereiro último, vou então dissecar as perguntas formuladas, em Odemira, aqui sintetizadas, e as respostas obtidas, também abreviadas.

PRIMEIRA PERGUNTA – RECRUTAMENTO DE CANDIDATOS A ÁRBITRO – Face à falta de Árbitros que existe, para quando é que o Plenário do Conselho de Arbitragem dá cumprimento ao estipulado no Regulamento que gere o sector, concretamente ao seu artigo 119º, onde não está criado o documento regularizador que definirá as normas processuais perante os clubes em falta?

CONSIDERANDO: O actual Presidente do Conselho de Arbitragem foi um dos mais activos participantes na elaboração do referido Regulamento aprovado pela Assembleia-geral da Federação em 4 de Maio de 2002 e em vigor desde 1 de Julho do mesmo ano, quando exercia as funções de Presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa. Passados todos estes anos é natural que não se lembre do articulado quanto à matéria que está em apreciação. Por achar importante conhecer o que está em vigor, a seguir se transcreve o articulado aprovado, destacando-se o que não está a ser cumprido pelo Plenário. Assim:
CAPÍTULO V – Do Recrutamento e Da Formação – Secção I – Do Recrutamento – 116º - 1. O recrutamento dos Árbitros e Árbitros Assistentes é obrigatório para os clubes participantes em todas as competições oficiais. 2. As Associações e os Núcleos participam no recrutamento dos Árbitros em estreita colaboração com os Conselhos Distritais das Associações.
Artigo 117º - 1. O número de candidatos a Árbitros que os Clubes devem por à disposição da sua Associação, é variável consoante a competição em que participe a sua equipa melhor classificada e não poderá ser inferior a: Campeonatos Nacionais: 1ª Liga e 2ª Liga, 3 candidatos a Árbitros. Restantes Divisões: 2 candidatos a Árbitros. Campeonatos distritais: 1ª Divisão e Divisão de Honra: 2 candidatos a Árbitros. Restantes divisões; 1 candidato a Árbitro. Campeonatos de jovens: 1 candidato a Árbitro. 2. Cada clube fica obrigado a cumprir o disposto no número anterior, de dois em dois anos, mas com base na divisão que disputava no primeiro ano.
Artigo 118º - Estão dispensados da obrigação do artigo anterior, os clubes que disputem a última divisão de cada Distrito, nos dois primeiros anos em que a ela acederem.
Artigo 119º - 1. Cada Conselho de Arbitragem desenvolverá as suas próprias politicas de recrutamento de candidatos a Árbitros, segundo as suas próprias necessidades e a análise casuística das suas limitações. 2. O recrutamento feito com os clubes, nos termos do presente normativo, será objecto de regulamentação específica, a ser criada pelo Plenário do Conselho de Arbitragem, o qual estabelecerá o regime processual a adoptar, os parâmetros do enquadramento da participação dos clubes, o regime sancionatório, bem como todos os demais procedimentos julgados convenientes.
Artigo 120º - O incumprimento, por parte dos clubes, do regime de recrutamento disposto neste Regulamento, poderá ser comunicado ao órgão disciplinar competente pelos Conselhos de Arbitragem ou pelas Direcções da Associações Regionais ou Distritais.

RESPOSTA: O Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF disse que os Conselhos de Arbitragem não se devem meter no assunto…

COMENTÁRIO: Face a esta postura, penso que os dirigentes que administram o sector deveriam ler periodicamente o Regulamento de Arbitragem, a exemplo do que sugerem aos seus filiados para que leiam o Livro de Leis, pois só assim é que estarão sempre actualizados…

SEGUNDA PERGUNTA: Para quando a indicação de Árbitras Assistentes à FIFA no sentido de serem elevadas à categoria de Internacional?

CONSIDERANDOS: A FIFA tem Árbitras Assistentes nos seus quadros desde 1994! Contudo, a exemplo do que passou com as Árbitras, cujo estudo independente elaborado em 2002 e dele se deu conhecimento na altura ao Conselho de Arbitragem da FPF, o que resultou que só em 2004 é que as Árbitras portuguesas obtiveram o estatuto de internacionais, está agora a passar-se o mesmo com as Assistentes. A FIFA tem, actualmente, mulheres internacionais em 130 países, num total de 238 Árbitras e 301 Assistentes. Portugal no ranking das selecções femininas, elaborado pela FIFA, está classificado na 47ª posição, logo existem 83 (!) nações para além do lugar ocupado pela nossa selecção. Todos eles agiram perante a FIFA, indicando as suas candidatas, não esperando por Quadros ou coisa parecida. Só Portugal é que reagirá quando houver o famigerado Quadro de Árbitras Assistentes… Quantos mais anos se irão passar?

Para que não hajam quaisquer dúvidas, passamos a referir todos aqueles países que estão classificados para além do lugar que Portugal ocupa, indicando-se a sua posição na tabela, o número das suas Árbitras, seguido o de Assistentes. A saber: Angola (105º=1+2), Argélia (78º=2+2), Arménia (117º=1+2), Aruba (142º=1+1), Azerbeijão (70º=1+1), Benin (104º=2+4), Bolívia (100º=3+4), Botsuana (149º=1+2), Camarões (88º=4+4), Chile (52º=2+3), Congo Brazzaville (121º=2+3), Costa do Marfim (78º=3+3), Costa Rica (48º=1+1), Croácia (50º=4+4), Cuba (101º=2+2), Dominica (133º=0+1), Egipto (85º=2+3), El Salvador (114º=2+1), Equador (52º=2+1), Eritreia (58º=1+2), Eslovénia (63º=1+2), Estónia (95º=1+0), Etiópia (113º=2+4), Fiji (77º=1+0), Grécia (51º=3+4), Guatemala (83º=0+3), Guiné-Conacri (119º=1+3), Hong Kong (68º=1+0), Ilhas Cook (118º0+1), Ilhas Salomão (102º=0+1), Ilhas Virgens dos Estados Unidos (138º=0+1), Irlanda do Norte (80º=0+1), Israel (66º=2+2), Jamaica (76º=0+1), Jordânia (59º=1+0), Kazaquistão (68º=2+3), Kénia (140º=2+3), Letónia (87º=1+1), Líbano (132º=1+0), Libéria (148º=2+2), Lituânia (65º=1+2), Luxemburgo (97º=1+0), Malásia (86º=1+1), Malawi (128º=2+3), Mali (84º=2+3), Malta (112º=1+0), Marrocos (70º=0+1), Moldávia (107º=1+0), Nicarágua (109º=1+1), Panamá (67º=1+2), Paraguai (59º=2+2), República Democrática do Congo (108º=2+3), República Dominicana (96º=0+1), Santa Lúcia (120º=1+0), Senegal (91º=2+3), Tanzânia (145º=2+3), Turquia (75º=3+4), Uruguai (59º=4+2), Uzbequistão (49º=0+2), Venezuela (82º=2+3), Zâmbia (131º=2+3) e Zimbabué (106º=2=4).

Discrimino, agora, os países que não constam na classificação da FIFA, isto é, que não têm futebol feminino, mas têm Árbitras e Árbitras Assistentes internacionais: Bahamas (1+0), Barbados (0+1), Borundi (2+2), Cabo Verde (2+3), Chade (1+3), Chipre (1+2), Gabão (1+2), Guiana (1+2), Honduras (1+2), Kyrgistão (0+2), Macau (0+1), Madagáscar (2+2), Mauritânia (1+2), Nepal (1+2), República Centro Africana (2+4), São Tomé e Príncipe (1+2), Togo (2+3), Turcas e Caicos (0+1) e Uganda (2+3). Mais elucidativo do que isto? Sinceramente, não sei…

RESPOSTA: Diz que a Federação Portuguesa de Futebol tem um único quadro de Árbitras que comporta 25 inscrições mas que só tem 18. Que o Quadro feminino é ilegal que poderá ser extinto a qualquer momento, mas não o fará. Por ter falta de Árbitras ao pedir às Associações que indiquem candidatas aos lugares em aberto, já reduziu o período de permanência na 1ª categoria distrital para um só ano.

COMENTÁRIO: Garanto que nenhum dos países mencionados têm Árbitras superiores às nossas – pese embora, como Formador, só conheça a realidade angolana, cabo-verdiana, cubana e santomense – quanto mais o tal quadro que o Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação diz ser necessário para o efeito…

TERCEIRA E ÚLTIMA PERGUNTA: Quando é que são indicadas à FIFA as Árbitras de Futsal portuguesas para obterem a merecida internacionalização?

CONSIDERANDOS: Em 2007 a FIFA, independentemente do Quadro Masculino, levou a efeito, pela primeira vez, a criação do Quadro de Árbitras de Futsal internacionais, aceitando a candidatura de 3 países, conforme passamos a discriminar, com a indicação da sua posição no ranking mundial masculino nesta variante e o número de Árbitras que usam a respectiva insígnia: Brasil (1º=4), Peru (49º=2) e Venezuela (44º=2). Neste ano, para além dos já mencionados, admitiu novas inscrições dos seguintes 5 países: China (41º=2), Colômbia (36º=1), Espanha (2º=1), Hungria (14º=1) e Itália (3º=1).

RESPOSTA: Diz que as mulheres como estão no quadro único federativo, têm que obter as classificações compatíveis com a regulamentação e, se conseguirem tais objectivos, é que serão propostas à FIFA, para a internacionalização. Desconhece que a FIFA tenha esse Quadro feminino. Desconhece também que a Filipa Santos seja Instrutora da FIFA. Que não é Monitora da Federação, que não tem o curso de Formadora. Disse, ainda, desconhecer que o universalmente categorizado António José Fernandes Cardoso (Árbitro de Futsal de elite mundial) tenha o mesmo estatuto formativo.

COMENTÁRIO: Como se o desconhecimento justificasse o injustificável…Mas a ignorância prejudica gravemente a arbitragem feminina portuguesa, isso eu não tenho dúvidas. Neste momento são 14 as Árbitras de Futsal FIFA e Portugal, igual a zero. E já lá vão 2 anos… Que incentivos dá às Árbitras com este procedimento? O que é que lhe custa acatar indicações pertinentes, honestas e credíveis? O que é que custa propor ao plenário a indicação das Árbitras portuguesas mais qualificadas e com bastas provas dadas, que são o caso das Árbitras filiadas no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto, Filipa Isabel Sousa Pereira dos Santos (há 7 épocas na primeira categoria nacional e é Instrutora FIFA) e Sandra Maria Novais da Silva (também Árbitra da 1ª categoria nacional e que na época passada foi classificada em 3º lugar numa escala onde constam 32 colegas que aspiram alcançar o topo). Quanto aos dois Instrutores FIFA portugueses terei que dizer que é uma honra, um orgulho para Portugal e não o contrário. Será que ninguém vê ou sente isto?

