quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

I CONGRESSO DA ARBITRAGEM PORTUGUESA (1988) – 3ª PARTE

No dia 11 de Junho de 1988, encerraram-se os trabalhos com a leitura do texto que a seguir se reproduz.
-Helder de Sá, Secretário da Direcção, na sede da Associação-
Exmºs Convidados e Congressistas
Exmº Senhor Presidente da Direcção da APA
Caros Colegas e Amigos,

Chegámos ao fim do nosso I Congresso. Foi o Congresso possível, não o desejável.
Temos plena consciência de que poderíamos ter feito mais e melhor, embora a presença física não seja de nossa responsabilidade.

Dentro dos limitados meios humanos e materiais de que dispomos, fizemos o que estava ao nosso alcance. Não foi, nem é a realização do I Congresso dos Árbitros portugueses um fardo para a entidade organizadora. Não nos aproximámos sequer da dotação orçamental aprovada.

Os oito trabalhos apresentados “tocaram” em áreas sensíveis do Futebol e da arbitragem. Se mais trabalhos tivessem sido apresentados, a outras, e quiçá, melhores conclusões chegaríamos.

Os Árbitros, melhor do que ninguém, conhecem os seus problemas, as suas dificuldades e como qualquer ser pensante, têm os seus anseios. Não são acéfalos, há no seu seio (antigos e actuais Árbitros) indivíduos inteligentes que têm capacidade para propor soluções para os problemas.

Estamos cientes de que o trabalho produzido, fruto das comunicações apresentadas e dos debates que se lhe seguiram, não cairá em saco roto. Para além da sua apresentação a órgãos de soberania, ao Ministério da tutela, ao organismo que superintende o Desporto, e aos parceiros desportivos, faremos a possível divulgação pública junto de todos os órgãos de comunicação social, em concreto, os que entenderem abrir-nos a porta. Sabemos que nem todos estão do nosso lado, mas, mesmo estes, terão de contar com a nossa persistência.

Vai a Comissão Organizadora enviar estas conclusões para todos os Núcleos de Árbitros, para além das citadas.

Aprendemos com os erros cometidos. Foi o primeiro Congresso. Dispomos hoje de uma experiência que nos permitirá no futuro fazer mais e melhor. Mas, como a tantos que têm despendido dias e noites na defesa dos interesses dos Árbitros, com sacrifícios pessoais, familiares, financeiros e profissionais, diremos que estamos cansados. A saturação, o desalento e a incompreensão apoderam-se de nós.

Os actuais Corpos Gerentes da APA, que por inerência são também Comissão Organizadora do Congresso, terminam o seu mandato em 31 de Dezembro de 1988.

As eleições foram marcadas para 25 de Novembro. A tempo a hora. No próximo número do jornal “O Árbitro” a sair dentro de mês e meio falaremos mais detalhadamente deste acontecimento.

Aos presentes pedimos que vão chamando a atenção dos Árbitros para a necessidade de se começarem a movimentar-se no sentido de fomentarem o aparecimento de listas para a disputa do referido acto eleitoral, evitando a criação de um vazio directivo.

Caminhamos para o 10º ano de vida da Associação. Quem entenda ter capacidade para liderar os destinos da Associação deverá começar de imediato a pensar na organização das comemorações do aniversário. E até, se possível, num Congresso melhor do que este prestes a findar. A Comissão Organizadora do I Congresso porá ao dispor de todos a experiência acumulada.

Aos que por aqui passaram, aos ilustres convidados, à Imprensa, aos Árbitros agradecemos a colaboração prestada.

O nosso muito obrigado.

Sem comentários: