TÍTULO: Uma bola e vinte e dois jogadores
AUTORIA:
Onze contra onze
Um estádio cheio e ruidoso
Estandartes, tarjas e cachecóis
Luzes brilhando como mil sóis
Quatro juízes de preto
Um apito
E a bola nos pés
Rebolando na relva
Voando passes e dribles
A saindo inútil das quatro linhas
Lançamento, carrinho e contra-ataque
Desmarcação finta e passe
Último remate, finalização
E defesa para canto do guarda-redes
Agarrões, marcações e movimento
Grande área apinhada de concentração
Centrais subidos
Bola pelo ar, tensa e emoção
Na cabeçada do avançado
Que voa alto no relvado
Para fazer o primeiro golo
A bancada vibra num bruá
Apertam-se mãos dentes e panos
Soltam-se termos profanos
Levantam-se os adeptos das cadeiras
Perdem-se as boas maneiras
Aguenta coração
Sofre de tanta emoção
Vai ser um golão!
O guarda-redes num voo
Alcança com a ponta da luva
A bola e num supetão
O guarda-redes campeão
Desvia para o seu lateral
Este corre pela direita
Entre adversário e linha a faixa é estreita
Mas estende o passe para o centro campista
Que em veloz contra ataque
Distribui para o ala veloz
Que fazendo vibrar numa só voz.
A outra metade dos torcedores
- é agora ele vai centrar
e centra mesmo junto à linha
para a cabeça do avançado
que fazendo amorté atrasado
põe no pé do artilheiro
e é o esférico chutado
em fúria, jeito e bem mandado
para o fundo da baliza
enquanto o impotente guarda redes
na relva molhada desliza
após o voo inglório.
O estádio explode
ganha a equipa da casa
os relatores fazem o espectáculo sonoro
as televisões levam o golo aos lares
aos salões e aos bares
e está um país em festa por Portugal!
A bola vai outra vez a meio campo
Recomeça o jogo pelo adversário
Muito a bola há de correr
Muito o público irá sofrer
Mas Portugal em festa irá vencer
Futebol é isto
É ginástica para o coração sofredor
É paixão, glória e amor
Festa brilho e sem favor
Sem favor eu insisto
É o nosso aglutinador!
Causa do nosso fanatismo
Patriotismo!
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