NOTAS À PARTE: Devo referir que me causou alguma estranheza o facto do actual Presidente da Arbitragem ter afirmado que já sabia que eu ia falar dos três assuntos que apresentei. Ora, como não contactei previamente com ninguém sobre o que eu ia falar, só reconheço este predicado aos bruxos, pessoas em quem não acredito! Em jeito de balanço dou conta que o meu desejo é que a arbitragem portuguesa atinja os mais altos patamares, que não se deixe ultrapassar por pormenores que estão a dominar o principal responsável pela nossa arbitragem. Nestes três casos que apresento serão facilmente superados se houver boa vontade, empenhamento, respeito e entendimento pelas sugestões que apresento todas elas exequíveis. O futebol e a arbitragem agradecem que os tratem com a dignidade que merecem. A presunção, o autismo e despotismo não são sinónimos desejados entre nós, bem pelo contrário, quanto mais longe, melhor. A humildade, o saber e capacidade intelectual de interpretar os anseios de quem trabalha em prol da causa são sempre bem-vindos.

Estarei, como sempre, disponível para esclarecer pessoalmente tudo o que for necessário e incondicionalmente caso ainda suscite alguma dúvida o que disse e que agora descrevi em pormenor em defesa da arbitragem portuguesa.

O último assunto: O Presidente do Conselho de Arbitragem disse ainda que eu enviei estas observações ao Presidente da Federação, Dr. Gilberto Parca Madaíl – o responsável máximo do futebol em Portugal – e que o Engº Ângelo Brou (Secretário-Geral da FPF) já me tinha respondido…

Para uma melhor apreciação do que foi afirmado agora pelo Presidente do Conselho de Arbitragem e a verdade dos factos, que não deixam dúvidas, enumero os passos que foram dados, através de correio electrónico:

1-Em 16 de Janeiro de 2008:
Exmº Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Com os meus melhores cumprimentos venho dar conta dos reparos que faço hoje na minha página da net (albertohelder.blogspot.com), pois, V. Exª como responsável máximo do futebol português, tem uma palavra a dizer. Saudações, Alberto Helder.

2-Em 21 de Janeiro de 2008:
Exmº Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Dado ainda não ter recebido resposta de V. Exª à minha comunicação do passado dia 16 deste mês, volto a dar conta que fiz pertinentes reparos na minha página da net (albertohelder.blogspot.com), pois, V. Exª como responsável máximo do futebol português, tem uma palavra a dizer. Saudações, Alberto Helder.

3-Em 10 de Fevereiro de 2008:
Exmº Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Na sequência da correspondência anterior, enviada a V. Exª em 16 e 21 de Janeiro último, da qual ainda não mereci qualquer resposta, volto a dar conta da falta de sensibilidade da Federação Portuguesa de Futebol para resolver os temas que aflorei apressadamente, pois não me foi possível apresentá-los doutra forma, no Fórum Nacional do Futebol para os quais chamo a vossa melhor atenção e que hoje divulgo, mais em pormenor, na minha página na net, em albertohelder.blogsport.com. Espero, pois, que V. Exª perca o tempo necessário para analisar as questões e, como responsável máximo do futebol em Portugal, transmitir a quem de direito que algo poderá ser feito, com simplicidade e vontade, mas sempre em benefício da modalidade e da arbitragem em particular. Saudações. Alberto Helder.

4- Em 11 de Fevereiro de 2008:
Senhor Alberto Helder, Reporto-me ao seu e-mail de 10.2.08. O assunto referido no seu e-mail de 16.1.08 mereceu um despacho imediato do Sr. Presidente no sentido de averiguar as razões. O assunto foi discutido com o Sr. Presidente do Conselho de Arbitragem e na reunião de 22.1.08 com a APAF foi referida a informação que fez o favor de nos enviar. Fiquei convencido que a justificação apresentada pelo Sr. Presidente do C. de Arbitragem teria sido transmitida, o que verifico agora que não foi o caso. Vou procurar responder rapidamente.
Melhores cumprimentos, Ângelo Brou.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

MEM MARTINS-PORTO SALVO, O JOGO QUE FUI ASSISTIR







Desloquei-me no Domingo passado, dia 24, ao Campo da Quinta do Recanto, onde presenciei o encontro entre o Mem Martins Sport Clube (Fundado em 22.7.1937) e o Atlético Clube do Porto Salvo (F 20.6.1948), o qual contava para a 18ª jornada do Campeonato Distrital de Lisboa da 1ª Divisão, série 2 e que o visitado ganhou por 1-0, nos últimos momentos da partida. Registe-se o magnífico arco-íris que apareceu! (foto)


Até a esta jornada as equipas estavam ordenadas na classificação da seguinte forma: MEM MARTINS: Em primeiro lugar, partilhado com a equipa Alta de Lisboa, com 38 pontos resultantes de 12 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, tendo marcado 27 golos e sofrido 17. PORTO SALVO: 8º lugar, com 24 pontos, de 7 vitórias, 3 empates e 6 derrotas. Golos marcados: 25. Sofridos: 22.

Constituição da equipa de arbitragem: Guilherme José Brasão Paiva Garcia (Árbitro), Rufino Alves Silva e Fernando Manuel Viana Lopes Dias.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

CABRAL FERREIRA – FALECEU UM SENHOR DIRIGENTE


Já se esperava o desenlace há algum tempo, pois a malfadada doença prolongada neste caso foi superior à vontade de quem queria viver.

O Engº Armando José Cabral Ferreira, de 56 anos, Presidente da SAD (Sociedade Anónima Desportiva) e da Direcção do Clube de Futebol Os Belenenses, desde Maio de 2005, não resistiu è enfermidade e deixou-nos ontem de manhã, com grande consternação de todos nós, pela sua inteligência, cordialidade e simpatia, mas principalmente pela maneira exemplar como exercia o cargo de dirigente desportivo. Ultimamente já se sentia muito debilitado e, por isso, no mês passado pediu escusa de continuar à frente dos destinos do seu clube do coração.

O funeral realiza-se hoje, quarta-feira, às 14H30, da Basílica da Estrela (Lisboa) para o Cemitério do Lumiar. Expresso as mais sentidas condolências pelo desaparecimento de mais um dos nossos… Um amigo que se vai!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O CONSELHO DE ARBITRAGEM DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE BEJA LEVA A EFEITO ACÇÃO DE FORMAÇÃO PARA OS SEUS FILIADOS


O dinâmico e competente Presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja, José Rosa Mâncio Soeiro e seus pares, os ilustres Carlos José Vidonho Alberto e João Batista Crujo, promoveram no passado sábado, dia 23, em Odemira (dista 210 quilómetros de minha casa), conforme programa delineado mais uma iniciativa com vista ao aperfeiçoamento técnico, físico e intelectual dos Árbitros bejenses, que compareceram em grande número, cerca de setenta elementos, destacando-se imensos jovens (rapazes e raparigas), o que é salutar e o garante da renovação e continuidade pretendidas para a valorização do sector.

De manhã, os Árbitros começaram por responder ao teste escrito regulamentar e, a seguir, ouviram as sábias palavras do Formador Albano Rocha Fialho – Responsável pela Comissão de Apoio Técnico da Associação de Futebol de Beja, composta por Jorge Francisco Água-Doce Fontes, José António Teodósio Quinta Queimada e Manuel Joaquim Góis Custódio – sendo-lhes transmitido, em pormenor, o balanço do que até agora se passou das prestações de cada qual, o positivo e o negativo e, os convidados João Manuel Paias Gaspar (Formador da Associação de Futebol de Évora) e Vítor Manuel dos Reis (Técnico de Arbitragem) deram a sua preciosa contribuição com excelentes explanações dos trabalhos que prepararam para o efeito.

Após o almoço-convívio, e, aproveitando a presença de todo o grupo de trabalho, cumpriu-se o previsto colóquio com as diversas personalidades que desenvolverem os seus pensamentos perante o aliciante tema proposto: O papel do Árbitro no futuro, para a sociedade actual.

Responderam ao convite o Presidente da Câmara Municipal local, Dr. António Manuel Camilo Coelho, o Presidente da Direcção da Associação de Futebol de Beja, o Dr. Fernando Manuel Marques Dionísio, o Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Carlos Alberto Fonseca Esteves, o Presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Évora, Dr. Vítor Manuel Martins Gonçalves Tomás e o Árbitro FIFA Duarte Nuno Pereira Gomes, que, após as suas intervenções, responderam às diversas questões que lhes foram colocadas.

Quanto à minha contribuição no debate – questionei o Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação sobre assuntos de relevante interesse para a arbitragem nacional – direi que relatarei proximamente o que se passou: as perguntas formuladas e as respostas que obtive publicamente. Chamo, desde já, a sua atenta leitura e respectiva análise para se ficar a saber o pensamento e o modo de actuar do responsável que gere a arbitragem portuguesa e o que se espera de quem tem a obrigação de defender dos seus interesses…

Finda a conferência seguiram-se as provas físicas para os Árbitros que decorreram no modelar Estádio Dr. Justino dos Santos, tento terminado já era noitinha, com muita chuva, vento e frio à mistura…

Por fim, dou conta que senti-me honrado com o convite que o Presidente do Conselho de Arbitragem me fez para que estivesse presente, o que fiz com muito gosto, cumprindo a totalidade do programa, até à entrega dos Diplomas da Federação aos novos formandos. Agradeço as referências que me foram dirigidas. Bem-hajam!

Como curiosidade e alguma surpresa cumprimentei no Estádio a Árbitra Isabel Cristina Fraga Guedes Ferreira (foto), de Vila Real, dado que está a exercer a sua actividade profissional (Enfermeira), no Centro de Saúde de Odemira e faz parte das equipas de socorro da Cruz Vermelha Portuguesa. Pese embora esteja a mais de 580 quilómetros de casa vai, regularmente, fazer os jogos para que seja nomeada nos campeonatos da Associação de Futebol de Vila Real. É de louvar esta atitude, pois só demonstra a nobreza de princípios de quem gosta estar na arbitragem e é um exemplo a seguir.

