terça-feira, 1 de abril de 2014

NAQUELE TEMPO – ABRIL 1964 (EPISÓDIO 80)


No Boletim “O Árbitro” nº 82 (Ano VII), mensário, editado há cinquenta anos, os temas mais em destaque foram:
Veio mais um contributo monetário para a lápide que imortalizará a memória do saudoso Vicente Caballero, cujo total se cifra em 1.887$00.
NOTÍCIAS DAS DISTRITAIS
SANTARÉM
Reuniram-se os Árbitros para escolherem, através de votação, o seu representante para a Comissão Distrital regional. Foi assim eleito Manuel do Amaral que recolheu a totalidade dos 22 votos entrados na urna.
VILA REAL
Dá-se conta que estiveram no Porto, para uma reunião de trabalho, António Pereira Marcelino (dirigente) e Henrique dos Santos Pereira e Silva e Adão Agostinho Martins de Barros (filiados).
VISEU
1.O Árbitro viseense Francisco Jerónimo abriu o estabelecimento “A Tubal”, na avenida Capitão Silva Pereira, valorizando o comércio local. 2.Inscreveu-se como assinante do Boletim o sr. José Maria Cálix Ferreira, dirigente do Clube Académico de Futebol. 3.Já recuperou do problema de saúde que o afectou o candidato a Árbitro Armando Pereira de Oliveira, que se encontrava internado no Sanatório do Caramulo.
1.Transcreve-se do Diário Insular o sapiente artigo “Ecce iterum Crispinus”. Carlos Martins, jornalista desportivo do Porto, assina “A arbitragem – a quanto obrigas”. “Compreensão” é um texto publicado em “El Árbitro”. Eduardo Costa, Árbitro de Setúbal, escreve “À volta de um tema”. “Médicos e Massagistas” é o tema escolhido por João Gomes. Prof. Marques de Matos continua a desenvolver a tese “Faltas simultâneas”.
PÁGINA DA COMISSÃO CENTRAL DE ÁRBITROS DE FUTEBOL
Eis os Árbitros que foram designados para actuarem nos campeonatos nacionais da III Divisão, Juniores e Principiantes:
1.AVEIRO, Alfredo Fernando de Carvalho, António Bastos Ferreira, Carlos Baptista Coelho, Carlos Neiva, Fernando da Silva, Henrique Castro, José Manuel Canelas Correia, Manuel Pinto da Costa e Rui dos Santos Paula
2. BEJA, Isaclino Francisco da Palma, Jacinto da Rosa Fialho, Jorge Guimene Plácido Porta Nova, José Castilho da Silva, José Francisco Estevens Lambuça, José João Martinho Júnior, José Leonardo Nepomicero Zambujal, Manuel Piedade Batalha e Tiago José Dionísio.
3. BRAGA, Américo Feliciano Camarinha, Aventino André de Oliveira Ferreira, Carlos Alberto da Silva, Carlos Armindo Guimarães Cibrão, Cláudio Faria Araújo, José Joaquim Torres e Rocha, José Ricardo Lourenço, Mário Ferreira de Matos e Valdemar Ferreira Azevedo.
4. COIMBRA, Alberto Silva, António Monteiro, António Nunes Mata, Armando Salgueiro Santos, Fernando Inácio Pires, José Maria de Carvalho, José Simões Júnior e Pedro Moura Coutinho.
5. ÉVORA, Barnabé Joaquim Correia, Francisco Honorato Mira, Francisco Manuel Tomé, João Galriça, João Pedro Rosado e José João Tomé.
6. FARO, Afonso Baptista Maurício, António Gomes Afonso, Daniel Valagão Marta, Frederico de Jesus Romeiro, Manuel Augusto Gonçalves e
Rosendo Sequeira Santos.
7. GUARDA, Carlos Alberto Marques, Claudino Domingos, Fortunato Coelho, Joaquim Nascimento Gomes, José de Sousa Almeida, José Maria Gomes da Costa e
José Rodrigues Jorge.
8.LEIRIA, João Carmo Santos, José Jesus Agostinho, Manuel Sousa Soares, Raul Filipe, Silvestre Lopes e Virgílio Salvador.
