sábado, 9 de janeiro de 2010

AMÉRICO CARNEIRO – SAUDOSO AMIGO

Hoje, se estivesse entre nós, comemorava os seus 63 anos de idade com alegria e simpatia, imagens de marca deste ribatejano de gema, natural do Entroncamento. A sorte da vida não quis assim e, num estúpido acidente – aliás como todos – veio a falecer em 3 de Maio de 2003, num insólito e estranho desastre de viação.
O desastre deu-se quando se deslocava na sua bicicleta numa curva apertada dum túnel que estava inacabado, logo interdito ao trânsito e o seu companheiro de infortúnio foi um seu conterrâneo (Manuel Carlos Machado Caixinha), que também se transportava numa máquina igual.
Iam na mesma faixa, mas em sentido contrário e cada qual aproveitou a descida acentuada para tomarem balanço e enfrentarem a subida que, pouco depois, se lhes deparava. Chocaram de frente. O impacto foi instantâneo e violento, logo não tiveram tempo de se desviarem da fatalidade. Ambos foram pronta e convenientemente socorridos mas, devido ao facto de terem sofrido graves lesões cerebrais, foram transportados para Lisboa, onde vieram a falecer. Os seus corpos regressaram à terra no mesmo dia e hora e os seus funerais também se verificaram na mesma altura com saída da mesma Igreja, com pouco tempo de intervalo.
Américo Francisco Carneiro, meu bom amigo, era um homem fantástico, com quem dava gosto conviver pela sua irreverência, espírito crítico e sincero. A sua vida ligada à arbitragem iniciou-se no Hóquei em Patins como Estagiário no Distrital do Ribatejo. Na época 1978/79 ascendeu à 2ª categoria nacional e em 1982 abandonou esta modalidade por opção. Em 1983/84 aceita o convite do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Santarém e exerce a função de Observador Distrital. Continuou com esta actividade, mas a nível nacional, de 1989 a 1997.
Com a introdução do Futsal no seio da Federação Américo Carneiro especializou-se como técnico desta variante e até chegar a Observador foi um instante. Mais, como Instrutor e membro da Comissão de Apoio Técnico nacional, esteve ao serviço da Federação até 2001/2002.
Na temporada seguinte optou por desempenhar a tarefa de Observador, interrompida de forma abrupta com o acidente, como se explicou. Foi sócio-fundador do Núcleo de Árbitros de Futebol do Ribatejo Norte (Tomar), criado em 3 de Novembro de 1997, e um dos seus mais cooperantes, pese embora nunca tivesse ocupado qualquer cargo. Até Novembro de 1999 foi coordenador da Comissão de Apoio Técnico do Núcleo. Foi casado com Dª Rosa Maria, pais das meninas Cláudia Rita e Vânia Raquel. Lapidador de diamantes era a sua profissão.

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