Entretanto, registo o espectacular, importante e valioso trabalho feito pelo José Dinis Lopes Nunes Godinho Gorjão (foto) – que mantém bem vivo, e apelativo um dos sítios sobre arbitragem mais categorizados e vistos na web e que, desde já recomendo: apitobejense.blogspot.com

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

FOTOS DA VISITA A CUBA (III)







Legendas, a partir de cima:
1-Capitólio de Havana.
2-Movimento na Praça São Francisco
3-Um dos maiores charutos existentes
4-Mãe de Santo, fumando charuto
5-Os manos na Praça da Revolução
6-A Bodeguita del Médio e os seus famosos mojitos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

JOSÉ ALBERTO BRAGA – CINTO QUE NÃO SINTO

Com a devida vénia, transcrevo este magnífico trecho deste meu Bom Amigo:

Alguns anos atrás, em Campolide, Lisboa, onde moro, deparei-me com um homem de certa idade, a coxear e a tentar driblar a chuva e a ventania. Como no poema de Fernando Pessoa, eu iria adiante, ele passaria também no sentido contrário, e nunca haveria um registo do transeunte anónimo que enfrentava a sua circunstância, ou seja, um quase fim de vida a arrastar-se dolorosamente pela rua. Mas não foi assim, porque assim não quiseram os fados da história. Ele, ao passar, disse-me num tom que adivinhei filosófico:
– Sinto... a arrastar.
Ora, o que dizer a um companheiro de viagem da vida? Pois se ele mesmo me oferecia a constatação e a sentença a que estava destinado a cumprir... A partir dali, a vida seria para ele o seu próprio degredo. Sim, essa vida que, boa ou má, dela já tinha devorado todo o miolo, essa mesma vida que agora o empurrava pela escada abaixo da existência, numa queda vertiginosa que não permitia qualquer inflexão.
Medi o homem e a situação. E pensei em rematar a conversa com uma velha frase que diz tudo e não diz absolutamente nada.
– Eu sei, é a vida!
O ancião não ficou satisfeito com a minha filosofia de pacotilha. Provavelmente adivinhou-me um homem das letras, ou coleccionador delas, e voltou a espicaçar-me:
– Sinto... a arrastar.
Pela segunda vez, a enfrentar o seu Gólgota, o homem atirava-me a frase. Desta vez não a entendi como uma exacerbação filosófica, mas sim como uma chicotada verbal contra a minha notória insensibilidade. Se o homem ali estava, depois de anos e anos na dança do vira da vida, era justo que o seu interlocutor revelasse alguma atenção, um gesto de contrariedade frente às agruras vergastadas pelo tempo, um braço de apoio ou ainda, quem sabe?, uma lágrima fortuita a balançar solidariedade no canto do olho.
Mas não, com os diabos. Eu estava num daqueles dias pessoanos. Doía-me a alma, a metafísica, e a chuva rolava irremediavelmente concreta a fazer cócegas irritantes no meu lado menos solidário. Abri os braços num comentário visual do como quem diz: o que se há-de fazer? Julguei-o suficiente e avancei na rua a querer sair do filme daquela situação. Logo percebi que não me safava assim tão rapidamente. Desta vez o homem usou de toda a energia e ênfase de que foi capaz para fazer perceber o meu equívoco – Meu amigo, não falo de mim. O que sinto não tem nada com o que lhe quero fazer entender. Cinto... a arrastar. O cinto da sua gabardina está a arrastar, compreendeu?
Fiquei mudo e estático. Durante uma fracção de segundo senti uma espécie de inversão dos papéis, já que eu, sim, fora o velho e coxo desta história, porque sublinhara a minha rigidez e insensibilidade, enquanto o meu interlocutor brandira a velha solidariedade humana.
Eu apenas respondi com a humildade possível que a situação requeria:
– Sinto muito... e recolhi alguns centímetros de um cinto arreliador que teimava em banhar-se na chuva e na lama na rua onde moro.
Ainda um comentário: esta é a nossa língua, diversa, plena de signos, com um sem-fim de multiplicidades. E, por vezes, deliciosamente trocadilhesca, a permitir um equívoco existencial como este que acabo de narrar.
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Já agora, tenho o privilégio de dar a conhecer o seu currículo:
José Alberto Braga (JAAB) nasceu em Braga, Portugal, no dia 17 de Janeiro de 1944. Aos 15 anos emigrou para o Brasil na qualidade de “trabalhador agrícola”, actividade que nunca exerceu. No Rio de Janeiro, durante cerca de 25 anos, foi trabalhador de farmácia, office boy, bancário, bibliotecário e finalmente jornalista. Depois de passagem pelos jornais do meio português no Brasil, foi colaborador do suplemento “Idéias”, do Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa e revista “Vozes”. Trabalhou como redactor do programa “Portugal sem Passaporte”, exibido na extinta TV Tupi e na TV Bandeirantes (1973-75), programa por duas vezes premiado pela crítica brasileira. Em 1974, é licenciado em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Inicialmente como colaborador, a convite de Millôr Fernandes tornou-se redactor de “O Pasquim” (1978-79), assinando à época sob o pseudónimo de “JAAB”. Também trabalhou em diversos programas de rádio no Rio de Janeiro. Em 1982, regressa a Lisboa na qualidade de correspondente do Jornal do Commércio do Rio de Janeiro, actividade que exerce até hoje. Nesse mesmo jornal, durante dez anos e a partir de Portugal, manteve uma coluna diária sobre acontecimentos portugueses e luso-brasileiros. Ao longo dos últimos 20 anos, tem sido colaborador do “Diário de Notícias”, “Público”, “Jornal de Letras” e “TV Guia”, em Lisboa. É frequentemente convidado a participar de programas da televisão portuguesa – RTP e SIC – na qualidade de comentarista de assuntos luso-brasileiros (telejornais e programas de actualidade, como “Acontece”, “Sinais do Tempo” e outros). Ainda como correspondente da imprensa brasileira, presidiu a “Associação de Imprensa Estrangeira” em Portugal (1987/89). Foi vice-presidente da Casa do Brasil em Lisboa (1993/94). Também em Lisboa, por sugestão do embaixador José Aparecido de Oliveira, elaborou a publicação “Guia Brasil”. Foi criador e director da revista “Lusofonia” (1997). Actualmente, é director e orientador editorial da Editora Mensagem (Lisboa).

Livros publicados: “As treze pragas do século XX”, editora Folhetim, Rio de Janeiro, 1976, prefácio de Millôr Fernandes.“Tira a mãe da boca”, Codecri (editora de “O Pasquim”), Rio de Janeiro, 1980, prefácio de Jô Soares.“Como passar no vestibular sem fazer força”, editora Marco Zero, Rio de Janeiro, 1988. (*)“O guia da sobrevivência política”, ilustrações do cartoonista português António, editora Pergaminho, Lisboa, 1991.“Fábulas imorais”, editora Pergaminho, Lisboa, 1995.“Breviário de assuntos inúteis”, Trinova, Lisboa, 1998.“O caçador de étês”, Trinova, Lisboa, 2001.“Pensamentos & Reflexões”, editora Mensagem, Lisboa, 2002, ilustrações de Casimiro Barreto. (*) Os três primeiros livros foram publicados sob o pseudónimo de JAAB

Biografias: “Os olhos da Alma – a Vida de Manuel Madruga”, Trinova, Lisboa, 1999.“José Aparecido – o Homem que Cravou uma Lança na Lua” Trinova, Lisboa, 1999.

Teatro do autor: “O Mistério do Queijo Desaparecido”, peça infantil encenada no ClubeGinástico Português do Rio de Janeiro, 1973.“A Funerária”, peça de humor negro, 1980.“Purpurina’s Bar”, peça irónico-existencial, 2000. Texto remetido pelo autor ao Releituras, extraído do livro “Pensamentos & Reflexões”, Editora Mensagem, Lisboa, 2002.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

APONTAMENTOS SOBRE A MINHA ACTIVIDADE DESPORTIVA (7)


Quando cheguei a São Tomé e Príncipe desde logo encontrei espaço e tempo para me dedicar ao desporto, pese embora as carências alimentares que se faziam sentir, pois a fome existia nos seus mais variados graus.

Das modalidades que pratiquei, a que sobressaiu foi, desde logo, o futebol, onde me sentia bem na pele de goleador, era rápido, felino e oportuno e, para além disso, dava-me um gozo enorme rematar à baliza do adversário e marcar golos…

Enquanto militar desenvolvi maior actividade como jogador (e casualmente a de Árbitro Assistentes), actuando primeiro na equipa de Caçadores de São Tomé (Junho/1964 a Julho/1965) e, quando a Companhia de Comando e Serviços foi criada, em Agosto de 1965, passei a representá-la, continuando a festejar os tentos obtidos.
Mas a nível associativo representei o Sport São Tomé e Benfica e em boa hora. Primeiro porque vestir a gloriosa camisola vermelha de uma qualquer filial do Benfica é uma honra e para mais ser um incondicional adepto e defensor do meu clube e da minha cor preferida é um privilégio de dimensão universal. Recordo-me que a minha estreia (1965) verificou-se com a equipa que tinha sido campeã no ano anterior, o Futebol Clube do Porto e São Tomé que vencemos por 2-1, tendo eu marcado o primeiro golo com um remate de cabeça. Foi um delírio naquele que se chamava, na altura, Estádio Sarmento Rodrigues… A foto foi lá tirada.

Os jogadores do Benfica equipavam-se na sede do clube e o caminho para o Estádio da capital, que distava cerca de um quilómetro (ia-mos já no aquecimento…) era feito a pé, com os jovens santomenses a acompanharem-nos pelo trajecto e que connosco iam conversando. Quando regressámos vínhamos num mar de gente, todos a aplaudirem o feito do Benfica. Coisas simples que marcam para todo o sempre…

Resta dizer que ter jogado no Benfica, futebol, futsal e hóquei em patins, foi uma enorme satisfação e orgulho pessoal, tendo até contribuído, também, para que o tempo que lá teria que passar (2 anos de serviço militar obrigatório) fosse, em pensamento, mais curto e mais ameno.

E o que ganhava quando vencia, perdia ou empatava? Um jantar… Na Pensão Henriques e comia sempre um bife com batatas fritas e um ovo a cavalo…
Em tempo de imensas carências alimentares, que bem me sabia comer aos domingos esta tão saborosa refeição!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

ÁRBITRAS PORTUGUESAS – RANKING NACIONAL


Na expectativa de poder contribuir para a elaboração da história da arbitragem portuguesa, estou a tentar organizar a classificação das classificações de todos os agentes da nossa arbitragem (Árbitras, Árbitros e Árbitros Assistentes do Futebol de 11, Árbitros de Futsal e Observadores das duas variantes), através de cuidada pesquisa desenvolvida junto dos arquivos das entidades que superintendem no futebol, a quem estou agradecido pelas facilidades concedidas.