9.LISBOA, António Figueira, Armando Miranda de Castro, Augusto César Bailão, César Pires, Diamantino Manuel Duarte Vidal, Edmundo Duque, Eduardo de Almeida, Fernando Campos, Francisco Vicente, Gustavo Tenreiro, José Manuel da Silva, José Martins Antunes, José Pinheiro de Abreu, Juveniano Pascoal, Mário Caetano, Mário de Almeida, Rogério dos Santos Crespo e Vítor Santos.
10.PORTALEGRE, António Azeitona Pinto, Daniel Brito, Fernando Garção Santos e Manuel Calado.
11. PORTO, Alberto Fonte, Albino Santos, Alexandre Queiroz, Alfredo Cruz, Américo Silva, António Magalhães, António Mendes Silva, António Nogueira, António Soares, Custódio da Silva, Domingos Silva, Fernando Acúrsio, Fernando Moura, Jaime Loureiro, João Gomes, Júlio Bastos da Silva, Júlio Pinto, Manuel Moreira Tavares, Ramiro Simões e
Vicente Glória.
12.SANTARÉM, Abílio Nunes, Alberto Nunes, Fernando Garcia, João Luís Carvalho, João Manito, Joaquim Libório Bastos, Joaquim Rodrigues, José Macedo e Manuel Silvestre.
13.SETÚBAL, André Roque, Barão Primo, Carlos Valido, Darvin Rogado Borges, Fernando Borgia, Inácio Baião, José Afonso Pepe, José Nascimento e Silva, Josué Franco, Manuel Cortegaça, Mário Ortiz e Sebastião Ferreira.
14.VILA REAL, Álvaro Cardão, Arnaldo Fonseca, Fernando Almeida, José Dias, Manuel Morais e Manuel Joaquim Vicente.
15.VISEU, Augusto Prata, Eduardo Duarte, Francisco Jerónimo, José Ferreira, José Menezes e Rolando Almeida.
1.O Árbitro de Angra do Heroísmo João Augusto Relvas está em França a frequentar um curso militar. 2.É felicitado o jornal Mundo Desportivo por mais uma ano de existência. 3.Está de luto pelo falecimento de seu pai o colega lisboeta Edmundo Rosa Duque, assim como Eduardo Panão (Aveiro) pela morte de sua mãe. 4. Chegaram de África para gozo de férias José Alves Pereira (Luanda) e Augusto Carlos Silva Santos (Moçambique). 5.Participaram no Torneio Açoriano, na Horta, os Árbitros Reinaldo Melquíades (Terceira) e Tomaz Ricardo de Azevedo (Ponta Delgada). 6.Eduardo Gouveia (Lisboa), José Fernando Neto e Melo (Vila Real) e Fernando Agostinho Correia estão a recuperar dos problemas de saúde que os afectaram. 7.Emílio Neves Paiva Mota, de Braga, seguiu para França onde vai exercer a sua actividade profissional. 8.Raul Alves Termura foi readmitido na Comissão Distrital do Funchal. 9.A Comissão Central aceitou o pedido de demissão de Manuel Antão Baptista, de Aveiro. 10.Lisboa aprovou os candidatos José Martins de Sousa e Mário Joaquim Martins Ferreira. 11.António Barros de Araújo actuou em Nantes e no Porto como assistente dos Árbitros em jogo entre militares. 12.José Castilho da Silva foi transferido de Beja para Leiria e José dos Reis Silveira da Rocha de Angra do Heroísmo para Angola. 13.Agradece-se ao jornal “Ecos de Belém” o facto de nos enviar este esplêndido periódico.
MÁRIO COSTA FALECEU
Inesperadamente este colega bracarense de 38 anos faleceu no dia 27 de Março de 1964, triste acontecimento que deixou todo o munda da arbitragem portuguesa em choque. Nasceu em Barcelos no dia 25 de Abril de 1926 e deixou quatro filhos menores. O seu exame para Árbitro ocorreu em 11 de Novembro de 1950 e ingressou nos quadros federativos na época 1955/56, tendo actuado em inúmeras partidas federativas. O seu funeral foi uma grande manifestação de pesar, contando-se com a presença de centenas de pessoas e imensas entidades ligadas ao desporto.
