sábado, 28 de abril de 2012

IGREJA MOREIRA FALECEU

Só agora se soube de que este grande amigo já não está entre nós. Deixou-nos no dia 17 de Setembro do ano passado.
João Igreja Moreira, nasceu em 9 de Junho de 1937 e filiou-se no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Lisboa aos 32 anos de idade, onde se manteve em actividade até 1979, altura que requereu passagem à situação de licenciado, mas sem nunca se afastar do ambiente em que sempre viveu de forma vibrante e apaixonada.
Em 21 de Março de 1986, graças aos bons serviços prestados ao futebol e à arbitragem lisboeta foi distinguido com o título de Sócio de Mérito da Associação de Futebol de Lisboa.
Também exerceu recentemente o cargo de Presidente da Mesa da Assembleia-geral da AVAAL-Associação para a Valorização Ambiental da Alta de Lisboa, organização com fins altruístas.
Excelente camarada, amigo do seu amigo, solidário, frequentador dos convívios do Núcleo dos Antigos Árbitros de Futebol, elaborou e pretendeu  ler o que a seguir é transcrito, mas por falta  de oportunidade não lhe foi possível fazê-lo no local certo:

“Boleiros, 12 de Junho de 2011
Caros Amigos
Passado um ano e oito dias não julgava estar hoje aqui. No entanto as minhas previsões de tempo que tinha para viver falharam. É com grato prazer que me encontro entre vós. Para o próximo ano, não sei se cá estarei. E, se tal acontecer, nada tenho para vos doar além da minha amizade que sempre nutri por todos vós e pelas vossas famílias. Aliás, tenho para vos doar este meu testamento poético:
QUANDO EU MORRER
NÃO QUERO CHORO NEM VELAS
QUERO FITAS AMARELAS
GRAVADAS COM O NOME DELAS
«QUE FORAM MUITAS».
NÃO QUERO COROA DE LOUROS
NEM COROA COM ESPINHOS.
QUERO QUE DANCEM UM VIRA MINHOTO
AO SOM DE UMA CONCERTINA
E DE UM CAVAQUINHO.
ROSAS AMARELAS, BRANCAS
OU DE OUTRAS CORES
PARA MIM NINGUÉM AS CORTE
SE NÃO AM MERECI EM VIDA
PARA QUE SERVEM NA MORTE?
EU QUERO QUE O MEU CAIXÃO
TENHA UMA FORMA BIZARRA
A FORMA DE DOIS CORAÇÕES
E NA TAMPA UMA GUITARRA!
QUERO NA MINHA CAMPA
COLOQUEM UMA CRUZ ERGUIDA
POIS PARA CRUZ JÁ ME BASTA
ESTA QUE CARREGO EM VIDA!”

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