Dado que tenho pronta a primeira lista, a das senhoras (a quem temos de privilegiar, com a primazia em tudo…), dou hoje à estampa o primeiro resultado alcançado, o qual se baseia nos seguintes princípios orientativos: Em apreciação o Quadro Nacional de Árbitras de Futebol de 11, desde a época 2002/2003 até 2006/2007. Somente contam as 10 primeiras classificadas por cada temporada. A pontuação atribuída é de 10 pontos para a primeira, 9 para a segunda e assim sucessivamente. Também há que ter em consideração as classificações obtidas em cada época (citações). Eis, pois, a ordem conforme as notas obtidas:

1ª Sandra Brás Bastos, de Aveiro, 39 pontos (5 citações, 2ª, 1ª, 9ª, 2ª e 2ª)
2ª Ana Raquel Morais Pinto Brochado, de Lisboa, 33 pontos (4 citações, 3ª, 4ª, 3ª e 1ª)
3ª Berta Maria Correia Tavares, de Vila Real, 33 pontos (5 citações, 1ª, 5ª, 1ª, 7ª e 8ª)
4ª Márcia Monteiro Pejápes, de Leiria, 29 pontos (5 citações, 5ª, 3ª, 4ª, 9ª e 5ª)
5ª Sílvia Andreia Rosa Domingos, do Algarve, 21 pontos (3 citações, 6ª, 3ª e 3ª)
6ª Daniela Ribeiro Oliveira, de Braga, 20 pontos (3 citações, 6ª, 6ª e 1ª).
7ª Maria João Calado Freire, de Lisboa, 20 pontos (3 citações, 7ª, 2ª e 4ª)
8ª Nélia Gonçalves Freitas, da Madeira, 16 pontos (4 citações, 8ª, 8ª, 8ª e 4ª)
9ª Anésia Magda Tomás Sousa, de Santarém, 12 pontos (2 citações, 4ª e 6ª)
10ª Célia Maria Monteiro Santos, da Madeira, 11 pontos (3 citações, 10ª, 7ª e 5ª)
11ª Andreia Sofia Correia Branco, da Madeira, 9 pontos (1 citação, 2ª)
12ª Olga Marisa Martins Almeida, de Viseu, 7 pontos (3 citações, 7ª, 10ª, 9ª)
13ª Cátia Alexandra Correia Duarte, de Aveiro, 6 pontos (1 citação, 5ª)
14ª Ana Sofia Soares Aguiar, do Porto, 5 pontos (1 citação, 6ª)
15ª Ana Catarina Silva Brites, de Santarém, 4 pontos (1 citação, 7ª)
16ª Ana Isabel Louzeiro Paz, de Lisboa, 4 pontos (2 citações, 8ª e 10ª)
17ª Marlene Maria Araújo Vieira, de Braga, 3 pontos (2 citações, 9ª e 10ª)
18ª Dina Maria Silva Oliveira, de Leiria, 2 pontos (1 citação, 9ª)
19ª Leonor Almeida Sousa Silva, de Braga, 1 ponto (1 citação, 10ª).

Apontamentos: As Árbitras Sandra Brás, Berta Tavares e Márcia Pejápes estão também no quadro da FIFA (internacionais). A Ana Raquel passou a fazer parte do quadro da 3ª categoria nacional.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

FOTOS DA VISITA A CUBA (II)





Eis mais algumas imagens de Varadero.

A partir de cima:
1-Pose para a foto.
2-Nova viagem marítima.
3-Mergulho, pois então…
4-Espectáculo (de categoria) no Hotel.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

MARIA GABRIELA QUARESMA – COMEMORA HOJE O SEU CINQUENTENÁRIO

A primeira Árbitra de Futebol em Portugal faz hoje anos!

Pois é verdade, a popular Gabi, para os amigos e não só, nasceu neste mesmo dia, há cinquenta anos, na formosa Freguesia de Dois Portos, Concelho de Torres Vedras, Distrito de Lisboa… Cheia de genica e muita vontade de servir Parece que foi há dias que a acompanhei nos primeiros passos da sua longa e brilhante carreira na arbitragem, quando dirigiu um jogo comemorativo do aniversário da APAF, logo nos seus primórdios… Outra lembrança que me acompanha refere-se a um jogo que dirigiu onde um meu colega de emprego (José Manuel Carvalho) que actuava numa equipa amadora e, por ela foi excluído nos primeiros momentos do desafio. Depois de ter sido contemplado com o cartão vermelho, passou por mim – eu estava no sector do público – desabafou, dizendo em voz alta: Oh Helder, fui expulso e logo por uma mulher…

Senhora de um currículo extenso e incomparável, do qual se destaca o ter sido Árbitra de Futebol de 11, como filiada da Associação de Futebol de Lisboa, de 1979 a 1990, onde participou em 549 jogos (!), o facto de ter sido a primeira classificada na 2ª categoria distrital, na época 1983/84, em competição com 70 colegas do sexo oposto! Também arbitrou Futsal a nível associativo, onde deu a sua colaboração em 364 desafios, de 1985 a 1993.

Árbitra dos quadros do INATEL-Instituto para o Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores, desde 1993, nas duas variantes, tendo participado em mais de 700 desafios. Em Fevereiro de 1998 foi nomeada para actuar no Torneio Mundial de Futsal, organizado pelo CSIT-Confédération Sportive Internationale du Travail, na Dinamarca, dirigindo vários jogos incluindo aquele que decidiu o vencedor (a final).

Também exerceu a função de Observadora, quer no F.11, quer no Futsal, tanto Distrital, como Nacional. Em 2006 a APAF-Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, da qual é membro dos seus Corpos Gerentes, escolheu-a para patrona do torneio anual de Futsal inter-núcleos.

Desde jovem foi uma devotada praticante desportiva Andebol (Liceu de Cascais e no Benfica), Futebol 11 (Elevadores Fortis, campeã em 1982, Matraquilhos, Clube Académico de Alvalade, Arroios, União Desportiva e Cultural e, por fim, o Camarate. Futsal (Aires, Brandoa, Operário, Torpedos e Amoreiras) e Atletismo (Linda-a-Pastora, como veterana). Uma mulher de armas…

Contudo, há um senão. Quando a FIFA organizou o primeiro campeonato do Mundo Feminino (China-1991), procurou Árbitras aos países seus filiados, incluindo a Portugal, e a Gabi poderia ter aproveitado essa grande oportunidade, mas…

Expresso, pois, como seu acérrimo admirador, as minhas felicitações pelo dia especial de hoje, com votos de muitos parabéns e felicidades à Gabi, uma “miúda” simples, insubmissa, simpática, animadora de excelência, solidária, prestável, senhora do seu nariz, enfim, o que se pode dizer duma companheira de percurso à maneira…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

FOTOS DA VISITA A CUBA (I)




Dou hoje início a um conjunto de 4 blocos com as fotos que foram obtidas nestas maravilhosas férias em Cuba, gozadas de 26 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2008.

Como registo dou conta que a distância entre o Aeroporto de Lisboa e o de Varadero, Juan Gualberto Gomez, é de, aproximadamente, 7215 quilómetros, e que os voos tiveram a duração de 17 horas (9 para lá e o restante no regresso, que, penso, por ter demorado menos, o trajecto era a descer…), 2 quilos e meio mais gordo, pudera, comer e beber à discrição e a toda a hora, diverti-me, convivi, pratiquei desporto (principalmente a ginástica horizontal, o chamado descanso), enfim… Este destino, este género de férias, são altamente recomendáveis. Por fim, a minha companheira de viagem, a minha irmã, foi uma preciosa companhia a todos os níveis! Obrigado Ivone, por teres partilhado este projecto, esta aventura no Caribe…

Fotos em Varadero-A partir de cima: 1-Entrar numa das 4 piscinas do Hotel Iberostar. 2-Ginástica aquática. 3-Relax. 4-Navegar é preciso.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

SANTA MARIA-ENCARNAÇÃO OLIVAIS - REGRESSEI AOS JOGOS AO VIVO




Depois de ter estado 3 fins-de-semana ausente, dois devido à viagem a Cuba e o último por estar com uma forte gripe, eis que assisti ontem, domingo (dia 17), ao jogo da 2ª Divisão Distrital de Lisboa, 18ª jornada, série 3, entre as equipas da União Desportiva e Recreativa de Santa Maria (fundada em 1964) e a Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais (f. 10.03.1990), tendo a equipa da casa vencido por 2-1. Mau grado este resultado os visitantes ainda mantêm o primeiro lugar da classificação.

Equipa de Arbitragem: Pedro Tiago Rodrigues Sousa (Árbitro), Carla Isabel Azevedo Monteiro e Hugo Miguel Soares Silva.

Pese embora o jogo decorresse com imensa chuva, encontrei no campo e por mero acaso, o meu Bom Amigo de longa data Carlos Santos.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

DIA 15 DE FEVEREIRO – DIA MUNDIAL DA CRIANÇA COM CANCRO


A ACREDITAR-Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro, na passada 6ª feira, levou a efeito a apresentação deste livro didáctico no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, com a presença de inúmeras personalidades que têm dado a sua melhor colaboração, voluntária e profícua, a esta valorosa e importante iniciativa que apoia e acompanha de forma generosa e com muito carinho todos aqueles que tanto necessitam dos préstimos desta instituição particular de solidariedade social.

Divulgam-se, também, as edições que até agora foram colocadas à disposição, as quais poderão ser obtidas nos Núcleos



FOTO: Sede da Acreditar-Rua Professor Lima Basto, 73 - 1070-210 LISBOA
Telefone 217 221 150 – Telefaxe 217 221 151 – Telemóvel 916 897 230

sábado, 16 de fevereiro de 2008

ARMANDO DE CASTRO – MAIS UM DOS NOSSOS QUE PARTIU


Só há poucos dias é que soubemos do falecimento deste saudoso companheiro.

Pessoa amiga deu-nos conta do infausto acontecimento que se verificou em 19 de Outubro do ano passado.

Armando Miranda de Castro nasceu em Lisboa no dia 22 de Janeiro de 1932 e iniciou-se, como filiado no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa, na época 1959/60 actuando até 1974/75. Logo que terminou a actividade, onde atingiu a primeira categoria nacional, passou a fazer parte da Direcção do referido Conselho, como Vogal, exercendo o cargo por duas vezes: no 2º mandato, de 16.11.1976 a 01.03.79 e no 6º mandato, de 14.05.87 a 10.01.91.

Era sócio de mérito da Associação de Futebol de Lisboa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

JOSÉ ALBERTO BRAGA – AMIGO DO RIO DE JANEIRO


Recebi notícias deste meu Bom Amigo do qual nada sabia desde há 2 anos. Passou a viver no Rio de Janeiro, a Cidade maravilhosa…
Como recentemente acedeu ao meu blog, razão porque voltou a contactar-me e em boa hora o fez.
Aguarda a minha próxima ida ao Brasil (e eu também) para voltarmos a confraternizar.
Na foto, comigo e o Mestre Joaquim Campos.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

RECONHECEM ESTES ÁRBITROS INTERNACIONAIS PORTUGUESES?

Esta espectacular foto tem um bom par de aninhos… Foi tirada em Amesterdão no ano de 1959, quando, em 25 de Maio, o trio lisboeta arbitrou no Estádio Olímpico o encontro amistoso entre as selecções da Holanda (Federação fundada em 21.08.1900) e da Escócia (f. 1873), perante 55.000 espectadores. O resultado final foi a vitória dos escoceses por 2-1, que perdiam ao intervalo por um golo. Já agora a constituição das equipas e as respectivas anotações do jogo:
Holanda, treinada por Elek Schwartz: 1-Frans de Murick, 2-Roel Wiersma, 3-Hans Kraay, 4-Jan Notermans, 5-Cor Van der Hart (Capitão), 6-Jan Klaassems, 7-Piet van der Kuil, 8-Kees Rijvers, 9-Leo Canjels, 10-Cor van der Gijp, que marcou o golo aos 18 minutos) e 11-Coen Moulijn.
Escócia; 1-George Farm, 2-Ducan Mackay, 3-Eric Caldow, 4-Eric Smith, 5-Bobby Evans (capitão), 6-John Hewie, 7-Graham Legatt (golo aos 65 minutos), 8-Bobby Collins (golo aos 59), 9-John White. 10-Denis Law e 11-Bertie Auld, que seria expulso aos 87 minutos. Treinador: Audy Beattie.

