quinta-feira, 7 de julho de 2011

ÁRBITRO FIFA COM CLAQUE PRÓPRIA E ENTUSIASTA!

Victor Hugo Rivera Chavez (na foto), nasceu no dia 11 de Janeiro de 1967, em Arequipa (Peru), Árbitro internacional desde 2001 e pertence à elite da CONMEBOL. Ascendeu à primeira categoria do seu país em 1997. É professor Universitário e, pasme-se, é o primeiro a nível mundial com ferrenhos adeptos na bancada a apoiá-lo entusiasticamente, onde quer que actue… Bonito! A história tem enchido páginas um pouco por todo o mundo. Não é para menos, realmente. Já imaginou um jogo em que o público aplaude de cada vez que o árbitro marca uma falta. Já imaginou, insiste-se, um jogo em que os adeptos cantam «ninguém cala esse apito» ou «ele apitou, ele apitou»? Aconteceu no Peru, no jogo da primeira divisão entre San Martín e León de Huánuco. O juiz em causa chama-se Victor Hugo Rivera, é árbitro com insígnias da FIFA desde 2001, já dirigiu jogos da Copa América e da Taça Libertadores. Mas jura que nunca imaginou passar por uma situação destas. «Ao chegar ao estádio, ainda antes de entrar no balneário, foi-me dito que eu ia ter uma claque de apoio», conta em conversa com o Maisfutebol. «Mas não liguei. Pensei que fosse brincadeira. Quando subi ao relvado para o aquecimento, estava toda a gente a gritar o meu nome e a bater-me palmas.» Nesse instante Rivera ficou... assustado. «Não percebia. Foi desconfortável, pensei que uma das equipas tinha contratado pessoas para me condicionar.» Mas não. Era mesmo verdade: os adeptos estavam só a apoiá-lo. «Quando apitava uma falta ou mostrava um cartão, parecia golo... toda a gente a gritar.»

Victor Hugo Rivera confessa então que começou a motivar-se. «Senti-me confiante. Foi óptimo, uma sensação muito linda», diz. «No fim do jogo percebi que nem sequer eram adeptos de nenhum clube. Acho que é uma coisa inédita, uma coisa nunca vista num campo de futebol.» Deve ser, sem dúvida.

No entanto tem uma explicação: os adeptos fazem parte de um grupo de apoio a pessoas que geralmente não têm apoio. Os árbitros, por exemplo. A claque chama-se «Hinchada del árbitro», veste camisolas com a imagem do juiz, leva cartões e grita «Olelé, olalá, Rivera é o mais grande que há».

As imagens das bancadas são aliás hilariantes: o estádio todo está com o juiz. Victor Hugo Rivera deve por isso ter sido o primeiro árbitro que levou mais adeptos a um estádio do que as equipas. «Foi uma anedota, uma coisa pontual. Não sei se vai repetir-se. Sei que na altura foi muito bonito», conta.

Se não se repetir, Rivera diz que não faz mal. «Tenho muitos anos de arbitragem e nunca tive apoio. Não vou sentir a falta.» Mas claro gostava de voltar a viver a experiência. «Gostamos de ter apoio. Sempre que me aproximava da bancada, gritavam ainda mais.» Estavam a cumprir o papel deles, claro.

Afinal foi para isso entraram naquele estádio, para dar nas vistas e dizer que apoiam quem geralmente não tem apoio. De resto esta mesma claque vai continuar por aí a apoiar árbitros de futebol. E Rivera ficou com uma história para contar por muitos anos. «Foi um gosto falar para Portugal», finaliza.

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