domingo, 27 de março de 2011

NAQUELE TEMPO (XLIII) – MARÇO 1961

O Boletim de há cinquenta anos, o 45 (Ano IV), destacava o seguinte: A composição do novo Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto (foto de cima) é a seguinte: Avelino Rocha Ribeiro, Armandino Fernandes Costa Mendes José Vieira da Costa (presidente), Artur Fernando Sousa Alves e António Silva Passos. FUTEBOL NA GUINÉ – Dá-se conta, com imagem, do desafio realizado entre as selecções civil e militares, superiormente dirigido pela equipa de arbitragem liderada por José Almeida que foi auxiliado por Adriano Neto e Alfredo Gonçalves. PÁGINA DA COMISSÃO CENTRAL – Circular 22, de 26 de Janeiro, estabelece que poderá receber às sextas-feiras, das 19H30 às 21H00, todos os seus filiados que justificadamente o solicitem, devendo o pedido ser feito com, pelo menos, 48 horas de antecedência. Já as Comissões Distritais podem fazê-lo no mesmo dia da semana, mas das 22 às 24 horas, para não perturbar o expediente normal. Contudo, exceptua-se os casos de reconhecida urgência. Circular 23, de 28 de Fevereiro, fixa o limite de idade para os Árbitros dos quadros da Comissão Central (50 anos) e das Comissões Distritais (45). Circular 24, de 28 de Fevereiro, comunica que no relatório do boletim do encontro devem figurar os nomes dos delegados aos jogo e no verso do sobrescrito endereçado à Federação deve ser aposto o nome do remetente. A inobservância as estas determinações implicará procedimento disciplinar contra o infractor! UM TEMA POR MÊS – Filipe Gameiro Pereira (na foto), instrutor FIFA, destaca no Programa de Treino (3) a “Preparação Mental”. UM ÁRBITRO ESTRANGEIRO DE MÊS A MÊS – O francês Maurice Alexandre Guigue (n. 04.08.1912/F. 27.02.2011), polícia de profissão, dirigiu o Mundial de 1958-Suécia, foi o escolhido para contar neste número, parte dos seus super êxitos. BIBLIOTECA – Aproxima-se a data em que terminará a campanha e, por tal motivo, incentiva-se a participação dos mais atrasados. Quem comanda a lista das dávidas é António Jesus Santos Júnior, com 29 pontos. TEM A PALAVRA UM JORNALISTA – Com o título “A arbitragem – um problema que carece de revisão urgente” Virgílio Martins (na foto) diz de sua justiça. ASSIM VAI O MUNDO DA ARBITRAGEM – O Árbitro alemão Johannes Malka, que dirigiu o encontro entre as equipas do Barcelona e Hibernian, aborrecido com cenas desagradáveis que se observaram, afirmou que não sabia se iria permanecer a exercer a função, mas se continuasse andará com uma pistola e que em vez de pitões nas botas levaria pregos… O francês Jean Louis Grouppi foi afastado do quadro do seu país por ter feito parte de uma embaixada desportiva acompanhando dois clubes numa digressão de propaganda a determinado produto, sem que para isso tivesse autorização. Os colegas suiços, os mais credenciados, são nomeados instrutores e, quando não são nomeados para actuarem, são convidados a observar os desempenhos dos candidatos, elaborando o respectivo relatório. Está prevista a realização de curso internacional em Florença, de 2 a 8 de Julho de 1961, e inscreveram-se, representando Portugal, Joaquim Campos (efectivo) e Décio de Freitas (suplente). Sport Lisboa e Castelo Branco editou, em boa hora, um panfleto com os seguintes conselhos: “Preste um favor à Cidade. Não siga os maus exemplos: não insulte a equipa de arbitragem… Não insulte os adversários… Lembre-se que os maus públicos só prejudicam o seu clube e a sua terra…” Eis as críticas de uma actuação do trio de arbitragem: O Comércio do Porto: “… até final da partida assistiu-se a um jogo à margem das leis, devido ao juiz da partida que desconhece p+or completo as leis de futebol. Péssima arbitragem. C.” A Bola: “… A arbitragem certa, salvo uma bola… A.F.”