Eis os nomes do trio maravilha: O do acordeão, Árbitro Assistente EDUARDO Rosa GOUVEIA (nasceu em 28.04.1914 e faleceu em 02.01.2000). O do cachimbo, Árbitro Assistente HERMÍNIO Henrique SOARES (n. 23.05.1915 e f. 26.09.1981) O do cesto, o chefe, o Árbitro Principal, JOAQUIM Fernandes de CAMPOS (n. 05.09.1924). Repare-se no tradicional trajo folclórico dos países baixos, quer dos patrícios quer das duas senhoras holandesas, dos quais se destacam os famosos klompen, ou seja os pesadíssimos tamancos de madeira...

Entretanto, como mero registo, dá-se conta que esta equipa de arbitragem viajou directamente de Hamburgo para a Holanda, dado que escassos dias antes, em 20 de Maio, arbitraram, perante 61.000 espectadores, outro amigável entre a Alemanha (f. 28.01.1900) e a Polónia (F. 1919), no Estádio da Cidade, que terminou empatado (1-1). Assistiram a este desafio 61.000 adeptos.
A Alemanha alinhou assim: 1-Sawitzki, 2-Mauritz, 3-Juskowiak, 4-Mai, 5-Erhardt, 6-Szymaniak, 7-Bklodt, 8-R. Geiger. 9-Haller, 10-A. Schimidt e 11-Klöckener. O jogador 13-Stein entrou aos 63 minutos para o lugar do 7 e marcou o golo da Alemanha, aos 81.
Os polacos apresentaram-se da seguinte forma: 1-Szymkowiak, 2-Florenski, 3-Wozniak, 4-Strzykalski, 5-Sczepanski, 6-Zientara, 7-Pehl, 8-Brychczy, 9-Hachorek, 10-Libarda e 11-Baskiewicz, que marcou o golo aos 30 minutos. O jogador 14-Korynt substituiu o nº 3.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

ANA PAULA OLIVEIRA ESTÁ DE VOLTA



A minha querida Amiga voltou aos relvados no passado sábado, dia 9, depois de um tempinho parada. O regresso verificou-se na Cidade São José dos Campos (Estado de São Paulo), no Estádio Dr. Mário Martins Pereira, onde se defrontaram as turmas do São José Esporte Clube (fundado em 13.08.1913) e do Clube Atlético Taquaritinga (f. 17.03.1942, na véspera de eu nascer…), em jogo que contava para a 5ª jornada da série A-2, cujo resultado final terminou empatado (1-1). Eis a constituição da equipa que dirigiu o jogo. Árbitro: Robério Pereira Pires, Assistentes: 1-Ana Paula Silva Oliveira, 2-Andreval de Jesus Monteiro e o 4º Árbitro, Michel Douglas dos Santos.

Disse a Ana Paula: Bandeirar é igual a andar de bicicleta. Nunca se esquece. A ansiedade do regresso pesou um pouco, mas, depois, fiquei à vontade. Quem assistiu ao meu trabalho disse que não mudou nada no meu desempenho…
Recebida com muito carinho na cidade a Ana ficou sem palavras para agradecer quem a apoiou no seu regresso aos relvados, interregno que parece não a ter atrapalhado mesmo nada!

Mais: Parecia que eu não era a única ansiosa pelo meu regresso. Só posso dizer que estou muito feliz. Além disso, a tarde estava ensolarada e o desafio foi óptimo. Estava muito tranquila para arbitrar. É como aquele presente que se quer muito e, um dia, é o nosso pai que nos entrega. Dizer obrigado é pouco – compara a auxiliar, que, dentro do campo, teve actuação discreta. Fora das quatro linhas, foi a atracção da partida, tendo até o seu nome sido gritado pelos adeptos que com ela tiraram fotos. Um espanto!

Afastada do quadro de árbitros da Confederação Brasileira de Futebol, logo da FIFA, estatuto que irá recuperar em breve – assim espero – desde a semifinal da Copa do Brasil de 2007, quando anulou dois golos do Botafogo de Futebol e Regatas (f. 01.07.1894) e o time carioca acabou eliminado da competição pelo Figueirense Futebol Clube (f. 24.12.1933), Ana Paula não vê a hora de voltar a actuar nas principais partidas do futebol brasileiro. Ela, no entanto, não tem pressa.

Hoje dei apenas o primeiro passo e foi o mais difícil. O importante é que estou no quadro. Agora volto para a minha rotina de auxiliar, que não é fácil: além de estar preparada física e mentalmente, tenho que fazer força para que a bolinha saia no sorteio – brinca a bandeirinha.

Ana Paula: Seja bem-vinda e continue a ser feliz!

Nota: Com a devida vénia do sítio da ANAF-Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Brasil), quer a foto, quer o texto (adaptado).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

ÁRBITROS PRÉ-SELECCIONADOS PARA O MUNDIAL 2010-ÁFRICA DO SUL

Pois a FIFA trabalha como deve ser… A esta distância já está a preparar o futuro. É assim que tudo deve ser gerido, com tempo e horas para que as falhas, quando as houver, sejam reduzidas ao mínimo.

Com esse propósito o organismo máximo mundial que superintende na modalidade leva a efeito o primeiro estágio para 54 Árbitros de elite, o qual começou ontem, dia 11 (2ª feira) e termina no próximo dia 16 (sábado), em Las Palmas (Espanha), com um programa adequado às exigências necessárias para que prestação dos escolhidos em definitivo seja altamente qualificada e, de preferência, com o mínimo de erros.

Eis a lista com os dados de cada participante, com as seguintes indicações: País, nome, data do nascimento, idade em 2010 e o ano em que lhe foi atribuída a insígnia da FIFA.

Da AFC-Asian Football Confederation – 46 países, 8 Árbitros seleccionados (17,4%): AUSTRÁLIA (2), Mark Shield, 02.09.1973, 37, 1999 e Matthew Breeze, 10.06.1972, 38, 2001. ARÁBIA SAUDITA, Khalil Ibrahim Al Ghamdi, 02.09.1970, 40, 2002. IRÃO, Masoud Moradi, 22.08.1965, 45, 2000. JAPÃO, Yuichi Nishimura, 17.04.1972, 38, 2004. MALÁSIA, Subkhiddin Mohd Saleh, 17.11.1966, 44, 2000. OMAN, Abdullah Mohamed Al Hilali, 01.09.1970, 40, 2002. UZBEKISTÃO, Ravshan Irmatov, 09.08.1077, 33, 2003.

Da CAF-Confédération Africaine de Football – 53 países, 6 Árbitros seleccionados (11,3%): ÁFRICA DO SUL, Jerome Damon, 04.04.1972, 38, 2000. ARGÉLIA, Mohamed Benouza, 26.09.1972, 38, 2001. BENIN, Coffi Codjla, 09.12.1967, 43, 1999. MALI, Koman Coulibaly, 04.07.1970, 40, 1999. SENEGAL, Badara Diatta, 02.09.1969, 41, 2001. SEICHELES, Eddy Allen Maillet, 19.10.1967, 43, 2001.

Da CONCACAF-Confederation of North, Centralamerican and Caribbean Football – 35 países, 7 Árbitros escolhidos (20%): EL SALVADOR, Joel António Aguillar Chicas, 02.07.1979, 31, 2001. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, Jair Marrufo, 19.06.1977, 33, 2007. GUATEMALA, Carlos Alberto Batres Gonzalez, 02.04.1968, 42, 1996. MÉXICO (2), Benito Armando Archundia Tellez, 21.03.1966, 44, 1993 e Marco António Rodríguez Moreno, 10.11.1973, 37, 1999. PANAMÁ, Roberto Moreno Salazar, 03.04.1970, 40, 1996. SURINAME, Enrico John Wungaarde, 11.01.1974, 36, 2002.

Da CONMEBOL-Confederation Sudamericana de Fútbol – 10 países, 10 Árbitros seleccionados (100%): ARGENTINA (2), Hector Walter Baldassi, 05.01.1966, 44, 2000 e Sérgio Fabian Pezzota, 28.11.1967, 43, 2000. BRASIL (2), Carlos Eugénio Simon, 03.09.1965, 45, 1998 e Sálvio Fagundes Filho, 14.09.1968, 42, 2005. CHILE, Plabo António Pozo Quinteros, 27.03.1973, 37, 1999. COLÔMBIA, Óscar Julian Ruiz Acosta, 01.11.1969, 41, 1995. PARAGUAI (2), Carlos Amarilha Demarqui, 26.10.1970, 40, 1997 e Carlos Manuel Torres Nunez, 27.04.1970, 40, 1998. URUGUAI (2), Jorge Larrionda, 09.03.1968, 42, 1998 e Martin Vasquez Broquetas, 14.01.1969, 41, 2005.

Da OFC-Oceania Football Confederation – 11 países, 3 Árbitros seleccionados (27,3%): FIJI, Rakesh Chand Varman, 02.01.1968, 42, 2000. NOVA ZELÂNDIA (2), Michael Hester, 02.05.1972, 38, 2007 e Peter O’Leary, 03.03.1972, 38, 2003.



Da UEFA-Union des Associations Européenes de Football – 53 países, 20 Árbitros seleccionados (37,7%): ALEMANHA, Wolfgang Stark, 20.11.1969, 41, 1999, ÁUSTRIA, Thomas Einwaller, 25.04.1977, 33, 2005. BÉLGICA, Frank de Bleeckere, 01.07.1966, 44, 1998. CROÁCIA, Ivan Bebk, 30.05.1977, 33, 2003. DINAMARCA, 28.10.1965, 45, 1996. ESCÓCIA, Craig Thomson, 20.06.1972, 38, 2003. ESLOVÁQUIA, Lubos Michel, 16.05.1968, 42, 1993. ESLOVÉNIA, Damir Skomina, 05.08.1976, 34, 2003. ESPANHA, Manuel Enrique Mejuto Gonzalez, 16.04.1965, 45, 1999. FRANÇA, Stephane Lannoy, 18.09.1969, 41, 2006. GRÉCIA, Kyros Vassaras, 01.02.1966, 44, 1998. HOLANDA, Pieter Vink, 13.03.1967, 43, 2004. HUNGRIA, Viktor Kassai, 10.09.1975, 35, 2003. INGLATERRA, Howard Melton Webb, 14.07.1971, 39, 2005. ITÁLIA, Roberto Rosetti, 18.09.1967, 43, 2002. NORUEGA, Tom Henning Ovrebo, 26.06.1966, 44, 1994. POLÓNIA, Grzegorz Gilewski, 24.02.1973, 37, 2001. PORTUGAL, Olegário Manuel Bártolo Faustino Benquerença, 18.10.1969, 41, 2001 (na foto). SUÉCIA, Martin Hansson, 06.04.1971, 39, 2001. SUIÇA, Massimo Busacca, 06.02.1969, 41, 1998,

Alguns apontamentos:

Sendo a FIFA constituída por 6 Confederações que engloba 208 Federações, somente foram escolhidos Árbitros de 47 países (22,5%). Como curiosidade a ONU tem 192 países inscritos…

Por escalão etário, temos a seguinte distribuição: 31 anos em 2010/1, 33/4, 34/1, 35/1, 36/1, 37/4, 38/7, 39/2, 40/6, 41/7, 42/5, 43/5, 44/6 e 45/4.

