Este Campo de Prisioneiros estava situado no Alto de Mangor, em Goa, a 5 quilómetros de Mormugão, cerca de 30 de Pangim e 2 do aeroporto.
O início do repatriamento foi feito a partir deste Campo, com viagem de avião para Karachi (Paquistão) e, daqui, de barco para Lisboa.
A partir de 30 de abril de 1962 começaram a chegar os presos pela ordem que os indianos indicaram, Pondá II, Aguada, Pondá e Alparqueiros, com os doentes e civis a terem prioridade na saída.
O caminho até Dabolim era feito por camioneta, já que não era terreno amigável, dado que alguns populares hostis insurgiram-se contra os prisioneiros portugueses em fúria, tendo os guardas da União Indiana protegê-los.
A média de permanência em Dabolim era de dois dias.
Inicialmente,
no Campo de Dabolim a confusão reinava. De reduzidas dimensões. Era um barracão
de chapa zincada e tendas com esteiras como camas. Muita gente a dormir no
chão, no cimento, por nada haver para fazer uma simples cama.
Sem
água potável e sem condições de alojamento a improvisação era a possível, já
que, para quem já passou bem pior, estar bem perto de sair do cativeiro era o
desejável!
Aos
presos foram devolvidos alguns dos seus pertences, mas não todos, porque
dinheiro, máquinas fotográficas, rádios e outros bens não apareceram, logo
foram dados como perdidos. Também foram impedidos de saírem com dinheiro
indiano (rúpias), as quais foram aprendidas algumas quantias.
Do
Campo ao aeroporto, cerca de 2 quilómetros, era feita a pé. Nesse trajeto
muitos foram os civis que manifestaram apoio aos portugueses, através de
saudações ou choros, acenando lenços. Alguns dos jovens que aplaudiam tinham
vestidas camisas da Mocidade Portuguesa.
A
entrada para os aviões era feita um-a-um, entre duas filas de Soldados
indianos.
Entre
os Oficias indianos presentes a assistirem às partidas dos aviões estava o
Comandante do Campo de Aguada, Major Hackar Singh que foi despedir-se dos Oficias
portugueses que teve à sua custódia.
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