quinta-feira, 11 de junho de 2009

GRAZIELE CRIZOL – MAIS UMA CERTEZA DA ARBITRAGEM BRASILEIRA

Esta nossa colega, nascida em São Caetano do Sul, São Paulo, em 27 de Setembro de 1979, é graduada em Educação Física (Ginástica Artística e Arbitragem Desportiva), e está no quadro de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, desde 2004, sempre como Assistente (diz não se ajeitar com o apito).
Na entrevista que transcrevemos a seguir, dada a António Boaventura, para um órgão de comunicação social do seu país, revela como iniciou sua carreira, as dificuldades sentidas, os benefícios da mulher na arbitragem, o assédio e seu objectivo principal. Contudo, quer casar e ter filhos. Iniciou a carreira um pouco diferenciada das restantes colegas, pois nunca havia feito jogos amadores antes de entrar na Federação Paulista de Futebol. Passou o processo selectivo e, quando iniciou as primeiras aulas, percebeu, no decorrer do curso, ser necessário aprimorar a parte prática, o que veio a conseguir junto de alguns clubes actuando em jogos de fins-de-semana. Hoje é árbitra PRATA A, pelo ranking da F.P.F, e quer chegar, dentro em breve, à série ouro, ou seja à elite da arbitragem paulista. Pretende, ao mesmo tempo, integrar o quadro feminino. A sua grande referência é, sem dúvida, a Maria Eliza Barbosa – que esteve recentemente em Portugal - pois além de ser uma Árbitra Assistente de topo é a sua melhor amiga pessoal. Vamos à entrevista: António Boaventura: Como iniciou a sua carreira na arbitragem?
Graziele Crizol: Sempre gostei de desporto, portanto formei-me em Educação Física e fui dar aulas de ginástica, inclusive passei uma temporada nos Estados Unidos. O futebol surgiu logo após, e em um determinado dia fui convidada a colaborar numa partida comemorativa. Para minha surpresa no final do jogo, todos gostaram do meu trabalho e muitos questionaram o motivo pelo qual eu não participava profissionalmente. Daí em diante comecei a dedicar mais tempo ao desporto número um do Brasil. AB: Como a mulher pode contribuir no futebol?
Graziele: A mulher, compreendendo que o futebol é a paixão de muitos homens e em muitos casos geradores de muitas brigas, a sua inclusão nos jogos de futebol traria a união da família e embelezaria ainda mais as partidas. Mas, o principal é a união da família e dos casais nos finais de semana assistindo aos jogos. Profissionalmente, a mulher está chegando mais próximo do porte físico masculino. O que diferencia os dois é a sensibilidade e a visão feminina, isso os homens buscam aperfeiçoar. AB: Em quem a Graziele se espelha, em termos de arbitragem?
Graziele: Revejo-me muito na Maria Elisa Barbosa pelo que conquistou na carreira, inclusive chegou ao quadro da FIFA. Sempre que possível peço-lhe orientações de como lidar com a imprensa e diversas situações constrangedoras durante e após os desafios. E também ao Colina, que, ao pesquisar a sua carreira, fiquei fascinada com a sua história. AB: O assédio durante os jogos interfere diretamente no seu trabalho? Como lidar?
Graziele: No inicio isso até me incomodava, mas com o passar do tempo e com a experiência adquirida o incómodo tende a desaparecer. Sempre que entro em campo fico concentrada no meu trabalho. É claro que existem as piadinhas que procuro responder com um sorriso ou um olhar. AB: Quais são os seus objectivos?
Graziele: O inicio da minha carreira foi muito difícil, até mesmo pelo preconceito da relação da mulher na arbitragem, “O que ela conhece?”, que ainda existe em um contexto geral. Mas, a Federação Paulista deu-me todo o apoio possível, e estou trabalhando forte nas Séries A2, A3 e no Campeonato Paulista de Futebol Feminino para chegar em condições no quadro da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que é a minha grande meta neste momento. Felicidades, Graziele!...

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns Graziele!!!Nós adoramos vc!!!