Em termos de experiência adquirida, isto é, desde quando é que cada um é internacional, temos a seguinte perspectiva: A separação por três grupos, verifica-se que no meio é que está a virtude, conforma de discrimina. O grupo A tem 9: 1993/2, 1994/2, 1995/1, 1996/3, 1997/1. O grupo B tem 36: 1998/6, 1999/7, 2000/5, 2001/7, 2002/5 e 2003/6. E o grupo C tem 9: 2004/2, 2005/4, 2006/1 e 2007/2.

Destaque-se que o mais novo de todos os participantes é o salvadorenho Joel António Aguiar Chicas, que terá, no ano do mundial, 31 anos e o mais velho o espanhol Manuel Enrique Mejuto Gonzalez, a idade limite actual para exercer a função, os 45.

Os mais antigos que ostentam a insígnia FIFA são: o mexicano Benito Armando Archundia Tellez (44 anos) e o eslovaco Lubos Michel (42), ambos desde 1993. Os mais novos, que ascenderam em 2007, são: o americano Jair Marrufo (33) e o nova-zelandês Michel Hester (38).

Argentina, Austrália, Brasil, México, Nova Zelândia, Paraguai e Uruguai foram contemplados com a escolha de 2 Árbitros. Os países da CAF e da UEFA não tiveram a mesma sorte.

Desejamos ao nosso lídimo representante Olegário Benquerença que seja feliz, tanto nesta pré-selecção como no Euro-2008. A nossa arbitragem e o nosso país merecem que o seu Árbitro de elite obtenha os maiores êxitos desportivos e pessoais para limpar de vez o que de negativo fizeram alguns tristes figurantes que andaram a conspurcar o bom-nome de Portugal com as atitudes nojentas e censuráveis, condenadas por todas as pessoas de bem.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

CAN 2008 – CAMPEONATO AFRICANO DAS NAÇÕES


Terminou ontem, no Gana, a 26ª edição da maior competição entre selecções do 3º maior continente da Terra, tendo terminado com a vitória da selecção do Egipto, que derrotou a congénere dos Camarões, por um golo sem resposta. Lembre-se que estes seleccionados já se tinham defrontado neste mesmo torneio, em 22 de Janeiro, e a vitória sorriu aos egípcios por 4-2, o que lhe deu o 1º lugar do grupo C, com 7 pontos conquistados em 2 vitórias e um empate. E, em termos de golos foi 8-3. Já os Camarões, que ficou em segundo, com 6 pontos, por ter averbado 2 vitórias e a já referida derrota. Golos 10-5.

É interessante e já longa a história deste certame. Vejamos o seu registo, com as seguintes notas identificadoras: Edição, ano, onde se realizou, equipas participantes, total de golos marcados, respectiva média, finalistas (indicando-se em primeiro lugar o vencedor) e o resultado final.

1ª-1957-Sudão, 3, 7, 4,33%-Egipto-Etiópia, 4-0. 2ª-1959, Egipto, 3, 8, 2,66%-Egipto-Sudão, 2-1. 3ª-1962 Etiópia, 4, 18, 4,5%-Etiópia-Egipto, 4-2. 4ª-1963-Gana, 6, 33, 4,13%-Gana-Sudão, 3-0. 5ª-1965-Tunísia, 6, 27, 3,38%-Gana-Tunísia, 3-2. 6ª 1968-Etiópia, 8, 53, 3,31%-República Democrática Congo (Kinshasa)-Gana, 1-0. 7ª-1970-Sudão, 8, 51, 3,19%-Sudão-Gana, 1-0. 8ª-1972-Camarões, 8, 53, 3,31%-Congo (Brazzaville)-Mali, 3-2. 9ª-1974-Egipto, 8, 54, 3,38%-Zaire-Zâmbia, 2-0. 10ª-1976-Etiópia, 8, 54, 3,38%-Marrocos-Guiné Conacri, 1º e 2º (poule). 11ª-1978-Gana, 8, 38, 2,38%, Gana-Uganda, 2-0. 12ª-1980-Nigéria, 8, 33, 2,06%-Nigéria-Argélia, 3-0. 13ª-1982-Líbia, 8, 28, 1,75%-Gana-Líbia, 7-6 (grandes penalidades). 14ª-1984, 8, 39, 2,44%-Camarões-Nigéria, 3-1. 15ª-1986-Egipto, 8, 31, 1,94%, Egipto-Camarões, 5-4 (gp). 16ª-1988-Marrocos, 8, 23, 1,44%-Camarões-Nigéria, 1-0. 17ª-Argélia, 8, 30, 1,88%-Argélia-Nigéria, 1-0. 18ª-1992-Senegal, 12, 34, 1,7%-Costa do Marfim-Gana, 11-10 (gp). 19ª-1994-Tunísia, 12, 44, 2,2%-Nigéria-Zâmbia, 2-1. 20ª-1996-África do Sul, 15, 78, 2,69%-África do Sul-Tunísia, 2-0. 21ª-1998-Burkina Faso, 16, 93, 2,91%-Egipto-África do Sul, 2-0. 22ª-2000-Gana e Nigéria, 16, 73, 2,28%-Camarões-Nigéria, 4-3 (gp). 23ª-2002-Mali, 16, 58, 1,81%-Camarões-Senegal, 3-2 (gp). 24ª-2004-Tunísia, 16, 88, 2,75%-Tunísia-Marrocos, 2-1. 25ª-2006-Egipto, 16, 73, 2,28%-Egipto-Costa do Marfim, 4-2 (gp). 26ª-2008-Gana, 16, 99, 3,09%-Egipto-Camarões, 1-0.

Próximas edições: 27ª-2010-Angola, 28ª-2012-Gabão/Guiné Equatorial e 2014-Líbia.

Selecções com mais vitórias: Com 6 títulos-Egipto 1957-Sudão, 1959-Egipto, 1986-Egipto, 1998-Burkina Faso, 2006-Egipto e 2008-Gana. Com 4, Camarões 1984-Costa do Marfim, 1988-Marrocos, 2000-Gana e Nigéria e 2002-Mali. Também, com 4, Gana 1963-Gana, 1965-Tunísia, 1978-Gana e 1982-Líbia.

Países que organizaram o CN e que o ganharam: Egipto 3 vezes=1959, 1986 e 2006. Gana 2 vezes=1963 e 1978. Com 1= África do Sul, 1996, Argélia, 1990, Etiópia, 1962, Nigéria, 1980 e Sudão-1979.

Quanto à presença nas fases finais das selecções dos países de língua oficial portuguesa, damos conta dos resultados obtidos pelas duas únicas selecções. A saber:

ANGOLA
1996-África do Sul, Egipto (1-2), África do Sul (0-1) e Camarões (3-3).
1998-Burkina Faso, África do Sul (0-0), Nabímia (3-3) e Costa do Marfim (2-5).
2006-Egipto, Camarões (1-3), Congo Kinshasa (0-0) e Togo (3-2).
2008-Gana, África do Sul (1-1), Senegal (3-1), Tunísia (0-0) e, pela primeira vez, nos quartos-de-final, o Egipto (1-2), que viria a ser o campeão. Nesta edição o avançado angolano Manucho, que actua no Manchester United, em Inglaterra, foi um dos escolhidos para a equipa inicial e oficial deste Campeonato.

MOÇAMBIQUE
1996-África do Sul, Tunísia (1-1), Costa do Marfim (0-1) e Gana (0-2).
1998-Burkina Faso, Egipto (0-2), Marrocos (0-3) e Zâmbia (1-3).

Em termos de arbitragem só temos registos da presença em 2008, do Árbitro Assistente FIFA de Angola, Inácio Manuel Cândido (nasceu em 27 de Janeiro de 1971) e internacional desde 2005. Deu a sua valiosa colaboração nos seguintes jogos, todos eles como o primeiro dos auxiliares e na fase de grupos: 22 de Janeiro, Egipto-Camarões (4-2), 24 de Janeiro, Guiné Conacri-Marrocos (3-2) e 30 de Janeiro, Camarões-Sudão (3-0).

domingo, 10 de fevereiro de 2008

FÓRUM NACIONAL DE FUTEBOL


Por expresso convite de Rui Manhoso, ilustre Presidente da Associação de Futebol de Santarém, a quem agradeço reconhecidamente, estive presente no passado sábado e no painel onde focava a Formação dos Agentes Desportivos expus, num curtíssimo espaço de tempo – assim o moderador determinou – as questões que a seguir desenvolvo mais em pormenor.

Os oradores de gabarito escolhidos para este tema foram o Nuno Gomes (jogador e capitão da equipa do Benfica e da selecção nacional) e o Árbitro FIFA Olegário Benquerença, que vai estar no Euro2008-Áustria/Suiça e já está pré-seleccionado para o Mundial 2010-África do Sul. Felicidades aos dois.

Como era de prever num congresso desta envergadura, onde estão inscritas centenas de pessoas, fui encontrar dezenas e dezenas de amigos de Norte a Sul de Portugal, incluindo os oriundos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Fiquei extremamente contente por saudar tanta gente Amiga. Tive como companheiro de presença Luís Simões, que não conhecia, distinto Treinador que está ligado à Associação de Futebol de Leiria, que fez o favor de me acompanhar (e aturar) desde que se iniciou a sessão, às 14H30 até ao seu término: 21H45. Bom conversador, actualizado e defensor acérrimo de métodos inovadores para fazer dos jovens não só bons praticantes, como também prepará-los na sua formação para condignamente para enfrentarem o futuro. Excelente! Este meu novo Amigo é sobrinho de Joaquim Bento Simões, Árbitro jubilado, de Leiria, com quem, graças à boa vontade deste seu familiar, tive o grato prazer de falar telefonicamente.

Eis os 4 temas que aflorei em tempo insuficiente e sob pressão:

RECRUTAMENTO

O Regulamento de Arbitragem, em vigor desde 1 de Julho de 2002 (aprovado pela Assembleia-geral da Federação em 4 de Maio desse mesmo ano) tem contemplado a obrigatoriedade de que a angariação de candidatos para frequentarem cursos com vista à formação de novos Árbitros seja feita através dos clubes, conforme determina os artigos 116 e seguintes.

Os clubes participantes em todas as provas oficiais deveriam corresponder a tal decisão, mas infelizmente a regulamentação específica a ser elaborada pelo Plenário do Conselho de Arbitragem – onde conste o regime processual a adoptar, os parâmetros do enquadramento da participação dos clubes, o regime sancionatório, bem como todos os demais procedimentos julgados convenientes – ainda não avançou durante estes mais de 5 anos decorridos e nada se sabe se alguma vez venha a ser concretizada.

Salvo a Associação de Futebol de Leiria que já procedeu disciplinarmente perante os clubes que se encontram em falta. Honra lhe seja feita.