Joaquim Campos, o responsável por esta rubrica realça a actividade dos Árbitros espanhóis no ano de 1963 que se saldou com catorze idas ao estrangeiro, três a Lisboa e Casablanca, uma vez a Dublin, Basileia, Zurique, Nice, Paris, Poitiers, Marselha e Nápoles. Ao invés deslocaram-se a Espanha vários juízes estrangeiros, destacando-se os portugueses Clemente Henriques, Francisco Guerra e Manuel Lousada (Valência-Shamrok) e Álvaro Rodrigues, Dr. Décio de Freitas e Joaquim Campos (Saragoça-Lausanne). Já os suíços foram muito solicitados pois dirigiram oito partidas fora da sua terra natal.
1.Transcreve-se a mensagem de júbilo do Presidente da Comissão de Arbitragem da FIFA, Stanley Rous sobre o livro “Tratado Ilustrado de Leis do Futebol” da autoria do Prof. Marques de Matos, destacando que tal documento irá ficar na biblioteca da FIFA. 2.É lançado um alerta aos Árbitros no sentido de cumprirem escrupulosamente tudo o que se relacione com a documentação do jogo, especialmente a identificação dos jogadores expulsos e as credenciais dos delegados.
O jornal “Record” procedeu a um concurso destinado aos seus leitores com o sugestivo cabeçalho: “Seja você o Árbitro!” e daí algumas sugestões para os temas a desenvolver nas questões a apresentar, tais como: No lançamento da bola pela linha lateral não há fora-de-jogo; o fora-de-jogo é considerado no momento em que a bola parte e não quando ela é recebida; O Árbitro deve abster-se de interromper o jogo se entender que, com essa decisão, beneficia o infractor; A bola está em jogo após o sinal do Árbitro e depois de rolar uma distância igual ou superior ao seu perímetro (68 a 71 centímetros); A agressão ao adversário é punível com um livre directo. Dentro da grande área é “penalty”.
(POR BARROS DE ARAÚJO)
1.Há muito egoísmo entre os adeptos do futebol. Quando atiram garrafas para os Árbitros, são sempre vazias. 2.Os juízes de linha são como os guardas das passagens de nível. Às vezes levantam a bandeira quando o comboio já passou! 3.Que bom jogo de futebol se poderia organizar na Arca, arbitrado por Noé! No entanto os animais foram mais inteligentes! 3.Como o público cristão se sentiria feliz em celebrar todos os domingos a paixão e morte do Árbitro. 4.O avançado-centro é o “carrão” no dominó do futebol! 5.Aos jogadores que regateiam as decisões dos Árbitros é uso chamarem-lhes “varinas”. 6.Oapito final do Árbitro é a libertação das almas do purgatório futebolístico.
1.Se saber perder é uma virtude também não é menos verdade que o saber ganhar, merece a mesma classificação. 2.Uma injuria ou um insulto proferidos enquanto praticamos ou assistimos a um jogo de futebol são como se os dirigíssemos contra nós próprios. Nem que porventura esteja a razão do nosso lado, logo ali a perdemos porque não soubemos respeitá-la. 3.Errar é próprio do homem, mas continuar a defender o erro, já não merece desculpa. 4.O jogo violento não revela somente o mau carácter daquele que o pratica. Mostra também a sua inferioridade perante o adversário.
1.O conhecimento atinge-se dando continuidade aos ensinamentos, aprofundando cada passo até ao limite ignorado. 2.O homem nunca renuncia ao desejo de conhecer porque está sempre à espera de saber mais alguma coisa. 3.A evolução em todos os campos da vida, não deve ser simplesmente contemplativa, mas sim prática.
São divulgados os artigos 33º a 40º, dos quais se destaca a licitude dos clubes deduzirem suspeição contra um ou mais Árbitros para obter a sua não designação para a direcção de jogos em que venham a participar, desde que fosse feita antes da competição se iniciar e devidamente justificada e assinada por dois directores efectivos do clube. O Árbitro visado teria de ser sempre ouvido e se o pedido fosse julgado procedente e tiver tido por base razões idóneas que afectasse o prestígio do Árbitro, seria este punido com a pena de irradiação. Em caso de acusação não fundamentada o clube e os dirigentes seriam castigados com o máximo das penas.
O IRMÃO ESPANHOL…
O Comité Nacional de Árbitros de Espanha iniciou a publicação do seu boletim mensal com o rótulo “el árbitro” como demonstra a capa do primeiro número, referente a Fevereiro de 1964.
