quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ESTADO DA ÍNDIA – II SÉRIE – CAMPOS DE PRISIONEIROS – DABOLIM – 45º EPISÓDIO E ÚLTIMO DESTA SÉRIE

 

Este Campo de Prisioneiros estava situado no Alto de Mangor, em Goa, a 5 quilómetros de Mormugão, cerca de 30 de Pangim e 2 do aeroporto.

O início do repatriamento foi feito a partir deste Campo, com viagem de avião para Karachi (Paquistão) e, daqui, de barco para Lisboa.

A partir de 30 de abril de 1962 começaram a chegar os presos pela ordem que os indianos indicaram, Pondá II, Aguada, Pondá e Alparqueiros, com os doentes e civis a terem prioridade na saída.

O caminho até Dabolim era feito por camioneta, já que não era terreno amigável, dado que alguns populares hostis insurgiram-se contra os prisioneiros portugueses em fúria, tendo os guardas da União Indiana protegê-los.

A média de permanência em Dabolim era de dois dias.

Inicialmente, no Campo de Dabolim a confusão reinava. De reduzidas dimensões. Era um barracão de chapa zincada e tendas com esteiras como camas. Muita gente a dormir no chão, no cimento, por nada haver para fazer uma simples cama.

Sem água potável e sem condições de alojamento a improvisação era a possível, já que, para quem já passou bem pior, estar bem perto de sair do cativeiro era o desejável!

Aos presos foram devolvidos alguns dos seus pertences, mas não todos, porque dinheiro, máquinas fotográficas, rádios e outros bens não apareceram, logo foram dados como perdidos. Também foram impedidos de saírem com dinheiro indiano (rúpias), as quais foram aprendidas algumas quantias.

Do Campo ao aeroporto, cerca de 2 quilómetros, era feita a pé. Nesse trajeto muitos foram os civis que manifestaram apoio aos portugueses, através de saudações ou choros, acenando lenços. Alguns dos jovens que aplaudiam tinham vestidas camisas da Mocidade Portuguesa.

A entrada para os aviões era feita um-a-um, entre duas filas de Soldados indianos.

Entre os Oficias indianos presentes a assistirem às partidas dos aviões estava o Comandante do Campo de Aguada, Major Hackar Singh que foi despedir-se dos Oficias portugueses que teve à sua custódia.

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