terça-feira, 18 de março de 2008

SANDRA SILVA – ANIVERSARIANTE.

Pois esta jovem Árbitra da primeira categoria nacional da variante de Futsal, está de parabéns pelo dia de aniversário que hoje comemora e aqui estou a saudá-la com Amizade, Respeito e Consideração. Aproveito para dar a conhecer as suas respostas a um breve questionário, documento que vale a pena ler e meditar.

Entretanto, não deixo de divulgar que esta minha boa Amiga, na época passada (2006/2007) ficou classificada em 3º lugar num conjunto de 33 colegas que, à partida, lutam pelo melhor lugar. É obra, é de mulher!...

Só é pena que o Conselho de Arbitragem da Federação não seja sensível à dedicação, ao esforço, ao trabalho desenvolvido pelas duas jovens experientes e superiormente cultas e capazes que fazem parte da elite da arbitragem portuguesa de futsal, pois qualquer outro país teria enorme honra e imenso orgulho em que as suas filiadas fizessem parte do quadro das Árbitras internacionais, criado pela FIFA em 2007. Agora, só em 2009, e Portugal incompreensivelmente já perdeu 2 anos!


Dados biográficos:
Nome completo: Sandra Maria Novais da Silva
Filiação: José Isidro Almeida da Silva e Maria de Lurdes Novais de Oliveira;
Data de Nascimento: 18-03-1976
Naturalidade: Republica Federal da Alemanha, cidade de Wiesabaden
Profissão: Técnica Superior de Higiene e Segurança no Trabalho
Línguas estrangeiras que domina: Alemão e Inglês.

Carreira desportiva:
1994/1997- 1993-Frequenta com aproveitamento o Curso de Oficial de Mesa de Basquetebol e exerce até 1997.
1997/1998-Concorre ao curso de candidatos a árbitros de Futsal no Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto e é aprovada
2003/2004- Ascende à 3ª categoria Nacional, e nessa época fica classificada em 13º lugar. É chamada para prestar provas para a 2ª categoria como suplente e fica apta, mas não tem vaga.
2004/2005- Nesta época ficou classificada em 1º lugar e ascende à 2ª Nacional.
2005/2006- Actuou durante uma época na 2ª categoria, tendo ficado em 3º lugar e é promovida à 1ª Nacional, onde se mantém.
2006/2007- Após ter sido convidada aceitou colaborar na Comissão de Apoio Técnico da Associação de Futebol do Porto.

Como se iniciou na arbitragem?
Costumo dizer que iniciei na arbitragem para colmatar algo que faltava na minha vida.
Desde sempre que pratiquei desporto, segui a opção desporto até ao 12º ano escolar pois queria seguir Educação Física.
Tive no entanto um problema de saúde, nas provas de acesso à faculdade e fui obrigada a abandonar a prática desportiva.
Segui outro curso, o de Higiene e Segurança no Trabalho, e, assim, preenchia a falta do desporto, com os jogos que fazia como oficial de mesa de basquetebol.
No entanto passados uns dois anos, após os exames de rotina a que estava sujeita, foi-me informado pelo médico que poderia voltar a praticar desporto, pois o meu problema estava estagnado.
Voltar a concorrer a Educação Física, era uma hipótese mas seria perder tudo o que já tinha conquistado….
Até que vi um anúncio para candidatos a árbitros de futsal e incentivada por um amigo lá fui eu tentar a minha sorte…Gostei, aqui estou e espero continuar por muitos e bons anos!!!
Quais as motivações que sente para estar na arbitragem?
Quando comecei na arbitragem confesso que não sabia até onde podia ir, mas cedo consegui perceber apesar de, na altura, sermos muito poucas Árbitras, aliás a única no nacional era a Filipa Santos, e a nível distrital éramos duas, que podia chegar a um lugar privilegiado na arbitragem.
Tinha e tenho sempre a Filipa como referência, tudo o que ela conseguisse conquistar, era mais uma porta que ficava aberta para mim e para as restantes colegas.

