domingo, 17 de julho de 2011

MARCOS ANDRÉ GOMES DA PENHA, NOS ESTÁDIOS E NA POLÍCIA FEDERAL BRASILEIRA!

A paixão pelo desporto fez com que o agente de Polícia Federal, Marcos André Gomes da Penha (nasceu em 10.01.1975, no Estado do Espírito Santo) se interessasse pela arbitragem no futebol. Ele, que é formado Educação Física, já apitou diversas partidas de destaque no campeonato brasileiro, série A (Brasileirão).
Em entrevista ao sítio da FENAPEF-Federação Nacional dos Policiais Federais falou sobre a arbitragem no Brasil, sua carreira como policial federal e o seu interesse pela arbitragem no futebol. Marcos André também relacionou como alguns aspectos do trabalho de policial federal ajudam na hora de arbitrar. “Um dos pilares da Polícia Federal é a busca pela excelência. Acabo transferindo isso para minha actividade como árbitro”, diz Marcos. FENAPEF (P): Como foi o ingresso na Polícia Federal?
Marcos André (MA) - Ingressei no concurso de 2004, e a partir daí fui cumprindo as etapas de ascensão com normalidade e aproveitamento. P: E o interesse pela arbitragem no Futebol?
MA: Sempre gostei de desporto. Sou formado em Educação Física e em Direito. Joguei futebol em divisões de base de clubes do Rio de Janeiro, mas não tive grandes oportunidades. Acabei praticando outras modalidades, sendo duas vezes campeão estadual de voleibol e duas vezes vice-campeão estadual de ténis de mesa.
No início de 1997, um amigo me convidou para fazer o curso de árbitro de futebol, pois vislumbrava ali uma oportunidade de participar no "mundo do futebol". Inicialmente reprovei, pois eu queria jogar futebol, mas acabei cedendo e, após um ano de curso, me formei árbitro. O meu amigo não prosseguiu, desistiu nas primeiras actuações.
Meu primeiro jogo no campeonato principal Estadual ocorreu em
1999. Em 2005, ingressei no quadro nacional de árbitros da CBF-Confederação Brasileira de Futebol, porém não pude actuar, pois fui convocado para o curso de formação profissional e, depois, a deslocação para Cruzeiro do Sul/Acre. Somente em 2009 retomei a actividade de árbitro no quadro nacional.
Em 2010 fui o árbitro com maior número de actuações na série B (2ª Divisão) do
Campeonato Brasileiro e em 2011, um dos que mais actuaram na Copa do Brasil.
Em 2011, completei minha 4ª final de Campeonato Estadual, tendo sido eleito o melhor árbitro, e estreei-me na Série A do Campeonato Brasileiro. P: Quais aspectos do trabalho de policial federal te ajudam na hora de arbitrar?
MA: Um dos pilares da Polícia Federal é a busca pela excelência. Acabo transferindo isso para minha actividade como árbitro. A seriedade e o comprometimento em fazer o melhor naquilo que me proponho me acompanham em ambas funções. Gosto de tal desafio. Isso me motiva a, cada vez mais, superar algum óbice que apareça.

P: Como árbitro, convives com críticas e a pressão dentro do campo. Qual a técnica para lidar com isto?
MA: Treinar, treinar e treinar. É como praticamente tudo na nossa vida profissional. Se treinamos tiro constantemente, atiraremos melhor. Se treinamos abordagem, a possibilidade de um erro é minimizada. Assim, se nos sentimos preparados, entramos tranquilos para fazer qualquer serviço.
Há uma equipe multidisciplinar que acompanha cada árbitro. Temos acompanhamento permanente da Comissão de Arbitragem da CBF (CA/CBF).
Instrutores Técnicos, Preparador Físico, Psicólogo, Nutricionista, Assessores e a Comissão de Árbitros... enfim, levamos uma vida de atleta. Somos submetidos a constantes testes físicos e teóricos, avaliação antropométrica e adipométrica.
Para se ter uma ideia, pelo menos três vezes ao ano passamos pelo seguinte teste físico (cada fase é eliminatória): 1ª fase - Seis sprints de 40 metros em, no máximo, 6,2" segundos, sendo que o intervalo entre as corridas é de 1 minuto. Ao término dessa fase, 7 minutos depois... 2ª fase - 24 corridas de 150 metros em, no máximo, 30segundos, sendo que o intervalo entre si é de 40 segundos. Convido a alguém experimentar esse teste e sentir como é! (risos). Apesar disso tudo, não quer dizer que erros não ocorrerão, mas serão minimizados. O trabalho é realizado com muita seriedade e responsabilidade.

P: Como analisa a qualidade da arbitragem no Brasil?
MA: Está entre as melhores do mundo. Não deixa a desejar a nenhum grande centro. Outros campeonatos pelo mundo também ocorrem erros, mas muitas vezes temos a mania de achar que, por serem do "primeiro mundo", são sempre melhores. Isso não é verdade.
Logicamente que sempre podemos melhorar, mas não estamos longe da excelência. A CA/CBF mantém um controle estatístico da qualidade da arbitragem e esse gráfico é crescente nos últimos anos.

P: Qual foi a partida mais difícil que já dirigiu? Por quê?
MA: Toda a partida que tenho de arbitrar considero sempre a mais difícil, pois a responsabilidade é grande. O erro pode determinar o fim. Por isso não tem como falar que uma é mais difícil ou mais fácil que a outra.

P: Que é mais difícil: actuar como policial ou como árbitro de um jogo?
MA: Cada um tem sua peculiaridade. Vivo muito mais meu dia-a-dia na Polícia Federal, afinal esse é meu labor.
Sou muito grato pela oportunidade de estar inserido no quadro de uma das principais instituições do Brasil. Também sou grato a instituição que compreendeu, por intermédio da Instrução Normativa da Prática de Actividade Física, a importância de ter atletas, árbitros e membros de comissão técnica em seu quadro, como forma de elevar cada vez mais o nome do Órgão e, principalmente, minimizando o absentismo funcional, pois veja os testes físicos que somos submetidos, colocando esse vigor físico à disposição do nosso trabalho.

P: Qual sua mensagem para os colegas de todo o Brasil?
MA: Agradeço o apoio e os incentivos de todos os colegas. Obrigado aos que sempre acreditaram e confiaram em mim em todas as situações. Apesar dos percalços da vida, com sabedoria, trabalho e ajuda de Deus, somos mais fortes e venceremos qualquer barreira.
Me despeço com uma frase de minha autoria: "Um homem sem objectivos é um corpo sem alma!”

Fonte (com a devida vénia e adaptações): Agência Fenapef

2 comentários:

Sergio disse...

Caro Alberto,
Acompanho sempre seu blog aqui do Brasil. Deixo um forte abraço e espero revë-lo em breve.
Na foto da arbitragem, na partida do Flamengo x Ceará, o Kleber Lúcio Gil é Assistente Aspirante-FIFA, de Santa Catarina.

Kroll disse...

O Voltaço vai para o jogo mais importante da sua história moderna (Volta Redonda x Tupi) no próximo domingo com arbitragem capixaba. Torço para que tenham grande atuação