quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PROCESSO DAS CLASSIFICAÇÕES DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL (2)

Ontem, no segundo dia do julgamento, compareceram, para além dos ex-dirigentes do Conselho de Arbitragem já referenciados na semana passada, o responsável pela área de informática da Federação, António Resende, Joaquim Soares, mais dois envolvidos nesta acção judicial, os Observadores madeirenses Paulo Jorge Pita da Silva e José Miguel Marques Mendonça que, por sinal, foram ouvidos e interrogados pelo Tribunal, Ministério Público e Advogados.

Inquiridos quanto aos telefonemas recebidos do seu superior hierárquico desportivo, António Henriques, antes ou depois dos jogos em que estavam a analisar o trabalho dos Árbitros, foram unânimes a afirmarem que não lhes causou qualquer influência nas notas atribuídas a quem estavam a observar, pontuação que foi dada de harmonia com o trabalho produzido na direcção das partidas para que foram nomeados.

Resultantes daqueles telefonemas, ontem, foram evocados os nomes dos Árbitros Nuno Afonso (Lisboa), João Capela (Lisboa), Vasco Santos (Porto), Ricardo Alves (Porto) e João Henriques (Coimbra).

Por último foi escutada a testemunha arrolada pelo Ministério Público, o actual Presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (na altura dos factos exercia as funções de Vogal), para dizer, entre outras coisas, que as classificações dos agentes da arbitragem nacional na época 2002/2003 foram aprovadas por unanimidade sem a sua presença, dado que, momentos antes, saiu da sala para ir beber café e quando regressou já estava a votação consumada.

Também afirmou não saber como era a aplicação dos quocientes de correcção aos relatórios dos Árbitros, sistema então utilizado pelo Conselho de Arbitragem, para valorizar ou não a pontuação final de cada um dos observados.

À pergunta se os Conselheiros da área de arbitragem ganhavam muito dinheiro asseverou receberem ao quilómetro percorrido desde casa e volta e a quantia de 17,50 euros por cada refeição…

Antes deste depoimento o Tribunal rejeitou o requerimento do Advogado Moreira dos Santos que pretendia ver este depoente como arguido.

Estiveram presentes 19 Advogados e esta sessão demorou 2 horas e quinze minutos. Faltou a testemunha Gilberto Madaíl. Próxima sessão (dupla): Dia 17, 4ª feira, às 09H30 e 14H00. A audiência foi novamente dirigida por Clarisse Gonçalves (Presidente), Ana Teixeira da Silva e Ivo Rosa. Do Ministério Público, esteve Joaquim Simas.

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