Vem isto a propósito do que se passou na presente época na Associação de Futebol de Lisboa. Como membro do Conselho de Arbitragem, entretanto auto-demitido, compareci nos sorteios dos 38 campeonatos que estão a realizar-se, e, durante, 15 dias, sensibilizei os representantes das 1138 equipas que participam nas competições para a questão da tremenda falta de Árbitros – na época 2006/2007 realizaram-se 289 jogos que não tiveram equipa de arbitragem! – incentivando-os a promoverem junto dos adeptos a sua inscrição no Curso que iria decorrer proximamente. Por todos foram distribuídos cartazes com as condições de admissão. Dos 52 candidatos que iniciaram o Curso nenhum foi indicado por qualquer clube…

Recorde-se que no ano 2000 a AFL emitiu comunicado a oferecer 50.000$00 (cinquenta mil escudos) aos seus sócios ordinários por cada candidato por si indicado e que se mantivesse em actividade como Árbitro pelo menos 1 ano. O resultado foi zero!

Urge pois que o Plenário do Conselho de Arbitragem assuma as suas responsabilidades nesta área pois entendo que não se pode perder mais tempo…

ÁRBITRAS ASSISTENTES INTERNACIONAIS

Regista-se a falta de interesse do Conselho de Arbitragem e da Direcção da Federação em indicar à FIFA Árbitras assistentes portuguesas.

Do estudo que realizei recentemente constata-se o seguinte:

A FIFA tem Árbitras em 130 países com um total de 539 mulheres que dão corpo ao quadro feminino, sendo 238 Árbitras e 301 Árbitras Assistentes. Portugal, no ranking das 150 selecções femininas, ocupa o 47º lugar e tem 3 Árbitras e nenhuma Árbitra Assistente. Logo há 83 nações classificadas para além do nosso país.

Os países de língua oficial portuguesa têm Árbitras Assistentes, tal como o Brasil (4º classificado), com 4 elementos, Angola (106º), com 2, Cabo Verde (sem classificação) 3 e São Tomé e Príncipe (sem classificação), 2. Portugal (47º lugar) está, também, a par da Guiné-Bissau (132º) e Moçambique (139º), que não têm Árbitras.

Existem 19 países com Árbitras e Árbitras Assistentes mas não estão no ranking, isto é, as suas selecções não têm actividade regular… Assim como, há 39 nações que não têm Árbitras ou Árbitras Assistentes, mas constam na classificação da FIFA.

Países sem expressão futebolística na vertente feminina, têm Árbitras e Árbitras Assistentes, tais como Aruba (142º=1+1), Botsuana (149º=1+2), Ilhas Virgens dos Estados Unidos (138º=0+1), Kénia (140º=2+3), Tanzânia (145º=2+3). E as que não têm classificação, Bahamas (1+0), Barbados (0+1), Burundi (2+2), Chade (1+3), Chipre (1+2), Gabão (1+2), Guiana (1+2), Honduras (1+2), Kyrgistão (0+2), Macau (0+1), Madagáscar (2+2), Mauritânia (1+2), Nepal (1+2), República Centro Africana (2+4), Togo (2+3), Turcas e Caicos (0+1) e Uganda (2+3). Nota: O primeiro número refere-se às Árbitras e o segundo às Assistentes.

Face a esta realidade e com um pouco de empenho a Federação deve olhar de forma diferente, em termos positivos, para a arbitragem feminina incentivando as jovens que a internacionalização é uma das metas a atingir. Mas para tal a Federação deve também proporcionar tais objectivos.

ÁRBITRAS INTERNACIONAIS DE FUTSAL

A FIFA levou a efeito em 2007, pela primeira vez, a criação do Quadro de Árbitras de Futsal internacionais, aceitando as candidaturas do Brasil, que é o 1º do ranking do Futsal masculino, com 4 Árbitras, Peru, 49º, com 2 e Venezuela, 44º, com 2.

Este ano há mais 5 países. A saber: China, 41º, 2, Colômbia, 36º, 1, Espanha, 2º, 1, Hungria, 14º, 1 e Itália, 3º, 1. Neste momento existem 14 Árbitras a nível mundial com a insígnia da FIFA.

Portugal ocupa no mesmo ranking a 5ª posição num total de 131 países.

Portugal, olhando ao currículo de duas das suas mais credenciadas filiadas, a Filipa Santos e Sandra Silva, ambas do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Porto, já está atrasado 2 anos com a indicação das suas representantes ao organismo máximo que superintende a modalidade.

Os seus currículos devem igualar ou superar as das suas colegas daqueles países, mas são esquecidas por quem deve promover a ascensão ao topo da carreira, a internacionalização, a quem trabalha, a quem merece e quem tenha as qualificações necessárias.

Filipa Isabel Sousa Pereira dos Santos (Nasceu em 22 de Junho de 1978), profissionalmente é Professora do 1º Ciclo e está colocada na Escola Francesa (Porto) e Licenciada. Frequenta actualmente Curso de Mestrado. Árbitra da 1ª Categoria Nacional desde 2001/2002 (há 7 épocas ininterruptas), depois de ter ingressado na arbitragem com 17 anos de idade, em 1995/96, ascendeu em 1998/99 à 3ª categoria e, na época seguinte, à 2ª categoria onde se manteve 3 épocas. Quanto à experiência adquirida e como se depreende já dirigiu dezenas e dezenas de jogos nacionais e distritais. É Monitora da FPF (2003) e colabora com a Associação do Porto, não só como Formadora, como membro da Comissão Técnica. E, pasme-se, é Instrutora FIFA (2006), que a nomeou para ir à República do Irão formar Árbitras de Futsal com vista aos IV Jogos Islâmicos de Solidariedade. Foi um sucesso esta sua participação. Línguas estrangeiras: Francês e Inglês.

Sandra Maria Novais da Silva (Nasceu em 18 de Março de 1976), profissionalmente é Coordenadora em Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente. Árbitra da 1ª Categoria Nacional desde 2006/07, depois de ter ingressado na arbitragem com 20 anos de idade, em 1997/98, ascendeu à 3ª Nacional em 2003, onde esteve 2 épocas e, em 2005/06, à 2ª Categoria. Entre os jogos de maior relevância em que tem participado, bastantes exigentes e competitivos face à qualidade das equipas nos campeonatos nacionais, destaque-se a Supertaça 2007/08, entre o Sporting de Braga e o Benfica. É ainda membro da Comissão Técnica da variante na Associação de Futebol do Porto. Quanto a línguas estrangeiras domina o inglês e o alemão. Esta época faz equipa com a também jovem Tânia Teixeira, actualmente na 2ª categoria nacional.

Nota: Foi feito o respectivo reparo desta situação ao Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, responsável máximo da modalidade no nosso país, em 16 e 21 de Janeiro deste ano, mas, até agora, não fui merecedor de qualquer resposta. Vamos continuar a esperar e não descansarei enquanto o devido reconhecimento não seja dado a quem tem sempre trabalhado com os princípios éticos exigidos.

JÚBILO

O Futebol e especialmente a Arbitragem estão de parabéns!

Tenho a grata satisfação de participar que o Município de Lisboa outorgou ao Mestre Joaquim Campos a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro, pelo seu relevante e inigualável currículo desportivo, onde se destacam as 21 épocas que, como Árbitro, ostentou a insígnia da FIFA.

Já recebeu honrarias das mais diversas entidades portuguesas e estrangeiras, incluindo as Medalhas de Bons Serviços Desportivo e de Mérito Desportivo, atribuídas pelo Governo da República Portuguesa.

A cerimónia protocolar para a entrega da distinção lisboeta, será pública e realizada dentro de dias e naturalmente que é um marco histórico e uma grande honra para todos nós. Joaquim Campos, Árbitro jubilado, é reconhecido pela Câmara Municipal da Cidade que o acolheu desde muito novo e que a representou condignamente aquém e além fronteiras.

Contudo, não à bela sem senão:

No passado dia 15 de Janeiro o Mestre Joaquim Campos esteve, como sempre o tem feito presente, por sua iniciativa, na sede da Federação na sessão pública da entrega das insígnias aos internacionais de 2008.

Dos 23 emblemas entregues não foi chamado para, simbolicamente, transmitir aos contemplados a sua solidariedade institucional. Toda a gente foi chamada para fazer a entrega, para subir ao pedestal, para a foto…

Joaquim Campos, que esteve em 2 campeonatos do Mundo (1958 e 1966) em representação de Portugal, que é o decano da arbitragem lisboeta, que é sócio de Mérito da Federação, foi esquecido. Lamentável!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

A ARBITRAGEM PORTUGUESA ESTÁ DE LUTO

Faleceu o meu Bom Amigo e Senhor Fernando Delgado, que exercia actualmente a função de Observador de Árbitros de F.11 no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda.
Cheguei há pouco a casa, vindo de Santarém, onde estive no Fórum Nacional do Futebol, e, ao ver a correspondência electrónica, o Amigo Daniel Soares deu-me esta triste notícia.

Fernando Martins Saraiva Delgado, de 49 anos, nasceu em 8 de Dezembro de 1959, em São Pedro, Manteigas (Guarda), compositor de artes gráficas de profissão, foi ontem (sábado) acometido de doença súbita e mortal. O funeral está marcado para hoje às 15H30, na sua terra natal.

O Fernando Delgado, padecia de escoliose, mas nunca se inferiorizou com tal condição, bem pelo contrário. Provou que poderia ser útil ao Futebol o que veio a confirmar-se com a sua exemplar dedicação e empenho que sempre demonstrou pela arbitragem. Razão porque singrou como Árbitro de futebol. Simples, calmo, inteligente, prestável, cuidadoso e cumpridor, sempre foi muito estimado por todos (jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos). Teve sempre uma postura exemplar e que muito honrava a classe. Quando abandonou a actividade, as suas elevadas qualidades foram motivo de ter sido convidado para Observador Distrital de Árbitros, dando total garantia de uma avaliação criteriosa e justa, com classe e saber. Uma perda irreparável para a arbitragem nacional, especialmente para Associação de Futebol da Guarda, a quem já enviei mensagem de condolências.

Nos dias 22 de Outubro de 2006 e 18 de Fevereiro de 2007, quando fiz a ronda por Portugal a prestar tributo aos meus Bons Amigos e me desloquei ao seu Distrito, coincidentemente viu-o a fazer o seu trabalho de Observador nos 2 jogos realizados (casa e fora) entre as equipas de Figueira de Castelo Rodrigo e de Fornos de Algodres.

