GRUPO DE COMANDOS “OS VAMPIROS”
Os integrantes deste grupo de Comandos vieram de várias e
específicas unidades que cumpriam já a sua missão em Moçambique.
A constituição do Grupo “Os Vampiros”, a seguir descrita,
evocando-se nomes, patentes e outros dados, só foi definitiva após os seus
componentes terem frequentado voluntariamente o curso específico, com
aproveitamento, durante 145 dias, iniciado em 13 de fevereiro de 1964 e
terminado em 7 de julho de 1964, no Centro de Instrução de Comandos, na
Namaacha, localizado a 76 quilómetros de Lourenço Marques, capital da então
província ultramarina.
-José António Mayer Cabral Sacadura-
A existência e a operacionalidade deste Grupo de Comandos
decorreram entre o final do Curso e o regresso à Metrópole, o que veio a
acontecer
em 8 de fevereiro de 1966, isto é, durante 581 dias.
-Pedro Fernandes David Júnior-
Desconhece-se se este Grupo de Comandos tem a sua história e
onde poderá ser consultada.
-Os Comandantes dos Grupos "Os Vampiros" e "Os Sombras"-
Em Angola e na Guiné constata-se que 2 Grupos de Comandos
adotaram o mesmo nome:
"Os Vampiros”.
CONTINGENTE: 24 COMANDOS
COMANDANTE:
José António Mayer Cabral Sacadura, Alferes, CCAÇ 558
SARGENTOS:
Abel Augusto Real Rodrigues, 1º Cabo Miliciano 1289/63,
BCBOANE
-Faleceu em 21 de
outubro de 1964-
Hermínio Augusto, 1º Cabo Miliciano 1208/63, EAMM
Jacinto António Rodrigues, 2º Sargento, BCLM
Pedro Fernandes David Júnior, 1º Cabo Miliciano 1341/63, EAMM
Vasco Fernandes Santos Valentim, Furriel, CCAÇ 568
PRAÇAS:
Adelino Gonçalves Mendes, Soldado 1269/63, CCAÇ 548
António Joaquim Vasconcelos, Soldado 1538/63, CCAÇ 548
Arcílio Pereira, Soldado 718/63, CCAV 569
Carlos Alberto Pinho Maria, Soldado 781/63, CCAV 569
Claudino Silva Durães, 1º Cabo 587/63, CCAV 568
Ernesto Antunes Guilhas, 1º Cabo 2557/63, CCAÇ 536
Fernando Jean Duarte, 1º Cabo 354/63, CCAÇ 550
João Evangelista Jesus Gonçalves, 1º Cabo 605/63, CCAV 568
Joaquim Pereira Luís, Soldado 2424/63, CCAÇ 548
Jorge Miguel Araújo Portela, Soldado 2208/63, CART 563
Jorge Silva Mineiro, Soldado 1464/63, CCAV 570
José Augusto Sousa, Soldado 1149/63, CCAÇ 549
Manuel Antunes Lourenço, Soldado 929/63, CCAV 570
Manuel Joaquim Ferreira Silva, Soldado 784/63, CCAV 569
Manuel Moreira Sargento, Soldado 1042/63, CCAV 569
Manuel Santos, Soldado 867/63, CCAV 570
Mário Gil Cardoso Figueiredo, Soldado 859/63, CART 563
Raul Ramalho, 1º Cabo 645/63, CCAV 568
Atividade operacional, comum aos 2 Grupos de Comandos: “Os Vampiros” e “Os Sombras”.
01.09.1964 – Foram os dois grupos destacados para Marrupa e
Serra Mecula, onde estiveram 2 meses. Atuaram no Rio Rovuma, na nomadização,
recolha de informações e localizar bases
inimigas próximo da fronteira.
01.12.1964 – Os grupos voltaram a Marrupa, seguiram para
Quilimane e, pouco depois, para Namarroi. Atuaram em Milange, Tacuane e
Namarroi, onde passaram o Natal.
01.01.1965 – Realizaram operações em Nanhagaia, tendo
destruído acampamentos,
capturando armamento e causado baixas ao inimigo.
01.03.1965 – Os dois Grupos de Comandos estiveram na zona de
Miteda-Muidunb,
Cabo Delgado, durante 45 dias.