. Mundo Desportivo: “… Boa arbitragem. AL”. Será que viram o mesmo jogo? Henrique Santos Pereira e Silva, de Vila Real, foi o primeiro Árbitro a usufruir das regalias do seguro recentemente colocado à disposição dos agentes da arbitragem. Aqui aborda-se assuntos, como: Licenciamento, pedidos de demissão, viagens, doentes e convalescentes, inspecções médicas, exames de candidatos, tomada de posse, baptizado, actuações na ilha da Madeira, edição actualizada do Guia Universal, que substitui a de 1959, criação da agência do Boletim em Nampula. Elogia-se a correcta atitude de Antunes, jogador do Alhandra Sport Clube que introduziu a bola discretamente com a mão na baliza adversária na esperança de que o Árbitro validasse o golo. Mas tal não veio a acontecer, pois o Árbitro, atento não avalizou o pretenso ponto. O atleta abeirou-se do juiz da partida e confirmou a irregularidade, dando origem a que os espectadores deixassem de proferir blasfémias, dando inteira razão ao Árbitro. Felicita-se o regresso de Manuel Barulho, de Setúbal, às lides arbitrais. Um jogador de grande nomeada em pleno rectângulo de jogo criticou o Árbitro, dizendo que contra a sua equipa os livres eram sempre directos enquanto para a do adversário só indirectos… Nalguns campos de Portugal já foram inaugurados os quadros de marcadores que vão informando do andamento dos resultados noutros desafios, o que se aplaude. Regista-se a continuação das nomeações dos Árbitros do Continente que vão actuar na ilha da Madeira. Agora falta o equilíbrio da igualdade, isto é, que os colegas ilhéus venham actuar entre nós… TÍTULOS – Hugo Silva, em “Artigo Primeiro”, relata o dia-a-dia no seu local de trabalho, a secretaria da Comissão Central. “Árbitro-Escritor Teatral, por Lourenço José Simões, de Évora, que evoca a sensibilidade do Árbitro Manuel Peres (foto acima) nesta área. Barros de Araújo apresenta “Nunca é demais esclarecer, a propósito de reincidência”, Barros Araújo. O Árbitro lisboeta Patrício Álvares subscreve “Nível… e falta de nível”. “Os Árbitros e os segredos do jogo” assina Alberto Carmo Lourenço (na foto a seguir). Joaquim da Costa Reis escreve sobre “O Árbitro: seus poderes e responsabilidade, questões de direito e questões de facto”. “O fora de jogo e a escassa formação do jogador” foi o título escolhido pelo espanhol António Molinos. Alberto Martins, de Portalegre, dá conta de que “Vicente foi o “maior” e o Árbitro… o “menor”…
PÁGINA DO ULTRAMAR – Em Cabo Verde, na Cidade da Praia, espera-se a criação da Comissão de Árbitros para incrementar iniciativas que visem recrutar mais filiados para o quadro, dada a escassez manifesta de elementos para dirigirem os jogos com reflexos negativos na qualidade do futebol praticado e no capítulo da disciplina no jogo.
Na Guiné, José Mateus Canhão dirigiu o encontro entre a Sociedade Comercial Ultramarina e a selecção de Bathurt’s, da Gambia. Moçambique teve muitas actividades ligadas à arbitragem, das quais se destacam as seguintes: Porto Amélia e Lourenço Marques (tomada de posse das novas Comissões de Árbitros e a última logo deu início ao curso de candidatos). Cabo Delgado (foi divulgado na rádio local o trabalho “Árbitros e arbitragens”, escrito por Jaime Ferraz Gabão), Inhambane (A Comissão de Arbitragem deu início à sua actividade e conta com 6 Árbitros e 10 Estagiários. DELEGADOS DO BOLETIM – Destaca-se a preciosa colaboração de mais dois dedicados representantes: Álvaro Rodrigues, de Coimbra (foto de cima) e Joaquim Ramos Cavaleiro, de Viseu (na imagem a seguir).

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