NAQUELE TEMPO – JULHO 1959 (XXIII)

Do Boletim O ÁRBITRO nº 25, referente ao mês e ano indicados - 50 anos já decorridos - dentre outros temas interessantes, realça-se o seguinte:

Com o título A FINAL DA TAÇA, Coelho da Fonseca, o presidente da Comissão Central de Árbitros de Futebol expressa a sua indignação pelo facto dos jogadores que disputaram este jogo, que deveria ser de festa e de convivência, terem utilizado métodos à margem das leis para evitar que o adversário se lhe superiorizasse.

(Como nota, direi que a 19ª Taça de Portugal foi disputada no domingo, dia 19 de Julho de 1959, entre as equipas do Benfica e do Porto, tendo os primeiros vencido por 1-0. A equipa de arbitragem foi liderada pelo Dr. Décio de Freitas tendo como companheiros António Calheiros e Raul Martins).

Carmo Lourenço escreve um excelente texto cujo título se identifica com PERDOAI-LHES SENHOR… Décio de Freitas assina os títulos PONTO FINAL… e ÚTEIS EXEMPLOS A REGISTAR! João Gomes, do Porto, elabora o artigo: APITAR OU ARBITRAR. G. Boyreau escreve sobre OS TREINADORES E A ARBITRAGEM.
Também é notícia que a União Europeia dos Árbitros de Futebol está em formação sob os auspícios da FIFA e com a colaboração das Federações dos seguintes países: Alemanha, Bélgica, Bulgária, França, Holanda, Islândia (este país tinha, na altura, 20 Árbitros em actividade…), Itália, Luxemburgo, Polónia e Suiça. Portugal não esteve presente neste encontro realizado em 8 e 9 de Maio, em Amesterdão, mas espera estar em 1960, em Itália, para dar o seu contributo a tão importante organização europeia que trará vantagens a todos os seus Árbitros. Em Inglaterra foi estabelecido nos 47 anos o limite de idade para os seus Árbitros poderem actuar nos campeonatos oficiais.

O francês Marcel Bois foi destacado como o Árbitro estrangeiro de mês a mês e o Jornalista Acácio Correia (de chapéu), curiosamente, já prognosticava a utilização de meios electrónicos para auxiliar o árbitro na condução dos jogos…
Nas curiosidades, entre outras, dá-se conta de que um jogo de confraternização entre Árbitros austríacos foi de tal maneira complicadíssimo no que se refere ao fair-play que a Polícia teve de intervir para restabelecer a ordem. Coisas…

Para os Jogos Olímpicos de Roma (1960) o Comité da FIFA elaborou os grupos para as eliminatórias, ficando assim ordenados: ÁFRICA – 1º Nigéria e Gana. 2º Etiópia e Uganda. 3º Egipto, Malta e Tunísia. AMÉRICA – 1º México e USA. 2º Suriname e Antilhas Holandesas. 3º Brasil e Colômbia. 4º Argentina e Chile. 5º Uruguai e Peru. ÁSIA E AUSTRÁLIA: 1º Coreia e Japão. 2º Austrália e Indonésia. 3º Tailândia e Taiwan. 4º Afeganistão e Índia. Turquia. Líbano e Iraque. EUROPA – 1º Islândia, Dinamarca e Noruega. 2º Finlândia, Polónia e Alemanha. 3º Russia, Roménia e Bulgária. 4º Jugoslávia, Grécia e Israel. 5º Inglaterra, Irlanda e Holanda. 6º França, Suiça e Luxemburgo. 7º Áustria, Checoslováquia e Hungria. Para a fase final seguem sete selecções europeias, América e Ásia e Austrália, 3 cada e África, duas. A Itália, como país anfitrião, foi qualificada antecipadamente. Istvan Somos historiador e antigo árbitro húngaro anuncia ir publicar um livro com as memórias dos 300 Árbitros da FIFA de 67 países existentes até 1959. (Nota: Dado pretender obter este livro, se é que foi editado, já contactei diversas entidades nesse sentido).

Por fim são apresentadas as contas do Boletim referentes ao primeiro semestre de 1959, conforme se pode ver no respectivo mapa.

IDENTIFICAÇÃO DAS FOTOS:
1-O Presidente da República, Américo Tomás, entrega a Artur, capitão do Benfica que venceu a final da Taça de Portugal, sob a presença de Monteiro da Costa, capitão do Porto e Décio de Freitas, o Árbitro do encontro que se alheou por completo do momento protocolar. 2-O Árbitro francês, Marcel Bois. 3-O Jornalista Acácio Correia.