Com uma tristeza enorme que me invade pelo desaparecimento do Fernando, resta-me dizer que perdemos mais um dos nossos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

NAQUELE TEMPO (VI)



O Boletim O Árbitro, número 8, de Fevereiro de 1958, incluiu os seguintes temas:

Como deve ser apreciado o trabalho do Árbitro, de Filipe Gameiro Pereira, que expõe um curioso estudo, onde se destaca o grau das arbitragens: Boas (45%), Regulares (38%) e Más (17%)! Joaquim Campos continua a desenvolver o tema sobre a preparação física, destacando que Árbitro mal preparado sofre efeitos nefastos que afectam o seu raciocínio e os seus reflexos. O Árbitro e a Crítica, de A. Pereira Linhares (Braga). Os Árbitros jugoslavos alvitram que a orgânica das nomeações a nível internacional devam pertencer a uma Comissão criada na UEFA. Para quando a uniformidade de critério?, de Ilídio Cacho (Lisboa). Árbitros e arbitragens, de Georges Soyreau (França). Será possível conseguir receitas para contratar um preparador físico?, de José Manuel Silva (Lisboa).
Fernando Valério numa festa organizada pela Associação de Futebol de Setúbal, em 14 /2/1958, foi distinguido pela Direcção Geral dos Desportos com a medalha de bons serviços e uma gentil menina ofereceu um bonito ramo de flores, gesto que a assistência sublinhou com prolongada salva de palmas (sic).
A Tribuna do Árbitro continua a explicar pormenorizadamente as dúvidas colocadas por diversos interessados.
Esclarecendo, é a rubrica de A Voz Desportiva, de Coimbra, que se dá à estampa.
Curiosidades: Os Árbitros internacionais indicados para o próximo Campeonato do Mundo terão que fazer um estágio preparatório para tomarem conhecimento do regulamento da prova e uniformizar critérios a adoptar. O programa da Rádio Televisão Portuguesa Bancada Central tem abordado a questão da categoria dos nossos Árbitros em confronto com os estrangeiros, chegando-se à conclusão que os nossos juízes não são tão maus como os pintam (sic). O Brasil mostrou interesse em contratar dois Árbitros portugueses para dirigirem os seus jogos e adiantam o nome de Inocêncio Calabote como sendo um deles. Em Portugal, os prémios da II e III Divisões, 100$00 e 50$00 para os Árbitros e 25$00 e 20$00 para os fiscais de linha continuam a um nível incompatível com o valor e a capacidade das provas. Espantoso é o facto de que, naquela altura, haver dirigentes que alvitraram a sua redução!
FOTO: A equipa de arbitragem que dirigiu o Portugal-Estados Unidos (Militares), realizado no dia 18 de Fevereiro de 1958, constituída pelo Árbitro espanhol Ramón Azón (ao centro) auxiliado por um Assistente americano (não identificado) e o Mestre Joaquim Campos. Nos extremos estão os capitães das duas equipas, destacando-se à direita o talentoso Hernâni, que foi um dos meus ídolos. Repare-se no equipamento do colega dos Estados Unidos, todo ele é riscas…

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

FILIPA SANTOS - ÁRBITRA DE FUTSAL CONCEDE-NOS ENTREVISTA

Hoje temos o grato prazer de dar a conhecer algo desta nossa consagrada colega, onde se mantém ininterruptamente há 7 épocas na 1ª Categoria Nacional.

Dados biográficos: Nome completo: Filipa Isabel Sousa Pereira dos Santos, filha de Armindo Teixeira dos Santos e de Maria Filomena Sousa Pereira dos Santos, nasceu na Freguesia de Paranhos (Porto), em 22 de Junho de 1978, Professora do 1º ciclo (a leccionar na Escola Francesa do Porto), Licenciada, actualmente a frequentar um curso de Mestrado. Línguas estrangeiras que domina: Inglês e Francês.

Currículo desportivo: 1995/96-Frequenta, com aproveitamento, o curso de candidatos a Árbitra de F.11. Na época seguinte o de Futsal, obtendo o mesmo rendimento. 1997/98- Como Árbitra Distrital presta provas para ascender à recém criada 3ª Categoria nacional de Futsal. 1998/99-Ingressa na 3ª categoria e, no final da época, faz exame para a 2ª Categoria, sendo aprovada. 1999/2000-Árbitra da 2ª Categoria. 2000/01, no final da temporada é promovida à 1ª Categoria Nacional, onde se mantém até à actualidade. 2003/04-Obtém o diploma da Federação Portuguesa de Futebol como Formadora (Monitora) de Árbitros de Futsal. 2004/05-Inicia esta sua última actividade na Comissão de Apoio Técnico do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Porto, colaborando nos vários cursos entretanto realizados. 2005/06-A FIFA requer a sua presença na República do Irão para formar Árbitras de Futsal com vista à sua participação para os IV Jogos Islâmicos da Solidariedade. 2006-A FIFA notabiliza-a como sua Instrutora para a Área do Futsal!

Eis as suas respostas às seguintes questões

Como se iniciou na arbitragem?

Na altura tinha 17 anos, estava no 12º ano e tencionava seguir Comunicação Social. Estava a iniciar um curso para candidatos de futebol de 11 na Associação de Futebol do Porto e o meu Pai (antigo árbitro de Futebol de 11) convenceu-me a frequentá-lo, pois poderia vir a ser uma mais-valia com os estudos que eu pretendia seguir. Recordo-me de entrar numa sala cheia de homens e eu era a única mulher; o monitor desse curso foi o antigo árbitro Martins dos Santos. Ao longo de todo o curso (que durou cerca de três meses) ouvi várias pessoas repetirem vezes sem fim que eu apenas queria o curso para o Curriculum e que não havia de arbitrar nenhum jogo. Aí o orgulho e a condição feminina falou mais alto e, no final do curso, constitui equipa, comprei equipamentos e participei num jogo como árbitro assistente. Nesse dia choveu muito, tanto que quase nem via a bola!... Mas a vontade de voltar a participar num jogo ficou!
Os fins-de-semana foram-se sucedendo e o medo de desiludir os meus colegas de equipa foi sendo pretexto para estar sempre presente nos jogos para os quais era nomeada. O gosto pela arbitragem tinha entrado em mim!

Quais as motivações que sente para estar na arbitragem?

Sou mulher e consegui provar que mereço estar onde estou!
Quando iniciei na arbitragem ainda não sabia muito bem o que esperar, até onde me era permitido chegar. Mas rapidamente as oportunidades foram chegando, o apoio dos colegas foi imenso e, muito cedo, acreditei que podia chegar a um patamar de privilegiados, se assim me é permitido dizer!
Estou agora a atingir a barreira dos dez anos na arbitragem do Futsal. Penso ter quebrado e rompido com preconceitos e atitudes, e acredito que comigo foi possível proporcionar a todas as mulheres a expectativa de que também temos um lugar no Futsal! Estamos numa salutar competição de igual para igual e temos o mesmo valor que os homens. Na superfície de jogo somos todos seres humanos que querem valorizar a modalidade de que tanto gostam praticar.
Com muitos objectivos cumpridos, hoje o que me faz estar na arbitragem são os amigos, as pessoas, o jogo.


Quais as suas referências?

Sem dúvida os excelentes colegas com quem tive e tenho o privilégio de estar! E o meu Pai! O qual ajudou-me a compreender que o jogo não se esgota em si próprio pois há sempre aspectos a corrigir, outros a melhorar e outros ainda a eliminar. Era com ele que esclarecia e clarificava dúvidas, discutíamos de forma exaustiva as Leis do Jogo, situações, erros, sinaléticas… Às refeições a minha Mãe, por vezes, saía da mesa porque dizia não entender o que tanto falávamos!
Os meus companheiros são aqueles que desde o início sempre me apoiaram e nunca me deixaram ficar para trás: o Moutinho que me ensinou muito daquilo que eu hoje sei, o Henrique Ramos e Joaquim Castro que me incutiram o ritmo do treino, o Sr. Albino Nogueira e o Presidente do Conselho de Arbitragem que sempre acreditaram em mim e me apoiaram, a própria Associação de Futebol do Porto. E tantos outros que não esqueço e hoje são meus amigos como o António Brito, José Henrique Ramos, Vítor Rocha, Couto e Pedro Paraty.
É fundamental encontrar os colegas certos e entendermo-nos bem. Por vezes estamos com bons árbitros mas a equipa não funciona. Pode demorar até algum tempo, mas a finalidade é que tudo corra como desejamos: Sempre bem! Actualmente tenho uns excelentes colegas e, na nossa equipa, tudo funciona. Em especial a boa disposição!

Quais os jogos que pretende destacar?

Para mim todos os jogos são importantes mas há sempre aqueles que nos marcam por diversas razões…
Recordo o primeiro jogo em que participei como árbitro do Nacional: foi um jogo a contar para o campeonato da 3ª divisão e foi entre duas equipas do Porto, os Ases de Leça com o Luso-Académico; o meu primeiro jogo da 2ª divisão em que aconteceu de quase tudo um pouco e a equipa da casa decidiu protestar o jogo; o primeiro jogo com equipas de 1ª divisão a contar para a Taça de Portugal (Miramar-Junqueira); e sem dúvida, o meu primeiro jogo de 1ª divisão em que era a primeira época em que o Benfica participava numa competição do futsal e logo com a Fundação Jorge Antunes.
Também não posso esquecer a minha participação como 3º árbitro, talvez pela mediatização desses mesmos jogos, no 2º jogo da final dos play-off na última época entre o Benfica e o Sporting e, já esta época, e jogo da Supertaça entre o Benfica e o Braga.
Mas é claro que os jogos que mais prazer me dão são os dos escalões jovens, em especial Juniores E (escolas)!


Já sentiu alguma decepção?

Eu pensava que a minha maior desilusão na arbitragem tinha sido no ano em que fui prestar provas para subir ao Nacional e ter visto as minhas provas a não serem aceites… mas não! A maior desilusão que eu tive foi esta época, no curso de início de época, quando inexplicavelmente, não consegui atingir a pontuação mínima e necessária para poder actuar…
Sempre estabeleci para a minha carreira certos requisitos e não fazer o exigível num teste escrito, apesar de grave, é inconcebível para mim. Por isto tudo, senti um tremendo desencanto…


Diga-nos como foi a sua experiência no Irão

O convite para ir à República do Irão surgiu do nada daí a minha surpresa. É claro que fiquei muito contente, mas sempre o considerei como algo pontual.
No início senti algum receio pela escassa informação de que dispunha sobre o país e a sua vertente desportiva. Estava um tanto ou quanto assustada…
A programação inicial seria para dar formação a mulheres que, pensava eu, teriam conhecimentos muito escassos de arbitragem. Engano total pois quando lá cheguei elas estavam sequiosas por saberem algo de novo. Com tanta vontade assim comuniquei-lhes a grande alteração daquela época, mas não a queriam aplicá-la pois alegavam que se os homens não sabiam da alteração, elas então não podiam ministrar, pois eles ainda não sabiam! Foi este choque cultural que mais me impressionou pois aqui, no mundo ocidental, as alterações são comunicadas de igual para igual e não há diferenças.
Os jogos correram muito bem, sem incidentes, e até acabei por arbitrar três jogos. Hoje voltaria lá e, agora, sem nenhuma incerteza
!

Ao atingir o topo na Formação Internacional do Futsal, como Instrutora FIFA, o que é para si?

Da minha prestação como Formadora no Irão até ser nomeada instrutora da FIFA foi um saltinho e, para mim, foi uma enorme surpresa. Não contava com tal distinção mas é claro que fiquei muito feliz! A formação é um dos pontos de interesse para um dia mais tarde, quando deixar a actividade de Árbitra.

Nota: Foto obtida no Porto com o actor NicolauBrayner, na véspera de viajar para o Irão.