domingo, 27 de dezembro de 2009

NAQUELE TEMPO – DEZEMBRO 1959 (XXVIII)


No exemplar 30 de O Árbitro, o Órgão Oficial da Comissão Central dos Árbitros de Futebol, destaca-se os seguintes títulos: O desenho que ocupava a capa do boletim e dedicado à época natalícia, foi idealizado e concebido pelo colega Orlando Pereira de Sousa.
-Vítor Santos-

Décio de Freitas, o director do boletim, assinou o Terceiro Natal, o qual, pela oportunidade, se transcreve na íntegra:

-Orlando de Sousa-


É na realidade o terceiro Natal de O Árbitro. A inquietação espiritual do mundo de hoje, manifestada em todos os sectores do pensamento humano, ultrapassou as barreiras sociais em todos os campos, e verificamos receosos que o sector desportivo não ficou indemne a tão perigoso contágio.
É nosso desejo que os responsáveis pelo todo ou por qualquer núcleo da orientação desportiva em Portugal, meditem, nesta hora tão calma do seu ambiente familiar, nas repercussões que têm no espírito dos seus dirigidos, as atitudes impensadas ou menos consentâneas com a boa ética.
Que a mensagem de justiça social e compreensão que Cristo veio trazer à Terra, seja recebida por todos de forma que no nosso próximo Natal possamos dizer muito alto:
Bem-hajam!

ARTIGOS ASSINADOS:

“Maneiras de conduzir o jogo”, por Carlos Lourenço. “Ares de Espanha”, de Vicente Caballero. “A Grande Missão do Árbitro”, pelo jornalista Vítor Santos. “Dão-me licença…”, por João Gomes (Braga). “Por uma arbitragem melhor-Ser Árbitro”, por Pedro Moreira. -José Travassos-

OUTROS TEMAS: “Arbitragens em Moçambique”, “Aconteceu há vinte e cinco anos…”, “Livres de canto…”. A GALERIA DO PASSADO evoca o Árbitro internacional lisboeta José Travassos (nota: o 8º da lista dos FIFA portugueses), descrevendo a sua admirável carreira desportiva. O ÁRBITRO ESTRANGEIRO DE MÊS A MÊS – Nesta rubrica é distinguido o escocês Jonh Alexander Mowat. NOTÍCIAS – Um mimo, o que transcreve a seguir. Uma equipa de arbitragem que se deslocou a uma cidade do Norte tomou a sua refeição num restaurante, mas logo se aperceberam que os criados eram todos delico-doces para com eles. Quando estavam de saída um dos servidores abeirou-se do árbitro e disse-lhe: “O que queremos é que o senhor faça uma arbitragem imparcial a favor do meu clube, como fez da última vez em que cá esteve…”. Francisco José Romão Alves, um algarvio em Cabo Verde, foi chamado a dirigir o encontro internacional desta então província ultramarina portuguesa com a selecção da Gambia. A Federação Portuguesa de Futebol avisa que os recursos interpostos perante a Direcção-geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar têm de ser feitos de harmonia com a lei fiscal, isto é, o famigerado papel selado era o único meio a utilizar! José Mateus Canhão, actuou como Árbitro auxiliar nos jogos que opuseram a Guiné-Bissau e Senegal. Hermínio Soares, o nosso internacional, foi requisitado para dirigir os encontros entre a selecção de Marrocos e as suas congéneres da Tunísia e da Jugoslávia. Continua por solucionar a questão do seguro do Árbitro que ainda não avançou, não deixando de haver muito empenho mas resultados nulos. Os curiosos que relatam os jogos das colectividades da sua terra continuam a padecer de “clubite aguda” pois não se cansam de culpar os Árbitros das derrotas que vão sentindo… As Comissões Distritais de Árbitros de Coimbra, Faro e Santarém dão provas de profícua actividade com acções de relevo para os seus filiados.

TRIBUNA DO ÁRBITRO – Foi colocada a questão de se saber quando existe troca de jogador de campo e o guarda-redes e as substituições permitidas. (A resposta dada ainda se mantém actual).

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