quarta-feira, 29 de agosto de 2007

ELEIÇÕES – PARA QUE ESTES CASOS NÃO SE REPITAM…


Reproduzo o texto da mensagem que, em devido tempo (16 de Julho de 2007), enviei à

Exmª Senhora
Isabel Cidra
Chefe da Divisão de Informação e Atendimento da
Câmara Municipal de Lisboa

Com os meus respeitos venho apresentar junto de V. Exª as situações abaixo descritas, chamando a vossa melhor atenção no sentido de promover todas as iniciativas que achar por bem desenvolver para que, o que se passou, venha a ser suprimido em próximas eleições, pois não se compreende que, hoje (estamos em 2007), ainda se verifiquem estes casos na Capital de Portugal.

O subscritor, Alberto Helder Henrique dos Santos, nascido em 18 de Março de 1942, eleitor D-3, na Freguesia de Benfica, foi honrado com a nomeação de Presidente da Secção de Voto nº 21, sita na Escola 52, na rua Jorge Barradas.

1. Assim, no dia 11 de Julho (quarta-feira) dirigi-me à Junta de Freguesia de Benfica para levantar a necessária documentação e, como é meu hábito desde há muito, pois gosto de fazer tudo como deve ser, cumprindo até uma sugestão do Manual dos Membros das Mesas, que diz ser útil uma prévia reunião entre si, solicitei os contactos telefónicos dos restantes membros da Mesa, na expectativa de planearmos toda a nossa acção no dia da votação para que tudo viesse a correr com a mínima das falhas, tendo-me sido fornecido somente o telefone do Presidente-Suplente, com quem falei. A Junta de Benfica desconhecia os telemóveis dos restantes! Jamais pode continuar este género de omissão. Os elementos das Mesas devem falar antes do dia da eleição e não só no próprio dia. Na Mesa 21 dois dos seus membros estrearam-se nestas andanças...

2. No dia da eleição, compareci na referida Escola, pelas 06H45, e, como se sabe, a votação decorreu até às 19H00. Todos os 459 eleitores que exerceram o seu direito cívico na 21, foram de uma simpatia e cordialidade que importa registar. Nunca houve a mais pequena questiúncula, o mais pequeno problema. A nossa secção terminou os procedimentos seguintes às 19H30, altura em que me dirige à responsável da Junta de Freguesia na Escola para entregar a documentação identificada com 2 destinatários: Junta e Polícia. Logo ali, disse que não compreendia a razão de ter que esperar pelos senhores agentes da autoridade para lhes entregar a devida documentação. Recebi como resposta que teria de ser assim, etc., etc. Entretanto, os Presidentes das outras 5 Secções da Escola 52, também terminaram as suas tarefas e ali ficámos a aguardar pela chegada dos representantes da PSP. O tempo foi-se passando e as capacidades psíquicas e físicas daqueles que estavam a aguardar também já estavam a esgotar-se, depois de tantas e tantas horas de pé a atenderem os votantes. Mais tempo se passou e um dos Presidentes contactou o senhor Oficial de Dia da PSP que disse o serviço estar sobrecarregado, pois tinha de recolher de mais 8 (salvo erro) Freguesias a documentação para entregar em local apropriado. Mais telefonemas, mais informações desencontradas e contraditórias, ao ponto de que eu, já extremamente debilitado (sou doente oncológico e diabético), resolvi sair para minha casa com a documentação que teria de entregar à PSP, isto às 22H00 (vinte e duas horas...), ou seja, depois de 2 horas e meia de espera infrutífera, torturante e humilhante.

Particularmente, na minha qualidade de cidadão, entendo não ser merecedor do tratamento de que fui alvo, mas destaco muito especialmente a grande falta de respeito que todos os Presidentes das Mesas foram sujeitos. Não me importa de quem é a culpa, sei, isso sim, é que estas situações são facilmente erradicadas se houver planeamento, organização e vontade de servir a comunidade. Ser-se Presidente duma secção de voto é, afinal, um banal cargo que, conforme se pôde constatar, os responsáveis pelo processo eleitoral não têm o mais pequeno apreço, bem pelo contrário: demonstraram desprezo, ostracismo e abandono, classifico eu. Não se pode brincar com a saúde dos outros. Há que respeitar quem cumpre com as suas obrigações.

Resta dizer que, logo que cheguei a casa, dez minutos depois de ter saído da Escola, telefonei para a Junta de Freguesia de Benfica que entendeu a situação e providenciou junto da PSP que viesse ter comigo e levantasse a documentação, o que foi feito às 22H55.

Espero, pois, que V. Exª tire as suas ilações, promova as directivas necessárias para que o próximo acto eleitoral seja uma jornada de convivência democrática feliz para todos e que não venha a ser (só) para os Presidentes das Mesas um horrível fim de dia, com as consequências graves que acabei de enunciar.

Solicito e agradeço a sua estimada resposta.

Saudações

Alberto Helder

NOTA: Dei conhecimento desta comunicação às seguintes entidades: Partidos políticos com assento na Assembleia da República, Lusa-Agência de Notícias de Portugal, Polícia de Segurança Pública, Presidente da Assembleia da República, Comissão Nacional de Eleições, Direcção-Geral da Administração Interna (que substituiu o STAPE), Presidente da Junta de Freguesia de Benfica e a Secção de Benfica do Partido Socialista. Das quatro últimas entidades recebi amáveis respostas, dando conta que o assunto iria ser analisado no sentido de que, futuramente, tais anomalias não se viessem a repetir. A Chefe da Divisão de Informação e Atendimento da Câmara Municipal de Lisboa, também.

Sem comentários: