quarta-feira, 24 de outubro de 2007

JOAQUIM CAMPOS – UM MESTRE QUE CONTINUA ACTUAL E PARTICIPATIVO


O decano da arbitragem portuguesa com os seus 83 anos de idade dá ainda conselhos sensatos e importantes para todos aqueles que pretendem dar o seu máximo à causa da arbitragem, actividade de que tanto gostamos. Vale a pena ler estes pareceres actualíssimos de alguém que usou a insígnia da FIFA durante 21 épocas consecutivas e participou em dois campeonatos do mundo (1958 e 1966) e um europeu (1968)…


ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DOS TÓPICOS DA ARBITRAGEM E DO BOM ÁRBITRO

1º. – Seja justo mas não impulsivo;
2º. – Seja rápido, mas não solícito, isto é, obsequioso;
3º. – Seja enérgico, mas não irascível;
4º. – Seja firme, mas não antipático;
5º. – Seja amável, mas não brando;
6º. – Conheça o Regulamento, mas não dê a impressão de que o sabe demasiadamente;

Não se deve esquecer que há jogadores que são bons psicológicos e que captam rapidamente o critério do Árbitro, agindo depois consoante o seu estudo.

Uma faceta imprescindível ao Árbitro moderno é a flexibilidade que lhe permite:

- Adaptar-se e reajustar-se ao ritmo da partida;
- Alcançar o necessário “sentido” do jogo;
- Ganhar o respeito dos jogadores;
- Subministrar a necessária “válvula” de freio para uma arbitragem inteligente.

Os requisitos para o seu profícuo trabalho podem ser divididos em duas importantes e sempre necessárias qualidades: coragem e bom julgamento para a interpretação e compreensão do jogo. O jovem Árbitro não deve imitar a mímica do Árbitro antigo. Deve, pelo contrário, observar o seu lado técnico e adequá-lo à sua personalidade. Se quiser lograr êxito na missão que escolheu deve corrigir debilidades ou defeitos.

Na arbitragem não pode haver arrogância, teimosia, antagonismo, indecisão, nervosismo, negligência ou dramatismo.

ONZE PREDICADOS DE UM ÁRBITRO

1º. – Aparência
2º. – Equilíbrio
3º. – Honestidade
4º. – Valentia
5º. – Flexibilidade
6º. – Habilidade
7º. – Carácter
8º. – Lealdade
9º. – Honradez
10º. – Inteligência
11º. – Psicologia

CONSELHOS AOS ÁRBITROS

- Não tires os olhos do jogo (lembra-te que és Árbitro e não espectador).
- Não te baseies em suposições.
- Não dês explicações sobre as tuas decisões.
- Não discutas com os jogadores (quando julgas que ganhas, perdes).
- Nas respondas aos espectadores (é impossível arbitrar e discutir).
- Não procures confusões, nem as alimentes.
- Não tomes decisões contra um colega nem justifiques uma atitude culpando-o.
- Não te apresentes mal equipado.
- Não sejas orgulhoso.
- Procura sempre a melhor posição no terreno de jogo.
- A apitadela deve ser breve, nítida, forte e significativa. Não fales com o apito na boca.
- A sinalética deve ser correcta, clara e concisa.
- Não grites nem empurres.
- Não deves falar mas se tiveres necessidade de o fazer, o tom de voz tem de ser forte, mas agradável, firme mas controlado.
- Coopera com os teus companheiros. Lembra-te que não és o patrão, mas que fazes parte de uma equipa composta por três homens como tu.
- Tem sempre presente que é mais fácil apitar do que não fazê-lo, mas faz o possível por não estragares o jogo.
- Não sigas só a bola. De vez em quando dá uma olhadela pelos quatro cantos do rectângulo de jogo, mas tem em atenção, principalmente nos teus primeiros tempos de arbitragem que no ar, depois da altura dos jogadores, não se podem cometer faltas.
- Não arbitres parado nem ponhas as mãos nas ancas, pois dá uma imagem desagradável. Quando actues como Árbitro Assistente não ponhas a bandeirola atrás, nas costas.

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