17.03.1965 – Operação apeada no itinerário
Muatilde-Muidumbe, a apoiar dois pelotões da Companhia Caçadores 607, mas, por
lapso e por fogo inopinado, veio a acontecer um grave acidente que vitimou
mortalmente o 1º Cabo Manuel da Silva Ferreira feriu o 1º Cabo Manuel António
Gonçalves Lima Souto e o Soldado Domingos Santos Marinheiro, todos do Grupo “Os
Sombras”.
Decorreram, neste mês, ações de nomadização nos Rios Mapoedi
e Nango, Nanhima e Muide, Lago N’Guri, Muatide e Nangoloto, Norte de Mueda, Sul
de Muidumbe-Miteda, até ao Rio Messalo,
tendo sido destruídos acampamentos,
capturado e abatido elementos inimigos,
assim como foi apreendido material de
guerra ao inimigo.
23.04.1965 – Os dois grupos embarcaram no aviso “Bartolomeu
Dias” para Lourenço Marques, onde chegaram a 29, no aquartelamento da Companhia
de Caçadores 402, em Ponta Mahone,
onde gozaram cerca de três semanas de
férias.
01.05.1965 – Devido à ocorrência de problemas em Vila
Cabral, os dois grupos foram mandados avançar, por via aérea, para Metangula,
no Lago Niassa, passando por Nova Coimbra,
onde ficaram cerca de 2 meses.
01.06.1965 – Nessa região realizaram operações conjuntamente
com Fuzileiros Navais, e Paraquedistas, especialmente em Cobué, N’Gos e Mataca.
01.07.1965 – Regressam a Vila Cabral, ao itinerário Vila
Cabral-Meponda onde montaram emboscadas. Passado algum tempo tiveram mais um
período de recuperação em Lourenço Marques, onde ficaram até 6 de setembro.
13.09.1965 – Seguiram para Nampula para iniciarem a
preparação da operação “Atum”, que teve como objetivo transportar do Lumbo ao
Catur, por via férrea, e do Catur a Meponda, por rodovia, 6 lanchas, três de
fiscalização, as “Marte”, “Mercúrio” e “Régulus”, 2 médias de desembarque, as
“Saturno” e “Úrano”, e 1 pequena, a “Castor”, cada qual com cerca de 50
toneladas de peso. Os dois grupos de Comandos estiveram determinados a levar a
efeito esta epopeia, fazendo a proteção somente por via férrea e numa extensão
de 726 quilómetros, em 3 colunas, de ida e volta, durando cada uma um mês! A
parte da rodovia foi feita por outras forças militares. Naturalmente que os
dois Grupos de Comandos receberam rasgados e enormes elogios pelo serviço
levado a efeito e a sua superior conduta militar em todas as ações que
desenvolveram.
Esta tarefa terminou em 19 de dezembro de 1965.
01.01.1966 – Os Grupos de Comandos terminaram a sua comissão
nos primeiros meses do ano e regressaram à Metrópole.
NOTA: A operação “Atum” mereceu um tratamento especial do
desenhador A. Vassalo, pois conseguiu que ficasse perpetuado o registo desta
odisseia num livro de banda desenhada. Assim, conjuntamente com Alpoim Galvão,
deram-lhe o título “Do Índico ao Niassa”, obra com 56 páginas e editado em
2010, pela Comissão Cultural da Marinha, cuja capa e uma tira aqui se divulgam.
António Manuel Constantino Vassalo de Miranda, de seu nome completo, natural de
Vila Franca de Xira, foi Furriel Miliciano na Companhia de Cavalaria 487
(Batalhão 490), mobilizado pelo Regimento de Cavalaria 3 (Estremoz), para a
Guiné, onde cumpriu o serviço militar entre 22.07.1963 a 12.08.1965.
Entretanto, frequentou com aproveitamento em 1964 o Curso para Comando no
referido
território tendo feito fez parte do Grupo “Os Panteras”, assim como
participou num Estágio Operacional em Angola. Destaque-se o facto de ter
recebido um Louvor do Comandante
das Forças Terrestres por ter participado na
Operação “Tridente”, que ocorreu no
Sul da Guiné, região da ilha do Como, entre
14.01.1964 a 24.03.1964,
a mais complexa e alongada (70 dias) e aquela que, durante o conflito,
envolveu mais meios humanos (760 combatentes) e bélicos,
dos três ramos das Forças Armadas portuguesas.
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