O Árbitro espanhol Julian Arqué Martin, nascido no dia 3 de Maio de 1918, em Saragoça, foi o retratado deste mês. Iniciou-se na função em 1939, em plena Guerra Civil, tendo permanecido nos distritais duas épocas. Passou em 1942/43 à 2ª categoria nacional e, ao terceiro encontro, é nomeado para dirigir uma partida do escalão maior. Até então dirigiu para cima de quinhentos desafios. Foi internacional em 1955/56 e 1956/57. Esteve em Portugal, Suíça, Itália e França.
-Antes da partida entre as selecções do França e Escócia-
Quando se retirou da actividade exerceu durante quatro anos o cargo de seleccionador de jovens e a função de presidente da Federação Aragonesa de Futebol.      
1.Afonso Lacerda, secretário da Federação, que esteve numa reunião com os altos comandos do futebol europeu afirmou que seria quase certo a presença de uma equipa de arbitragem portuguesa na final da Taça das Feiras. 2.”O Árbitro” tomou a iniciativa de abrir uma subscrição destinada aos familiares mais próximos de Mário Costa, colega recentemente falecido.
Ferraz Gabão dá notícias de Porto Amélia (Moçambique) referindo-se à tomada de posse de dois dirigentes da Comissão de Arbitragem de Cabo Delgado, José Azevedo (secretário) e Luís Augusto Borges Fernandes (tesoureiro), com a presença de muitos representantes de entidades estatais e desportivas.
Registe-se que Luís Fernandes (na imagem) foi dirigente da Comissão Distrital de Bragança, que fundou e permaneceu de 1953 a 1958.
1.O responsável por este espaço, Eduardo Gouveia, dá conta da iniciativa do jornal Record em lançar um concurso entre os seus leitores que aborda assuntos relacionados com a arbitragem, o que se aplaude pela contribuição que dá em elucidar quem procura saber mais e melhor. 2.Expõe o excelente exemplo dados pelos jogadores jovens de Torres Vedras que, no final do jogo, saudaram a equipa de arbitragem pelo trabalho desenvolvido. 3.Refere uma situação nada agradável para os fiscais de linha, dado que nos jogos internacionais entre clubes as Comissões Distritais arrecadam a quantia de duzentos escudos. Como o Árbitro aufere 500$00 e os seus auxiliares 150$00, são estes naturalmente os sacrificados. Sugere que a percentagem fosse atribuída independentemente da verba estipulada. 4.Regista um facto insólito. Um assinante de O Árbitro pagou a sua assinatura anual de 240$00 em selos de correio e da franquia mais baixa: 10 centavos! 
Equipa da Comissão Distrital de Beja
Viriato Agatão nasceu em Beja, no dia 15 de Fevereiro de 1924. Funcionário dos Correios. Foi admitido como Árbitro no ano de 1952, ascendendo à Comissão Central na época 1955/1956.
Francisco Pacheco nasceu em 1 de Novembro de 1919 em Almodôvar. Topógrafo. Iniciou-se na arbitragem em 1 de Outubro de 1944 e foi indicado à Comissão Central em 1954.
António Velhinho nasceu em Beja no dia 5 de Abril de 1919. Empregado de escritório. Inscreveu-se na arbitragem em 22 de Outubro de 1950 e na Central em 1958.    
Equipa da Comissão Distrital de Leiria
Francisco Rodrigues, 34 anos de idade, empregado de comércio. Começou em 1952 e na Comissão Central em 1959.
Saldanha Ribeiro, 36 anos de idade, empregado de escritório. Estreou-se nos distritais em 1951 e na Comissão Central em 1955.
António Almeida Marques, 39 anos de idade, empregado comercial. Encetou a actividade em 1950 e ingressou nos nacionais em 1954.
Equipa da Comissão Distrital de Santarém
Crisógno Lopes, 44 anos de idade, ferroviário. Foi em 1952 que arbitrou o seu primeiro jogo e em 1954 ingressou na Comissão Central.
João Calado, 41 anos, ferroviário. Começou nos distritais em 1954 e nos nacionais em 1958/1959.
Samuel Abreu, 46 anos de idade, funcionário público. Interessou-se pela arbitragem em 1950 e dois anos volvidos era juiz de campo federativo.

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