Quais as suas referências?
Tenho imensas, felizmente. O relacionamento desportivo que fui tendo ao longo destes anos foi uma grande aproximação a pessoas exemplares que foram muito importantes na minha evolução no seio de arbitragem, pessoas que acreditaram sempre em mim, através de actos ou palavras, souberam dar-me o apoio necessário, para poder superar tudo o que há de bom e mau.
Prefiro não citar nomes, pois corro o risco de me esquecer de mencionar alguém. Mas não podia de deixar de dizer pelo menos um nome… A Filipa! Foi sem dúvida um grande exemplo para mim… Era o querer chegar onde ela chegou, obter o que ela tinha conquistado. Ela é, sem dúvida, uma referência para todas as mulheres na arbitragem, pois proporcionou-nos a expectativa e o incentivo de que, trabalhando e insistindo, também temos um lugar no Futsal.


Quais os jogos em que actuou e pretenda destacar?
Todos os jogos são importantes, e devem ser encarados da mesma forma, no entanto há alguns que nos marcam mais, por diversas razões.
Lembro-me do meu primeiro jogo de futsal, jogo de jovens Miramar-A.C.Gaia, tive como madrinha a Filipa. Ela actuou neste meu primeiro jogo. Lembro-me que o meu nervosismo era tal, que sempre que a bola saia da superfície de jogo eu corria para a ir buscar e entregar aos jogadores, nunca me vou esquecer deste jogo…
O meu primeiro jogo no campeonato nacional 3ª divisão, o primeiro da 2ª também vão ficar bem guardados na minha memória.
No final da época em que actuava na 2ª categoria com a colega Tânia Martins (na altura na 3ª nacional) fui surpreendida com duas nomeações para jogos de 1ª divisão, um deles com transmissão televisiva a contar para os play offs acompanhados por um árbitro de elite no mundo do futsal o Pedro Paraty, internacional, que para mim foi uma grande honra.
A época passada como 3ª árbitra na Final da Taça de Portugal e no início desta época o jogo da Supertaça entre o Benfica e o Braga, são encontros que se distinguem, graças ao seu imediatismo e às equipas de gabarito.


Já sentiu alguma decepção?
Eu penso que as desilusões fazem parte da nossa vida, e sobretudo neste meio onde qualquer um de nós já as sentiu, independentemente da razão, e eu não fujo à regra.
Claro que quando falo numa decepção foi algo temporário, não me lembro assim de um grande desapontamento que me tenha marcado.


Tem alguma experiência internacional no domínio da arbitragem?
Já fiz vários torneios internacionais. É pelo segundo ano consecutivo que dirijo o jogo da final do Torneio Internacional da Cidade do Porto.

Aspirações quanto ao futuro?
Tentar errar o menos possível e aperfeiçoar-me analisando os jogos em que participo. Pretendo estar muitos anos na 1ª categoria. Atingir a internacionalização!?, essa resposta só o tempo a tem. Claro que qualquer árbitro anseia por ser internacional (não custa sonhar), e obviamente não fujo à regra. Vou continuar a esforçar-me para ser cada dia melhor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quero deixar aqui os meus PARABÉNS à minha grande amiga, confidente e colega de trabalho...és liiinda, uma amiga como poucas e uma óptima professional.

Muitos beijinhos,
Di

Américo Dias disse...

Os meus parabéns atrasados! :) Fui colega de equipa da Sandra quando ela começou na associação de futebol do porto mas entretanto deixei a arbitragem e perdi o contacto dela... :(
Fico muito contente que ela tenha chegado ao topo pois ela merece.

Sandra, se leres isto, contacta-me pelo email mail[arroba]americodias[ponto]com.

Cumprimentos,
Américo Dias

P. Barroso disse...

Deixo aqui os parabéns a esta excelente arbitra e que sirva de exemplo a outras mulheres inseridas na arbitragem do futsal.