segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

NAQUELE TEMPO – DEZEMBRO 1962 (64)

No Boletim “O Árbitro” nº 66 (Ano VI), de há cinquenta anos, salientou-se, entre outros, os seguintes assuntos:
SAUDAÇÃO DO DIRECTOR DE “O ÁRBITRO” – Décio de Freitas expressa-se dizendo prosseguir com o trabalho à frente do mensário, desde que todos os interessados consigam dar o seu melhor em prol desta iniciativa. Aproveita para desejar boas festas e dar conta que o valor da assinatura, a partir de Janeiro de 1964, é onerado em $50 (cinquenta centavos)!
AINDA O TRIBUTO A ANTÓNIO RIBEIRO DOS REIS
Continuaram as manifestações ao grande Mestre.
Fernando Henriques Pimenta, presidente da Comissão Central de Árbitros de Futebol, profere, em cinco páginas, a sua oratória realçando a contribuição que Ribeiro dos Reis deu ao futebol e à arbitragem em particular, face à sua postura, saberes e aos cargos que exerceu aquém e além-fronteiras, dizendo que o seu nome entrou na história do desporto, o que muito dignifica Portugal.
Ricardo Ornellas, jornalista e companheiro do Mestre há mais de quarenta anos, que não pode estar presente na altura da homenagem, delegou no Editor do Boletim, Hugo Domingos da Silva (na foto), a dissertação do longo texto de louvor, fazendo, em quatro páginas, uma minuciosa exposição da sua vida desde os primórdios, quer desportiva, quer no jornalismo e, no meio, com publicações de livros de regras, os primeiros em Portugal, muito bem recebidos pela massa entusiasta que nos primeiros anos do desporto-rei o apreciava de forma muito apaixonada.
Mateus Canhão, lá longe, na Guiné-Bissau, também teve escreveu um memorável texto recordando o ecletismo do Mestre, que percorreu, sempre com distinção, as seguintes funções: Jogador, Treinador, Árbitro, Dirigente, Seleccionador, Conselheiro, Membro da Comissão de Arbitragem da FIFA, desde Setembro de 1952 até ao seu falecimento. Iniciador das modalidades de Hóquei em Campo e Rugby no Sport Lisboa e Benfica.   
Neste boletim é transcrito o discurso proferido pelo presidente do Colégio de Árbitros espanhol, D. Manuel Asensi Martin (na foto), na sua língua materna. Foram, ainda, recebidos telegramas de condolências, de: Comissão Distrital de Aveiro, Tomás Moura, Comissão Distrital de Faro e filiados, Ilídio Nogueira, Justino Lopes, João Gonçalves e Cap. Maia Loureiro.
ATLETAS DE ONTEM-ÁRBITROS DE HOJE – Evaristo Marques da Silva (na foto), nascido em 31.05.1924,de Lisboa, foi o escolhido para esta rúbrica. Praticou basquetebol, futebol e atletismo, onde se sagrou campeão distrital e nacional. Na arbitragem, atingiu a categoria principal, onde se manteve entre 07.02.1960 a 22.04.1973.
 Registe-se o apontamento sobre a obstrução vindo do leitor Eduardo Neves, de Viseu; A Humberto Faria, delegado em São Vicente, Cabo Verde, é-lhe solicitada colaboração para que o boletim possa avançar em termos de divulgação de notícias do arquipélago; O Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo tem novo elenco directivo, a quem se deseja felicidades. Agradecimento à Tipografia Esmeralda, que teve a amabilidade de ofertar alguns exemplares do boletim, distribuídos aquando da homenagem ao Mestre Ribeiro dos Reis. Renova-se o apelo para que Manuel Alberto da Silva Marques, Árbitro em Leiria, possa vir a ser submetido a intervenção cirúrgica, desde que haja uma substancial ajuda financeira, de todos aqueles que queiram ajudá-lo. As dádivas deverão ser encaminhadas para Braga Barros, Marinha Grande.
A Comissão Central determina que durante o tempo regulamentar só poderão entrar e permanecer na zona do campo, as seguintes pessoas: Delegados, médico, massagista, treinador e jogadores suplentes quando equipados e ainda os fotógrafos, quando em serviço, e os elementos indispensáveis aos serviços da rádio e televisão. A todos estes elementos está vedado dar indicações, por palavras, sinais ou quaisquer outros meios, aos jogadores em campos. No caso do não cumprimento destes preceitos, o Árbitro deverá suspender o jogo e mandar retirar o prevaricador, recorrendo, se necessário, à força pública!
 Jorge Sousa Cipriano, Árbitro estagiário, de Angra do Heroísmo, coloca a seguinte questão: Num jogo que dirigiu assinalou falta e, quando a bola estava na marca, o jogador que ia executar pontapé de reinício da partida, em sinal de descontentamento, pontapeou a bola para longe. Baseado no livro “Futebol-Divulgação das suas leis”, página 249, pergunta 59, disse ao infractor que, por favor, fosse buscar o esférico. Dado que esta circunstância levantou alguma discussão venho saber como proceder futuramente. Resposta: “A decisão certa é a advertência ou expulsão e não obrigar o jogador a ir buscar a bola, situação que se pode confundir com excesso de autoridade, o que leva a mostrar ao público que tem poderes para humilhar o jogador.”
TÍTULOS – Barros Araújo assina “No alvorecer duma nova era”. “Ser ou não ser Árbitro, eis a questão”, por António de Oliveira Correia, Árbitro setubalense. António Augusto dos Santos desenvolve um trabalho interessante, denominado “Protestos”, apresentando 39 questões pertinentes e de grande alcance para os estudiosos das leis do jogo.

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