sexta-feira, 17 de julho de 2009

ENTREVISTA AO SÍTIO ARBIFUTE

ARBIFUTE, o excelente sítio formativo e informativo, publicou em 5 de Junho último uma entrevista comigo, depois de me ter facultado, por correio electrónico, as correspondentes perguntas. Transcrevo, a seguir, o texto divulgado. A saber:

ARBIFUTE - A profissionalização no sector da arbitragem em Portugal, seria uma "loucura" ou uma mais valia para o futebol? Porquê?
ALBERTO HELDER - Será, sem dúvida, um valor acrescentado. Defendo, desde há muito, a efectiva profissionalização dos Árbitros e Árbitros Assistentes, conforme entrevista publicada no Boletim Off-Side, órgão do Núcleo de Árbitros de Futebol Américo Barradas (Lisboa), referente ao mês de Fevereiro de 1994, edição nº 9. Seria, pois, uma melhoria para o desporto-rei, área actualmente bastante profissionalizada, pois não entendo que a questão importantíssima, a decisória, continue entregue a amadores...

ARBIFUTE - Muito se fala das novas tecnologias, ou como uns dizem, "meios auxiliares dos árbitros", na sua opinião seria benéfico para o futebol essa medida? Ou seriam os árbitros de baliza uma boa alternativa aos meios tecnológicos?
AH - É verdade que alguns sectores da sociedade beneficiam das novas metodologias, criadas a-propósito. Já no futebol, cultura que tem mais de cem anos, não aceito que as ditas "modernizes" venham a retirar a essência principal da modalidade: a margem de erro de todos os intervenientes. Os quintos árbitros não vão aquecer ou arrefecer os humores do futebol.

ARBIFUTE - Como está a avaliar a arbitragem esta época na Liga? Tem existido muito polémica, muitos erros, muitas declarações polémicas de alguns treinadores e dirigentes, não seria altura de uma mudança, por exemplo em castigos pesados para todos aqueles que «aterrorizam» os árbitros?
AH - Não bem nem mal! Normal, portanto... Erros existem desde os primórdios. Só que agora, com tantos jornais da especialidade, tantas televisões, tantos programas específicos a viverem das situações, essas personalidades têm de falar muito para nada dizerem!
Quanto à segunda parte da pergunta direi que os regulamentos já possuem instrumentos que punem os prevaricadores, logo terão de ser aplicados de harmonia com a infracção cometida.

ARBIFUTE - Qual a sua opinião sobre conferências de imprensa/ «flash-interview» no sector da arbitragem? Seria uma boa ou má medida?
AH - Compreendo ser uma boa iniciativa, pois ajudaria a que situações vividas nos jogos, algumas controversas, ficassem, desde logo, resolvidas.

ARBIFUTE - Como está a avaliar o trabalho de Vítor Pereira, como presidente da arbitragem do futebol profissional?
AH - Não me pronuncio por desconhecer quais os objectivos a que se propôs realizar em prol da categoria. Só confrontando o seu projecto é que poderia fazer uma avaliação criteriosa sobre o que tem feito.

ARBIFUTE - Qual a «mudança radical» que precisa a arbitragem portuguesa?
AH - A arbitragem portuguesa não tem um rumo certo, uniforme e seguro desde a formação inicial, o que venho lamentando há muito tempo! É aqui que reside o mal que, desde sempre, a afecta, espartilha e é contrária a um trabalho sério, credível, digno e profícuo que se deseja no sector.
Quem, com conhecimento profundo da causa, estiver interessado no bem da actividade arbitral é que poderá contribuir para a sua valorização!
Um pequeno-grande exemplo, entre muitos: Um Árbitro que vá fazer provas para ascender aos quadros nacionais (depois de ter estado, pelo menos, quatro épocas nos distritais), para além da prova escrita, física e oral, terá de fazer um exame psicotécnico!?
Pergunta: Para que serve tal verificação? É para saber se tem aptidões para o desempenho da função? Então, não foi avaliado quando esteve a exercer o mesmíssima actividade anteriormente? Coisas...

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1 comentário:

PB disse...

Gostei de ler a entrevista, Sr. Alberto.
Um grande abraço do Pedro